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Medina, John John, Robinson??? Quem leva em Pipe?

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O Lexus Pipe Pro está prometendo confrontos de alto nível para decidir quem larga à frente na corrida pelo titulo mundial 2024 da WSL  

Faz mais de um mês que estou longe daqui. Férias de final de ano, uma gripe fortíssima e muito trabalho me afastaram dos assuntos do surf. Pois bem, estou de volta, há poucos dias da abertura do Circuito Mundial em Pipeline, que já começa com a baixa de João Chumbinho, ainda se recuperando da pancada na cabeça que o levou a ter uma séria concussão, e causou alguns danos neurológicos que, para alívio de todos, estão em avançada recuperação. Uma pena para ele, pois é um exímio surfista tanto em Pipeline quanto em Sunset, e essas ausências vão atrapalhá-lo na briga pelo corte caso não ganhe um wildcard.

Mas se não temos João, temos os outros brasileiros, alguns com maior favoritismo do que outros. Encabeçando a lista, o tri mundial Gabriel Medina parece estar com a faca nos dentes em 2024. Suas declarações e performances dão a impressão que, após dois anos um pouco longe do foco do Circuito, a gana para recuperar o posto de número um está em alta. Nosso outro campeão, esse olímpico também, Ítalo Ferreira, também precisa mostrar que o título mundial em 2019 não foi obra de um ano fora da curva. Bom surfista em Pipeline, onde venceu no mesmo ano em que foi coroado o rei da WSL, o potiguar vem treinando discretamente e acho que, sem tanta pressão, pode surpreender.

+O melhor de Gabriel Medina em Pipeline, segundo a WSL

Outros talentos brasileiros na Rainha do North Shore são Miguel Pupo, Yago Dora e Caio Ibelli, todos com experiência nos canudos havaianos e bons resultados por lá. Samuel Pupo e Deivid Silva ainda não são o que podemos chamar de experts, mas Samuca já mostrou que tem jeito pro negócio e a cada ano desperta mais a atenção pela desenvoltura que demonstra em Pipeline e, principalmente, em Backdoor.

O atual bicampeão mundial Filipe Toledo merece um parágrafo a parte. Contestado por muita gente pela incapacidade de proporcionar grandes momentos na onda mais mítica do North Shore, Toledo já tem uma boa experiência no Havaí e não faz feio nos barrels de Backdoor. Filipe pode não ter a habilidade de Medina ou de outro mestre no pico, mas compete muito bem e sabe entubar com facilidade pra direita. Nunca deve ser menosprezado.

Para rivalizar com os surfistas tupiniquins temos um time da pesada liderado pelo local John John Florence, que já começou o ano vencendo o Pipe Masters em formato diferente, onde diversos tipos de condição rolaram o que engrandeceu ainda mais a conquista do havaiano bicampeão mundial. JJF sempre é um dos principais favoritos em qualquer pico do Havaí. O australiano Jack Robinson é outro cara chato para ser vencido. Domina como poucos os tubos e não se intimida com nada nem ninguém. Pode vencer qualquer um!

Temos ainda a velha, mas põe velha guarda nisso, representada por Kelly Slater, que vai para o seu, sei lá, trigésimo quinto evento do Circuito em Pipe? Abusando do conhecimento do pico e de sua habilidade única em se encaixar e sair de tubos insanos, Slater é um perigo ali, e num bom dia derruba qualquer um. Barron Mamiya e Leo Fioravanti também são ossos duros de roer e geralmente avançam até as fases mais agudas de eventos lá.

Como vê, temos uma bela lista de candidatos a abrir o Tour à frente dos demais competidores da elite, e vai depender muito se as ondas e, principalmente, o vento irão contribuir para que as condições estejam boas e quem sabe épicas, com tanto Pipe quanto o Backdoor quebrando de gala para que possamos assistir um belo show num dos mais, senão o mais, sensacional evento de surf do planeta. 



Alex Guaraná
Alex Guaraná
Carioca e flamenguista roxo, mandou sua primeira manobra na Barra da Tijuca, em 1980, aos 13 anos de idade. Após uma bem sucedida carreira de competidor amador, passou a atuar como jornalista especializado. Primeiro nos jornais Staff e Now. Na sequência, trabalhou com Ricardo Bocão e Antônio Ricardo no programa Realce, pioneiro em esportes de ação na TV brasileira. Após um período como dirigente, e outro como assessor de imprensa do Circuito Mundial no Brasil, assumiu o posto de editor-chefe da Revista Fluir, onde ficou até 2007. Desde então se tornou comentarista esporádico, e agora fixo aqui na Hardcore, do esporte que conhece como poucos.

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