27.7 C
Suva
quinta-feira, 21 novembro, 2024
27.7 C
Suva
quinta-feira, 21 novembro, 2024

Com Fiji, sem piscina e J-Bay, Circuito Mundial 2024 da WSL promete ser mais equilibrado

-

“O sensato seria mexer nos dias do Isa Games, mas aí seria uma briga de manda chuvas entre a WSL e a ISA. Veremos o que vai rolar”

Por Alex Guaraná

Acaba de sair, fresquinho, o calendário da WSL para a temporada de 2024. E para a surpresa geral a etapa de Jeffreys Bay não está na lista. O evento no Surf Ranch, a piscina de ondas do Tio Kelly, também foi alijado do Tour. A boa notícia é o retorno de Fiji, finalizando as 9 etapas do ano, que para a infelicidade geral da nação terá o WSL Finals novamente, pelo quarto ano seguido, em Lowers Trestles, Califórnia.

Analisando as mudanças, diria que para os brasileiros não foi um bom negócio, principalmente a saída da piscina, onde o domínio tupiniquim é amplo, mesmo com a vitória de Griffin Colapinto nesse ano derrotando Ítalo Ferreira. Desde que estreou no calendário do Circuito em 2018, este evento sempre teve brasileiros nas finais (exceto em 2023 como citado acima) com Gabriel Medina e Filipe Toledo duelando para ver quem seria o campeão. Medina venceu em 2018 e 2019, enquanto Toledo faturou em 2021.

J-Bay de fora é um ponto negativo para os planos de Filipinho, vencedor em 2017, 2018 e 2023. Seu surf veloz se encaixa com perfeição nas rápidas direitas do pico e certamente vai fazer falta um bom resultado lá. Medina foi vencedor em 2019 numa bateria épica contra Ítalo Ferreira em ondas de 8 a 10 pés. Outrora pedra no sapato, há tempos a gelada onda sul africana se tornou favorável aos brasileiros.

A entrada de Fiji é que vai ser interessante. Cloudbreak é uma das 10 melhores ondas do mundo, mas é imprevisível, assim como qualquer pico numa ilha no meio do Pacífico. Nos 10 dias da janela, de 20 a 29 de agosto, tudo pode acontecer, desde o mar ficar flat até pintarem ondas de 15 pés tipo rolo compressor. Para mim, o WSL Finals deveria ser lá, mas como os caras que promovem o Tour parecem querer moleza, teremos que assistir novamente os cinco melhores homens e mulheres na insossa Trestles.

Em termos de picos, acho que ficou mais equilibrado para os goofies, mesmo sabendo que Pipeline tem o Backdoor e Saquarema pode rolar na Barrinha ou ter as direitas volumosas para dentro da laje. Em Portugal, apesar do fundo de pedra de Supertubos, não dá para prever se vão rolar esquerdas ou direitas, ao contrário de Sunset, Punta Rocas, Bell’s e Margaret River que certamente terão direitas. Teahupoo e Cloudbreak, sabemos que proporcionam tubos para a esquerda, sempre!

Um detalhe é a data da janela na segunda etapa, em Sunset, marcada para 12 a 23 de fevereiro, o que ficaria em cima da data de início do Isa Games de Porto Rico, agendado para 22 de fevereiro a 2 de março. Esse cansativo torneio vai definir as últimas vagas para as Olimpíadas de Paris, o que é fundamental para o sonho de Medina em conseguir a terceira vaga através da equipe brasileira. O sensato seria mexer nos dias do Isa Games, mas aí seria uma briga de manda chuvas entre a WSL e a ISA. Veremos o que vai rolar. De qualquer maneira, tudo sempre dependerá da boa vontade de Netuno, que em 2023 resolveu tirar uma soneca durante as etapas do Circuito. Fato é que Yago, Ítalo e principalmente Medina ganham uma vantagem que não tinham com Fiji. Sem esquecer é claro de Jack Robinson e John John Florence, exímios tube riders para qualquer lado. Eis que a temporada de 2024 promete ser mais equilibrada, ao menos até chegar a Califa.

Alex Guaraná
Alex Guaraná
Carioca e flamenguista roxo, mandou sua primeira manobra na Barra da Tijuca, em 1980, aos 13 anos de idade. Após uma bem sucedida carreira de competidor amador, passou a atuar como jornalista especializado. Primeiro nos jornais Staff e Now. Na sequência, trabalhou com Ricardo Bocão e Antônio Ricardo no programa Realce, pioneiro em esportes de ação na TV brasileira. Após um período como dirigente, e outro como assessor de imprensa do Circuito Mundial no Brasil, assumiu o posto de editor-chefe da Revista Fluir, onde ficou até 2007. Desde então se tornou comentarista esporádico, e agora fixo aqui na Hardcore, do esporte que conhece como poucos.

Compartilhar essa Reportagem

Adrian Kojin

Alex Guaraná

Allan Menache

Edinho Leite

Twins e afins

Jair Bortoleto

Janaina Pedroso

Luciano Meneghello

Phill Rajzman

Zé Eduardo

Thiago Cosentine

Gabriel Davi Pierin

Carlos Motta, o Artesão do Mar

Jaime Viudes