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The NY Times enaltece pioneirismo de Maya e fala do sexismo no big surf

O The NY Times lançou um perfil  no dia 22 de setembro sobre a surfista de ondas grandes Maya Gabeira.

A matéria narra brevemente a trajetória da surfista de ondas grandes pelo surf de ondas grandes; o seu encontro com Nazaré e a sua ascensão de conquista dessa espécie de Santo Graal do surf de ondas grandes no mundo.

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“Não foi apenas a maior onda já surfada por uma mulher. Foi a maior onda surfada por alguém durante a temporada de inverno de 2019-20, a primeira para as mulheres no surf profissional.”  – The NY Times

 

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“Maya venceria o Nazaré Tow Challenge”

O jornal norte-americano também lembra o fato de que a onda do atual recorde de Gabeira supera a onda de 70 pés surfada pelo havaiano Kai Lenny para vencer o Nazaré Tow Challenge no mesmo dia 11 de fevereiro.

“Foi um momento Danica Patrick para o surf de ondas grandes”, escreve o The NY Times, comparando a big rider carioca à piloto de automobilismo Danica Sue Patrick, 38, que compete na Nascar.

Danica foi a primeira mulher a vencer uma corrida da Indy e a primeira a conquistar a pole na Nascar.

“As mulheres há muito enfrentam dúvidas, rejeição e negação absoluta de que pertençam à lista de surfistas de ondas grandes. Elas raramente tem acesso ao tipo de patrocínio necessário para perseguir swells. Depois do recorde mundial de McNamara, ele foi patrocinado pela Mercedes-Benz. Resta saber se isso vai acontecer com Gabeira,” escreve o The NY Times.

“Das 10 maiores mulheres das ondas grandes do mundo, três são pagas”, disse a havaiana Paige Alms, 32, uma das melhores surfistas de ondas grandes do mundo. “Os 10 melhores surfistas de ondas grandes têm casa própria, viajam o ano todo e trazem suas famílias com eles.”

“Acho que é muito importante para a próxima geração de meninas que está crescendo ver as mulheres realizando essas coisas”, diz Alms.

“Você só pode sonhar tão grande quanto o que você pode ver,” completa Paige.

A onda do recorde

“Nunca estive tão perto de uma explosão tão poderosa”, disse Maya Gabeira. “Nunca tinha sentido aquela energia e aquele ruído. Foi realmente assustador,” disse Maya sobre a onda com a qual conquistou o recorde mundial.

Segundo o Guinness Book, foi a maior onda já surfada por uma mulher, com 23,5 metros de altura.

Com o feito, Maya quebrou o seu próprio recorde primeiramente estipulado em 2018 com uma onda de 68 pés também em Nazaré; a de fevereiro foi avaliada em 73.5 pés, leia mais aqui.

***  Vídeo bônus ***

Produzido pela Outside Magazine, o vídeo abaixo traz Maya Gabeira refletindo a respeito da essência do que ela faz e algumas reflexões a respeito de ser mulher e habitar um espaço em que há quebras de paradigmas aos olhos da sociedade:

“Acho que não é tanto sobre o surf quando falamos de ondas grandes. É muito sobre sobreviver. Sabe, com prática, qualquer um pode fazer qualquer coisa na vida. Mas é sobre você poder voltar e tentar de novo. Obviamente ninguém quer fazer algo para morrer. Sabe, alguma hora todos vamos morrer, mas, espero que não seja a partir de uma ação que fazemos repetidamente. É mais aceitável para um homem morrer fazendo um esporte louco e puxando limites fazendo as suas coisas do que uma mulher. É assim que é. Nós lidamos com algo que podemos morrer fazendo e todos sabemos disso. Às vezes acho que é estranho para as pessoas quando percebem que eu na realidade sei disso e lido com isso.”

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