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A fascinante história do Royal Hawaiian Hotel

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O hotel tem em Duke Kahanamoku o seu maior garoto propaganda. As fotos do pai do surf moderno estão espalhadas pelo Royal Hawaiian, um verdadeiro museu de relíquias do surf e da cultura havaiana.

 

O Royal Hawaiian Hotel ocupa um espaço sagrado para os havaianos. Foi na terra sob o hotel, onde reis governavam e o sobrenatural apareceu. De acordo com a lenda, seis gerações depois que Maʻilikukahi, um ex-governante de Oahu, transferiu a sede do governo para a praia de Waikiki, um galo sobrenatural voou do Vale de Palolo, pousou em Waikiki e desafiou Kakuhihewa, um descendente de Maʻilikukahi. O galo arranhando o chão é a inspiração que deu o nome de Helumoa, ao lugar mítico.

Kakuhihewa sentiu que a aparência do galo sobrenatural era um presságio, então ele plantou um bosque de árvores, que mais tarde se multiplicou em cerca de 10.000 coqueiros. O rei Kamehameha I, governante do Reino do Havaí, estabeleceu uma casa no coqueiral de Helumoa.

Kamehameha V também residiu em Helumoa. Após sua morte, Helumoa foi deixada para a princesa Ruth Ke’elikolani, que a legou à princesa Bernice Pauahi Bishop. Através do testamento da princesa, a terra tornou-se parte da Kamehameha School (Bishop Estate), um fundo de apoio à educação para crianças havaianas.

O potencial turístico surgiu com o sucesso dos primeiros esforços da Matson Navigation Company em oferecer viagens a vapor para as famílias mais ricas da América a caminho do Havaí. No início do século XX uma série de hotéis resort foram construídos em Honolulu. Em 1925, com o turismo para o Havaí crescendo rapidamente, a Matson Line fez uma parceria com a Castle & Cooke, uma das cinco maiores empresas do Havaí, e tornaram as ilhas um destino de luxo.

O visitante mais ilustre do Royal Hawaiian foi Elvis Presley. Num dos momentos mais marcantes da história do hotel, o astro do rock fez ali um show transmitido para 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo. Foto: Reprodução

A aclamada empresa nova-iorquina Warren and Wetmore foi contratada para projetar o Royal Hawaiian Hotel. A ampla fachada, construída a um custo de mais de US$4 milhões (preços de 1927), foi cercada por um jardim paisagístico. O layout em forma de H apresentava 400 quartos, cada um com banheira e varanda.  

O Royal Hawaiian abriu em 1º de fevereiro de 1927, com um baile de gala para mais de 1.200 convidados e rapidamente se tornou um ícone dos dias de glória do Havaí. O hotel foi um enorme sucesso, e em 1928 as ilhas contavam com mais de 20.000 visitantes pela primeira vez. 

O hotel atravessou a Grande Depressão decorrente da Crise de 1929 que levou o turismo ao desastre e durante a Segunda Guerra Mundial, o Royal Hawaiian foi usado exclusivamente pelos militares como um centro de reabilitação. Após recuperar grande parte da sua clientela, foi vendido, juntamente com o resto dos hotéis de Matson no Havaí, para a Sheraton Hotels em 1959. 

Em setembro de 1974, os irmãos empresários japoneses Kenji Osano e Masakuni Osano compraram o Royal Hawaiian Hotel da Sheraton. Eles formaram a Kyo-ya Company, uma subsidiária da Kokusai Kogyo Company, entidade corporativa para gerenciar todos os seus hotéis. Após a morte dos irmãos, Takamasa Osano herdou suas propriedades.

O Pink Palace of the Pacific (Palácio Rosa do Pacífico), como se tornou conhecido, é membro do Historic Hotels of America, o programa oficial do National Trust for Historic Preservation. O hotel, cenário em diversos filmes e séries de tevê, também já foi citado em livros e músicas.

A sua popularidade se deve sobretudo ao surf e à fama de paraíso da ilha havaiana. As ondas de Waikiki atraem visitantes do mundo inteiro, formando uma comunidade internacional no pico de surf mais prestigiado do planeta. A sua praia oferece aulas e eventos ligados ao surf e foi nela que artistas e intelectuais consagrados aprenderam a surfar, como a escritora britânica Agatha Christie. 

O astro Elvis Presley foi o hóspede mais ilustre do hotel. Em 1961 ele estrelou o filme Blue Hawaii e, em 1973, transmitiu o histórico show Aloha from Hawaii, via satélite, para mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo.

Duke Kahanamoku, o pai do surf moderno, posa nos jardins do Royal Hawaiian. Foto: Bishop Museum

O hotel tem em Duke Kahanamoku o seu maior garoto propaganda. As fotos do pai do surf moderno estão espalhadas pelo Royal Hawaiian, um verdadeiro museu de relíquias do surf e da cultura havaiana.

Nas noites de lua cheia no Pacífico, o Royal Hawaiian Luxury Collection Resort presta homenagem a Heluma, com um inesquecível luau.

O hotel é uma das maiores atrações e destinos turísticos para conhecer a cultura havaiana na melhor praia para se aprender a surfar no mundo. 

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Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal

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Gabriel Davi Pierin
Gabriel Davi Pierin
Gabriel Davi Pierin é formado em História pela Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Ciências Humanas e em Direitos Humanos pela PUC/RS e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Professor de História e historiador do Museu do Surfe e do Santos Futebol Clube, Gabriel é colunista do Jornal A Tribuna de Santos e contribui para outros sites e blogs como Rico Surf, Waves e Rumo ao Mar. Autor de livros de sucesso, sua obra de maior impacto é Uma Estrela na Escuridão, a história de Andor Stern, o único brasileiro sobrevivente do Holocausto. Multifuncional, uma das ocupações que Gabriel exerce com maior prazer é dentro d'água com seu bodyboard.

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