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Club Waikiki inaugurou o surf moderno no Peru

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No dia 7 de dezembro de 1942 o Club Waikiki foi fundado por iniciativa de Carlos Dogny Larco.

Há cinco mil anos os pescadores pré-incas já ficavam de pé sobre seus barcos ocos de juncos, os “caballitos de totora”, e deslizavam nas ondas até a costa, mas foi só depois que Carlos Dogny fundou o Club Waikiki que o surf moderno se desenvolveu no Peru.

Dogny tinha chegado do Havaí em 1938 trazendo na bagagem uma enorme tábua havaiana. Os jovens que assistiram fascinados à primeira demonstração, decidiram que queriam aprender a surfar e juntaram-se a ele.

As ondas de Miraflores atingiam de 2,5 a 3 metros de altura e quebravam a 500 metros da costa. O selvagem swell chegava forte sem os quebra-mares. Como as pranchas eram grandes, pesadas e sem cordinhas, os surfistas ficavam à deriva no oceano. Por isso, os pioneiros surfistas eram exímios nadadores. 

Tudo caminhava bem até 1940, quando um terremoto atingiu o Peru. As instalações do Balneário Miraflores – local onde os surfistas tomavam banho ou trocavam de roupa – foram bastante danificadas e os jovens improvisaram uma guardaria para as enormes pranchas.

Por iniciativa de Carlos Dogny Larco, então vereador distrital, auxiliado por César Barrios Canevaro, Carlos Origgi Camagli, Enrique Prado Heudebert, Hugo Parks Gallagher, os irmãos Alberto e Alfredo Álvarez Calderón Wells, Alfonso Pardo Vargas e Jorge Helguero Aramburú, com o apoio do prefeito de Miraflores, Carlos Alzamora, os pioneiros tiveram a permissão para construir um pequeno clube em frente ao mar. 

 

No dia 7 de dezembro de 1942 o Club Waikiki foi fundado e essa data é comemorada como o início oficial do surf no Peru. Os surfistas passaram a ter um lugar para se encontrar antes e depois de curtir as ondas, falar sobre pranchas e picos pelo mundo afora.

Assim como o nome do clube, as praias ao redor do Waikiki foram batizadas com nomes de dois famosos pontos de surf no Havaí e Califórnia: Makaha e Redondo Beach. Sem estradas entre as praias o acesso era restrito aos surfistas desbravadores, tornando o lugar um verdadeiro paraíso.

Essa geração de surfistas pode se orgulhar de ter sido a primeira a correr as longas e generosas ondas do mar de Miraflores com pranchas de estilo havaiano, incentivando novos adeptos a subirem no ranking de surfistas peruanos.

A fundação do Club Waikiki ajudou a construir uma rica cultura de praia e de surf no Peru. A iniciativa conduziu o país à realização do seu primeiro Campeonato Nacional em 1955. Dez anos depois, o Peru sediou o primeiro evento mundial, organizado pela extinta International Surfing Federation (atual ISA) e fez o primeiro campeão mundial, o peruano Felipe Pomar. 

Em 1959, Dogny, uma personalidade já renomada internacionalmente, participou da criação do primeiro surf club na França, também chamado Waikiki, popularizando e organizando o surf em toda a costa basca.

+Peru decidirá títulos sul-americanos de Longboard

A primazia no surf feminino latino-americano também coube ao Peru. A surfista Sofía Mulánovich foi a primeira mulher latina a sagrar-se campeã mundial de surf, em 2004.

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Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal



Gabriel Davi Pierin
Gabriel Davi Pierin
Gabriel Davi Pierin é formado em História pela Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Ciências Humanas e em Direitos Humanos pela PUC/RS e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Professor de História e historiador do Museu do Surfe e do Santos Futebol Clube, Gabriel é colunista do Jornal A Tribuna de Santos e contribui para outros sites e blogs como Rico Surf, Waves e Rumo ao Mar. Autor de livros de sucesso, sua obra de maior impacto é Uma Estrela na Escuridão, a história de Andor Stern, o único brasileiro sobrevivente do Holocausto. Multifuncional, uma das ocupações que Gabriel exerce com maior prazer é dentro d'água com seu bodyboard.

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