Um texto nada técnico. Tudo bem, a experiência entra no jogo, mas essas são única e tão somente algumas observações e impressões sobre biquilhas.
Pranchas fáceis e divertidas, por isso entraram de vez no cenário mundial. Não quer dizer que não imbiquem, derrapem ou enterrem de borda, especialmente aquelas que são maiores do que deveriam.
Já havia vislumbrado isso quando editava o HardBoard*, há mais de duas décadas atrás. A modernização de pranchas com duas quilhas nos trouxe ótimas possibilidades de um surf veloz, linhas alongadas e menos força.
Edinho exibe o fundo e contornos de uma biquilha de última geração da New Advance. Foto: Arquivo pessoal
Sim, biquilhas devem ser surfadas usando de 75 a 80% da força normalmente aplicada, até porque você precisa manter as bordas na água por mais tempo. Pressão constante no lugar de explosão. Fluidez. Isso é fundamental.
Mark Richards, pai das biquilhas modernas, deu uma aliviada nesse quesito do controle de força ao criar as Super Twins, modelo com uma trailer fin central (quilha pequena, como um estabilizador), assim podemos usar um pouco mais de força sem comprometer a funcionalidade.
A maneira de surfar de forma eficaz com biquilhas nos ensina muito sobre estilo e curvas. Postura mais ereta, pés mais juntos e pêndulo. Inclinar a prancha, colocá-la no pocket ou na terça parte superior da onda é o que funciona para gerar velocidade. São pranchas pequenas, mais largas, mas não são skate.
Com a biquilha é preciso saber equilibrar bem a pressão colocadas nas caldas e a utilização da borda. Edinho em Quepos, na Costa Rica. Foto: Jim Hogan.
Trabalhar mudança de direção ou aceleração com o fundo da prancha chapado na água da ruim. Derrapa e perde velocidade. Portanto, balançar a prancha de um lado para o outro, sem realmente passar de uma borda à outra, é perda de tempo e velocidade.
Longboards são pranchas que te levam, pranchas de performance você tem que levar. Biquilhas são um universo no meio do caminho. Você relaxa e vai com elas. Porém, comandando com suavidade e antevendo o que a onda vai oferecer, você pode descobrir ângulos e manobras inusitadas, obtendo uma resposta incrível para o corpo e alma.
*edição especial sobre pranchas da Revista Hardcore
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