Pela primeira vez em 45 anos de história, os títulos mundiais serão disputados pelos top-5 do ranking e quatro surfistas da seleção brasileira da World Surf League estão na briga. O inédito Rip Curl WSL Finals será realizado no melhor dia do mar no período de 9 e 17 de setembro, nas ondas de alta performance de Lower Trestles, em San Clemente, na Califórnia.
Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo, encabeçam o ranking masculino e serão os últimos a entrar no sistema mata-mata da competição. A gaúcha Tatiana Weston-Webb é a vice-líder e vai disputar a bateria que definirá a adversária da líder, Carissa Moore, na decisão do título feminino.
Diferente dos outros anos, desde o primeiro Circuito Mundial de Surfe Profissional, em 1976, os campeões da temporada não serão necessariamente os que terminaram em primeiro lugar no ranking. A WSL está inaugurando esse ano um novo formato para a decisão do título, com os cinco melhores tendo a chance de disputa-lo em um evento especial.
Os top-5 e as top-5 do World Surf League Championship Tour 2021, foram definidos na sétima etapa do ano, o Corona Open Mexico, encerrado no último dia 13, no México. Os rankings computaram os cinco melhores resultados de cada atleta nas sete etapas.
Os líderes dos rankings, Gabriel Medina e Carissa Moore, possuem as maiores chances de conquistar os títulos, pois terão o privilégio de disputar uma melhor de três baterias, contra quem passar pelos outros confrontos mata-mata do Rip Curl WSL Finals.
A primeira medalhista de ouro da história do surfe nas Olimpíadas vai tentar seu quinto título e Gabriel Medina pode se tornar o sexto surfista a ser campeão três vezes nos 45 anos do Circuito Mundial. Se conseguir, será um tricampeonato consecutivo do Brasil.
O próprio Medina ganhou o primeiro em 2014 e Adriano de Souza já venceu o segundo no ano seguinte. O bicampeonato se repetiu com Medina em 2018 e o medalhista de ouro Ítalo Ferreira em 2019.
Neste ano, há ainda Filipe Toledo buscando seu primeiro título. Ele mora em San Clemente, na Califórnia, e conhece muito bem as ondas de Lower Trestles. Filipe chegou nas semifinais das três últimas etapas do CT nessa praia, ficando em terceiro lugar nas duas primeiras e ganhando a última em 2017, numa dobradinha brasileira no alto do pódio com Silvana Lima.
Decisão dos títulos – A batalha pelo título mundial de 2021 no Rip Curl WSL Finals, vai começar com um duelo entre o quarto e quinto colocados no ranking, o norte-americano Conner Coffin e o australiano Morgan Cibilic, respectivamente. Quem passar, enfrenta Filipe Toledo e o vencedor vai disputar com Ítalo Ferreira, a vaga para a decisão do título com Gabriel Medina em uma melhor de três baterias.
Em 2019, o campeão foi definido na última bateria do ano também, com Ítalo ganhando o título decidido na final contra Medina no Billabong Pipe Masters. Nesse evento, foi registrada a maior audiência mundial de fãs acompanhando o final da competição. A expectativa é que isso se repita no dia que acontecer o Rip Curl WSL Finals, no período de 9 a 17 de setembro.
Entre as mulheres, Tatiana Weston-Webb, pela primeira vez, terminou uma temporada em segundo lugar no ranking e tentará um inédito título feminino para o Brasil. A batalha será duríssima, não só para ela, mas para qualquer surfista, conseguir ganhar uma melhor de três baterias com a tetracampeã mundial e medalhista olímpica, Carissa Moore.
Para chegar a decisão do título com a havaiana, Tatiana terá que derrotar a vencedora do duelo da terceira do ranking, Sally Fitzgibbons, com quem passar pelo primeiro confronto feminino, da também australiana e heptacampeã mundial, Stephanie Gilmore, com a francesa Johanne Defay. A brasileira terá que se superar, pois todas as quatro finalistas têm vantagem em baterias disputadas com ela em etapas do CT.
A janela de realização do Rip Curl WSL Finals vai de 9 a 17 de setembro e a decisão dos títulos acontecerá no melhor dia de ondas deste período.
* Por João Carvalho