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Vergonha, escândalo, desrespeito: o que dizem os surfistas sobre a CBSurf

O vexame protagonizado pela CBSurf nesta quinta-feira (13) teve forte repercussão entre os principais surfistas profissionais do país. Um abaixo-assinado está sendo distribuído e já tem mais de seis mil assinaturas. Nomes como Adriano de Souza, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Jaqueline Silva, Miguel Pupo e Caio Ibelli, entre outros, publicaram mensagens em redes sociais lamentando o ocorrido e cobrando mudanças urgentes na entidade.

“Impressionante, até nos dias de hoje, na facilidade de ter todos os recursos para que os processos possam ser muitas vezes mais rápidos, eles conseguem fazer isso! CBS, que vergonha! Espero que isso nunca mais aconteça com nenhum atleta do nosso país! Que vocês possam tratar eles como deveriam, com respeito”, escreveu o atual líder do ranking da WSL e candidato ao título mundial de temporada, Filipe Toledo.

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“Isso é um escândalo, é uma coisa inaceitável, como que um país tão forte no surf não teve as iniciativas corretas para mandar os atletas competir no Japão? Estou cansado dessa sem-vergonhice que está rolando, estou de saco cheio de tudo já, não consigo mais ver essa palhaçada”, escreveu Caio Ibelli.

“Total descaso e falta de respeito com o time e o surf brasileiro, sinto muito mesmo as atletas Gilvanilta Ferreira, Larissa dos Santos e Anne dos Santos e os demais que representariam a equipe nesse evento, vergonhoso e absurdo!”, escreveu Jacqueline Silva, vice-campeã mundial e uma das maiores surfistas da história do Brasil.

Outros compartilharam uma mesma mensagem, pedindo assinaturas em um abaixo-assinado que exige mudanças na CBSurf. Foi o caso de Adriano de Souza, Miguel Pupo e Ítalo Ferreira:

Você pode adicionar seu nome ao abaixo assinado aqui.

Veja aqui o comunicado oficial do Comitê Olímpico Brasileiro sobre o cancelamento da ida dos atletas ao Japão.

 

Visualizar esta foto no Instagram.

 

ME PREPAREI MUITO PRA ESSE MOMENTO, FRUSTRANTE ISSO!! Pessoal, e com imensa frustração que a CBSURF vem comunicar a vocês que nossa delegação não mais irá para o Japão. Nos últimos 45 dias estamos trabalhando neste projeto dia e noite. Creio que vcs tem acompanhado o nosso esforço. O fato é que a demora na obtenção dos vistos tornou ainda mais difícil a nossa missão. No final das contas, foi impossível a compra das passagens, a viabilização do hotel, da alimentação e também do transporte no Japão. O fato é que hoje o sistema de compras de passagens do COB não encontrou voos que não fossem pelos Estados Unidos, mas como nenhuma das 3 meninas tem visto americano nos não podemos ir para o Japão com apenas os homens. Estamos frustados com esta situação. Principalmente depois de todo o esforço que nos empreendemos. Mas a situação se tornou impossível de resolver.

Uma publicação compartilhada por Geovane Ferreira (@geovane_ferreira) em

Entenda o caso:

A Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), órgão oficial do esporte filiado ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), vem tomando uma série de medidas em prol do esporte em 2018, com circuitos nacionais e regionais e apoio a atletas. A entrada do surf nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e consequente aporte de verbas do COB foram decisivos para isso. Mas um lance de pura e simples incompetência inviabilizou a participação da equipe brasileira nos ISA Games deste ano, que começam neste sábado, no Japão.

Os atletas Geovane Ferreira, Ian Gouveia, Anne dos Santos, Gilvanilta Ferreira, Larissa dos Santos e Marcos Corrêa estavam de malas prontas para ir ao aeroporto, nesta quinta (13), quando foram informados, por uma mensagem de Whatsapp, que a viagem foi cancelada. Imagine o tamanho da frustração.

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Os ISA Games garantem vagas para o Pan-Americano de Lima, em 2019. O Pan, por sua vez, classifica os dois campeões, masculino e feminino, para os Jogos Olímpicos. Os atletas ainda terão outra chance de se classificarem para Pan. Para isso, terão de participar do PASA Surfing Games, no Peru, entre os dias 2 e 9 de dezembro.

As justificativas iniciais da entidade para o cancelamento eram a demora para a concessão de vistos aos atletas e ainda questões relativas à organização do COB, que participava do projeto. Um comunicado emitido pelo COB, entretanto, explica com clareza que o que levou os atletas a serem informados de que não viajariam para o Japão horas antes de seu embarque foi na verdade uma série de incompetências.

Irregularidades com documentos de prestações de contas, indecisões, demora para executar projetos, falta de comunicação. Tem de tudo. Leia abaixo:

“Por decisão da CBSurf, a participação no Mundial foi então cancelada”

O COB aprovou a liberação de verba para o projeto apresentado pela CBSurf para o ISA Games no dia 17 de julho, com previsão de repasse de recurso e início da execução do projeto pela CBSurf em 1º de agosto. No entanto, na data prevista para repasse, a CBSurf estava impossibilitada de receber recursos da Lei Agnelo/Piva por não ter apresentado documentos necessários e obrigatórios para prestação de contas de projetos anteriores.

Assim que a CBSurf regularizou sua situação de prestação de contas, no dia 3 de setembro, o recurso foi disponibilizado. Durante o período em que a CBSurf estava impossibilitada de receber recursos, o COB informou que poderia executar o projeto, como atualmente atua com algumas Confederações, com o objetivo de não causar prejuízos aos atletas. A CBSurf optou por aguardar o momento que pudesse receber o recurso e executar o projeto.

Na quinta-feira, 6 de setembro, a CBSurf esteve no COB e informou diversas dificuldades operacionais internas para contratação de passagens aéreas, hospedagem, alimentação e aluguel de veículo, que poderiam acarretar problemas na futura prestação de contas da entidade junto ao COB. O COB então deu orientações para que a Confederação pudesse seguir com o planejamento.

Na segunda-feira, dia 10, a CBSurf esteve novamente no COB e informou que não tinha conseguido fazer nenhuma das contratações necessárias. Mesmo diante do curtíssimo prazo para a viagem, o COB buscou, mais uma vez, auxiliar a confederação na organização desta ação.

Em relação às passagens aéreas, na data em que as reservas foram solicitadas, só havia disponibilidade em empresas aéreas com conexão nos Estados Unidos, onde é necessário visto para entrada no país. A CBSurf era a responsável por conseguir os vistos para seus atletas e a equipe feminina não dispunha de visto americano. Pela Europa, só havia disponibilidade de passagens de primeira classe e a Lei Agnelo/Piva não permite a compra de passagens desta categoria. Desta forma, essa ação não pôde ser realizada no tempo necessário para participação no evento.

Por decisão da CBSurf, a participação no Mundial foi então cancelada.”

Texto: Redação HC

 

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