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Surfistas seguem atuando em áreas inundadas do Rio Grande do Sul

A atuação de surfistas no trabalho de resgate durante as recentes enchentes no estado do Rio Grande do Sul repercutiu em grandes veículos de comunicação do Brasil, como UOL, Globo e Sportv, além de portais especializados em surf no exterior, como a australiana Stab. Pedro Scooby, Lucas Chumbo, Ian Cosenza, Michelle de Boullions, Alemão de Maresias, Italo Ferreira e outros surfistas têm participado ativamente das operações de socorro na região.

Desde o início das enchentes que causaram estragos em cerca de 428 municípios do Rio Grande do Sul – segundo última atualização da Defesa Civil – os atletas têm se dedicado incansavelmente ao resgate de pessoas e animais. Com mais de 30 pessoas especializadas em resgates aquáticos, o grupo conta com uma base onde fornecem médicos, remédios, roupas, comida, colchão e banho. No local há cerca de 90 leitos e, ao total, somando todas as pessoas, são aproximadamente 300 voluntários.

Além de Scooby e Chumbo, atual campeão do Gigantes de Nazaré, viajaram ao sul nomes como: Reyzinho Duarte, Will Santana, Iankel Noronha, Felipe Cesarano, Júnior da Salinas Turismo, Bernardo Scolari e Thiago Lemgruber.

“Surfar vai além. É sobre solidariedade, resiliência, sobre comunidade. Quando os brasileiros pedem ajuda, não é apenas uma escolha, mas um chamado ao qual devemos responder.”, reflete o big rider Lucas Chumbo, um dos cabeças nas operações de resgate.

A ação

O grupo de surfistas chegou ao Rio Grande do Sul com cinco jet skis e se dirigiu inicialmente para Eldorado do Sul, uma cidade praticamente submersa devido às enchentes. Com cerca de 40 mil habitantes, o local apresentava cenários devastadores, com famílias ilhadas em suas casas e pessoas de todas as idades em situação de risco. Utilizando os jet skis, os surfistas conseguiram resgatar os moradores em áreas de difícil acesso e encaminhá-los para os barcos das equipes de resgate do governo.

Além da assistência direta às vítimas, o grupo enviou 15 filtros de água, idealizados pelo ex-surfista Jon Rose, fundador da ONG Waves For Water. Esses dispositivos têm a capacidade de tornar qualquer água potável, oferecendo uma solução crucial em situações de emergência como as enfrentadas no Rio Grande do Sul.

Líder experiente em resgates aquáticos, Alemão de Maresias, também tem usado sua expertise em pilotagem de jet ski para colaborar com a região. “Conseguimos concluir missões propostas, resgatamos muitas famílias, nos deparamos com situação que eu jamais pensei em vivenciar, e finalizamos o dia resgatando dezenas de animais. Um agradecimento enorme a todos os meus amigos, ídolos, heróis, e a todos que têm mandado mensagens de apoio oferecendo ajuda e etc. Obviamente a situação é precária e não conseguimos atender a todos. Continuem ajudando como puderem! Isso é só o começo, infelizmente”, publicou ele nas redes sociais.

Fase dois da missão no Rio Grande do Sul

Em nova publicação, feita nesta quinta-feira (9), o piloto detalha as etapas dos trabalhos na região, destacando que as operações estão divididas em três fases distintas. A primeira fase, dedicada à retirada das vítimas e à contenção de maiores problemas, já foi concluída com sucesso. “A maioria das vidas que sobreviveram foram salvas e estão abrigadas”, informa.

Atualmente, a equipe encontra-se na segunda fase, que visa direcionar as doações às entidades certas e destinar os recursos aos abrigos. O piloto também alerta para a chegada de uma frente fria com chuva na região, ressaltando a importância da calma e informando que não há mais necessidade de voluntários com jet ski, uma vez que essa parte das operações está sob controle e os recursos básicos estão escassos. Agora, a prioridade é garantir assistência nos abrigos.

Com o intuito de colaborar e trazer visibilidade à região, Italo Ferreira também se juntou à equipe na última quarta-feira (8). Antes mesmo de sua chegada na região, o campeão olímpico já havia prestado solidariedade à população gaúcha, vendendo 10 pranchas autografadas para arrecadar fundos em apoio às vítimas. Em questão de horas, ele arrecadou R$100 mil.

Após relatar que o grupo salvou quase 200 vidas desde o início da semana, Pedro Scooby compartilhou, na madrugada desta quinta-feira (9), o estado dos jet skis após navegarem nas águas das enchentes. “Todos esburacados”, disse no vídeo. Scooby e Chumbo passaram a noite no conserto das motos aquáticas para voltarem a usá-las.

A dupla está no sul do país desde o início da semana e tem mostrado nas redes sociais a dura rotina de resgate às vítimas da tragédia. Eles chegaram para o trabalho de resgate no Rio Grande do Sul na segunda-feira (7). “Parecia cena de filme”, descreveu Scooby na ocasião.

Até o fechamento desta matéria, haviam sido contabilizadas 107 mortes e 136 desaparecimentos no estado. Já foram confirmadas as identidades de 89 pessoas. Outras 18 pessoas ainda não foram identificadas.

Enquanto as equipes de resgate continuam seu trabalho árduo nas regiões mais afetadas pelas enchentes, o espírito de solidariedade serve como um exemplo de como é possível fazer a diferença em tempos de crise.

As operações de resgate no Rio Grande do Sul ainda estão em andamento, e o apoio da população, voluntários e autoridades é fundamental para garantir que todas as vítimas sejam alcançadas e assistidas neste momento difícil.

Para ajudar as vítimas de um dos piores desastres da história do Brasil, faça uma doação aqui:

Ação da Cidadania: fundada por Betinho, hoje tem escala, capilaridade e capacidade para atuar em situações de emergência em todo o território.

PIX: doe@acaodacidadania.org.br

Central Única das Favelas: (CUFA) fundada há 25 anos por jovens negros da favela Cidade de Deus, hoje lidera movimentos sociais e emergenciais em todos os estados e outros 15 países.

PIX: doacoes@cufa.org.br

Movimento União BR: nasceu na pandemia e mobiliza uma rede de milhares de voluntários e doadores em todos estados para apoiar comunidades vulneráveis em situações de emergência.

PIX: doe@movimentouniaobr.com.br

GRAD: grupo de voluntários que promove ajuda humanitária aos animais e pessoas em circunstâncias de vulnerabilidade em desastres e comunidades isoladas.

PIX: 29.880.059/0001-01

HUMUS: ONG que atua em comunidades em áreas de risco de desastres relacionados a eventos naturais e extremos

PIX: 46.265.388/0001-53

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