A adrenalina já está em alta com a abertura da janela da etapa sul-africana do Mundial da WSL. Mesmo com toda a emoção e ação nas ondas, não é possível estar em J-Bay sem pensar em tubarão. A memória do incidente envolvendo o tricampeão mundial Mick Fanning em 2015 ainda ecoa, e a preocupação com a segurança dos surfistas é uma questão muito importante.
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Naquela fatídica bateria final de 2015, Mick Fanning teve um encontro assustador com um enorme tubarão branco. O incidente ocorreu ao vivo, com a transmissão pela internet para o mundo todo, e as imagens viralizaram rapidamente, alcançando até mesmo pessoas que não estavam familiarizadas com o universo do surf. Desde então, o assunto tem sido frequentemente discutido e continua a provocar reflexões sobre a segurança dos atletas nas competições – especialmente neste pico.
Recentemente, Mick Fanning participou do podcast Gypsy Tales e compartilhou sua perspectiva sobre a experiência. Ele descreveu-se como extremamente sortudo e relatou como a ficha demorou a cair sobre a gravidade do que havia acontecido. Fanning se lembrou de como todos estavam cheios de adrenalina e felizes por ele ter sobrevivido após o incidente, mas quando voltou à área dos competidores, testemunhou seus colegas chorando de preocupação.
Se os australianos, que convivem com uma maior presença de tubarões brancos, levantam essa questão, imagine os surfistas brasileiros, que vivem em áreas onde o encontro entre o predador e humano é raro ou inexistente.
Vale lembrar que até o próprio tricampeão mundial, Gabriel Medina, chegou a revelar seu medo de tubarões após o incidente com Mick Fanning. Em uma declaração em 2015, ele questionou: “Tem praias nas etapas que têm currículo de ataque de tubarão, dá medo. É nosso trabalho, a gente tem que ir lá, mas para falar a verdade, segurança, segurança mesmo não tem. Em J-bay, o tubarão chegou do lado dele, é que não era a hora dele, mas podia ter acontecido o pior ali, ia ser muito ruim, poderia ter sido eu ou outro companheiro, é difícil”.
Medidas de segurança da WSL?
Após o incidente com o australiano, a WSL tomou algumas medidas para mitigar os riscos e evitar encontros perigosos entre surfistas e tubarões. A liga implementou protocolos de segurança em todos os seus eventos, incluindo J-Bay. Jetskis, drones e o dispositivo eletrônico conhecido como “shark shield” (escudo de tubarão) têm sido utilizados como parte dessas medidas.
Com o intuito de saber se esses protocolos seguem ativos e se houve qualquer atualização recente para esta etapa de 2023, a Hardcore entrou em contato com a WSL. A liga afirmou que possui medidas sérias de segurança em vigor e se comprometeu a oferecer uma declaração detalhada das medidas. No entanto, até o momento da publicação da matéria, a entidade não havia enviado mais explicações.
Outros ataques em J-Bay
Em 2021, um ataque de tubarão levou ao fechamento temporário da praia de Jeffreys Bay. Naquele ano, a etapa sul-africana do Championship Tour da WSL não ocorreu por conta da pandemia. Devido às circunstâncias especiais, não podemos afirmar com certeza se a WSL teria realizado ou não a etapa no local mesmo diante do incidente envolvendo tubarão.
Há pouco mais de 2 meses para o evento deste ano, o pico registrou mais um ataque de tubarão que aumentou ainda mais as dúvidas sobre a segurança dos atletas. No dia 3 de maio, um surfista amador foi mordido na perna esquerda enquanto surfava por lá. Felizmente, ele sofreu apenas ferimentos não letais.
Sem sombra de dúvidas, o risco de tubarões continua a ser um elemento presente no cenário das perfeitas direitas de J-Bay. O mar e a natureza são imprevisíveis, mas a segurança dos surfistas deve ser sempre uma prioridade inegociável. Garantir a proteção de todos os envolvidos requer a adoção de precauções adequadas e claras, com o objetivo de proporcionar tranquilidade tanto aos surfistas quanto ao público.