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A força feminina entre as ondas e a estreia

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“As mídias de surf costumavam expor mulheres em suas páginas como meros manequins, raramente como surfistas talentosas, jamais como colunistas de opinião.”

Por Janaína Pedroso

“Tanto o elogio quanto a culpa não significam nada. Contanto que você escreva o que tiver vontade de escrever, isso é tudo o que importa”, Virginia Woolf.

Com essas palavras, Woolf nos convida a enfrentar a realidade, mesmo quando ela é desconfortável. Como jornalista, persigo o desejo de jogar luz a fatos às vezes incômodos. Mas nem só de realidade será esse espaço. Fantasias e alguns devaneios estarão vez ou outra por aqui. Também espero, com essa coluna, ser um momento de respiro e descontração no meio de tantas durezas que surgem no dia a dia, especialmente nos noticiários.

Ouvi dizer que a gratidão é o meio mais fácil para encontrar a felicidade, por isso, leitor, leitora, você deve encontrar por aqui momentos em que direi quão grata sou por ter sido apresentada ao mar e ao surf. De muitas maneiras e em diferentes momentos ele foi ferramenta, mola do fundo do poço, trabalho, prazer e renascimento.

Falarei um tanto de mulheres, por ser e por admirar a luta de tantas. No mundo do surf, a trajetória de muitas é uma história de verdade, resiliência e conquista, reflexo da evolução social e do esforço contínuo para que nossos espaços fossem ocupados.

Desde as primeiras surfistas pioneiras que enfrentaram desafios de um esporte dominado por homens, até as atletas profissionais de hoje, a evolução é notável. O surf vem se transformando de muitas maneiras.

Só o fato de eu estar aqui é prova disto.

As mídias de surf costumavam expor mulheres em suas páginas como meros manequins, raramente como surfistas talentosas, jamais como colunistas de opinião.

Surfistas eram frequentemente marginalizadas e suas conquistas minimizadas. No entanto, elas persistiram.

Insisto em ver o surf feminino como uma manifestação vibrante e inspiradora. As mulheres estão competindo em alto nível e ocupando posições de liderança. A igualdade de premiação em competições, algo impensável décadas atrás, é agora uma realidade em muitos eventos de surf.

Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer. A representatividade da mulher no surf deve ir além das competições.

Cada onda surfada, cada história contada, cada barreira quebrada nos aproxima de um futuro em que o surf seja verdadeiramente um esporte para todos.

Virginia Woolf estava certa. Elogios e críticas terão sempre seu lugar, mas é a verdade, a nossa verdade, que impulsiona mudanças.

Por fim, agradeço o convite e o espaço. Torço para que minhas palavras façam algum sentido.

Janaina Pedroso
Janaina Pedroso
É mãe, surfista e jornalista, tudo junto e misturado, e em 2016 criou o site Origem Surf. Mora em Ubatuba, pertinho do mar que tanto ama. Foi colunista e blogueira da Folha de S.Paulo por quatro anos, colaborou para a Editora Trip e atua há mais de 20 anos na comunicação de diversas empresas. Como mulher, tem o propósito de ampliar a participação feminina no surf. Como surfista, experimentar o maior número de ondas possível.

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