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“Sindicato” dos surfistas faz acordo com WSL; ISA vai pra escanteio?

WSL anuncia acordo como World Professional Surfers, espécie de sindicato dos surfistas profissionais, e fala em “otimizar oportunidades olímpicas”

Por Redação HC

A WSL anunciou nesta quinta-feira (10) um acordo de dez anos com a World Professional Surfers, conhecida pela sigla WPS, a maior entidade representativa dos surfistas profissionais em escala mundial. Com a duração de 10 anos, o acordo é o mais longo da história entre as duas partes.

“É um grande símbolo do comprometimento em longo prazo e da confiança que os surfistas têm na WSL e na direção que a organização está levando o esporte hoje”, diz o advogado carioca Christian Beserra, que representou legalmente diversos atletas em situações com a WSL e que hoje ocupa o cargo de COO (chief operating officer, algo como o chefe de operações) da WPS. “Será incrível para os atletas continuar a ter uma plataforma de classe mundial para atuar nos próximos anos”, continua ele, em declarações reproduzidas no comunicado oficial distribuído pela WSL.

E o que esse acordo de fato significa? De maneira discreta, quase no final do texto, o press release diz que:

“Com o surfe incluído como um esporte olímpico nos jogos de 2020, o acordo entre WSL e WPS vem em uma hora importante em termos de colaboração em maneiras de otimizar as oportunidades olímpicas, assim como continuar a melhoria e a evolução do esporte para sua audiência global”

O processo de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 obrigou os surfistas da WSL a participarem dos jogos da ISA, em Miyazaki, Japão. Espremido entre duas etapas do CT em dois continentes diferentes (Tahiti Pro, o Pacífico Sul, e o Freshwater Pro, na Califórnia), o campeonato forçou os atletas a um desgaste inesperado para o ano — um bom exemplo é a correria de Italo Ferreira para conseguir chegar ao evento depois de ter seu passaporte roubado.

A sinalização não é clara. Talvez o acordo vise evitar que os surfistas da elite mundial tenham que passar por isso em novas oportunidades — o que seria um golpe para a ISA. Graças a essa obrigatoriedade, a entidade “alternativa” conseguiu, em 2019, atrair mais atenção do que nunca para seu campeonato. Talvez seja uma forma de pressionar a ISA por um processo mais simples de classificação para os tops do CT. E pode ser também que não afete em nada essa complexa relação entre as três partes — ISA, WSL e Comitê Olímpico Internacional.

Nós questionamos a WSL sobre isso e estamos aguardando as respostas. Mais atualizações em breve.

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