Existe uma alma na Terra que não quer ver Kelly Slater entrar nos tubos de Teahupo’o nas Olimpíadas de Paris 2024?
Kelly terá 52 anos quando chegar à Paris 2024. Ganhar uma das duas cobiçadas vagas de qualificação do Team USA não está fora de questão para ele, mas nesta fase de sua carreira, esse não é o resultado mais provável.
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Ele teria de priorizar o CT no próximo ano, o que não fez em 2022. Ele teria de terminar o ano com uma classificação superior a não mais do que um de seus compatriotas – Kolohe Andino, John John Florence, Griffin Colapinto, Barron Mamiya, Nat Young, Jake Marshall, Seth Moniz e quaisquer surfistas americanos e havaianos que se qualifiquem para o CT de 2023 através do CS de 2022.
O que é factível. Mas há um caminho mais fácil e realista para Slater se qualificar – e não o envolve surfar. Ele pode fazer parte da equipe sentado em seu sofá e torcendo pelos EUA nos Jogos Mundiais de Surf de 2023, que acontece de 16 a 24 de setembro, em Huntington Beach, na Califórnia.
A questão é que as equipes masculinas e femininas com o maior somatório de pontos ganharão ao seu país uma terceira vaga ‘extra’ para Paris 2024. Esta é uma nova adição ao sistema de qualificação olímpica do surf.
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No último ciclo olímpico, o sistema limitou cada nação a dois surfistas por gênero para cada país – o que ainda será o caso para todos, exceto a nação (ou nações) que vencerem em Huntington Beach.
“É uma jogada astuta da ISA incentivar as federações nacionais a colocar os melhores talentos em um evento que, de outra forma, teria pouca importância para eles. Isso oferece uma grande oportunidade para países como EUA, Brasil e Austrália”, escreveu a revista australiana Stab.
Enfim, os EUA estão enviando um trio de talentosos californianos para fazer o trabalho: Kolohe Andino, Griffin Colapinto e Nat Young.
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É importante observar que os países que ganham essas vagas olímpicas extras podem preenchê-las como quiserem. Depende totalmente do Comitê Olímpico Nacional e da federação nacional, e não está vinculado aos resultados de nenhum surfista individual.
“Caso os EUA vença a vaga extra masculina, e vamos supor que John John e Kolohe obtenham as duas vagas de CT para os EUA, como fizeram em 2020. O USA Surfing teria que decidir quem serviria como o melhor terceiro companheiro de equipe para surfar Teahupo’o. Existe alguma chance de que eles não dêem a vaga a Slater? Quem não gostaria de colocar o maior nome do nosso esporte na maior plataforma esportiva do mundo?
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Italo Ferreira e os irmãos Pupo disputam pelo Brasil. A equipe masculina da Austrália será composta por Jackson Baker, Liam O’Brien e Joel Vaughan. Kanoa Igarashi, local de Huntington, vai surfar pelo Japão.
Se a equipe masculina dos EUA não conseguir a vaga, os Jogos Mundiais de Surf de 2024 também oferecerão a mesma oportunidade. No entanto, os requisitos de elegibilidade, que ainda não foram publicados, presumivelmente exigirão que todos os países coloquem seus três melhores surfistas do CT, tornando a competição em 2024 muito mais forte do que em 2022.
Podemos presumir que ganhar uma medalha de ouro olímpica é muito mais que a cereja sobre o bolo para a carreira de Slater. Mas antes que nos antecipemos, a equipe dos EUA têm trabalho nos Jogos Mundiais de Surf.
Certamente o 11x campeão do mundo estará de olho nos resultados.
Fonte: revista Stab