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Vice-campeã do Dream Tour Floripa, Diana Cristina recorre a campanhas virtuais para competir

Em contraste com a boa fase em que atravessa o surf nacional, atletas profissionais que ocupam as primeiras colocações nos pódios enfrentam dificuldades para viabilizar sua participação nos eventos por falta de patrocínio.

Semana passada, o paraibano radicado em Florianópolis e atual campeão catarinense, José Francisco da Silva Neto, o “Fininho”, terceiro colocado no Dream Tour Floripa, revelou que não participará das próximas etapas do campeonato brasileiro devido à falta de recursos financeiros. Enquanto um patrocinador não aparece, ele precisa contar com a ajuda de doações que nem sempre são suficientes para cobrir todos os custos que uma carreira de surfista profissional exige.

Situação semelhante vive a sua conterrânea, Diana Cristina, a “Tininha”, vice-campeã do Dream Tour encerrado no domingo passado, nas ondas da Praia Mole.

De origem indígena, do povo Potiguara, Tininha despontou cedo no cenário nacional, em uma época em que o surf feminino enfrentava preconceitos maiores ainda do que atualmente. Em 2006, quando tinha 15 anos, foi campeã de uma etapa do QS, o Costão Pro Floripa. Em seguida, conquistou uma série de títulos importantes, como a terceira colocação no Mundial Júnior da ISA e o título brasileiro de surf profissional, em 2011.

Tininha
Aos 15 anos, campeã do no QS do Costão do Santinho. Foto: Nilton Santo

Porém, mesmo com grandes resultados, Tininha acabou perdendo patrocínios e, para se sustentar, buscou diversas ocupações, incluindo trabalhar como fiscal de loja, atendente de balcão e supervisora, entre outras funções. Ela precisou diversificar suas fontes de renda, uma vez que o surf já não cobria suas despesas. Infelizmente, a pandemia e a suspensão das competições a obrigaram a interromper sua carreira e se afastar do surf.

Porém, inspirada pela boa fase do surf brasileiro, Tininha decidiu voltar a competir, mesmo ciente das enormes dificuldades que enfrentaria. Com ajuda de amigos e apoio de equipamentos e treinamentos, ela conseguiu vestir novamente a lycra de competição. No entanto, as inscrições possuem valores elevados e os custos com deslocamento e hospedagem também. Sem patrocínio, Tininha, junto de sua família, vem fazendo campanhas em suas redes sociais para levantar os valores necessários para seguir buscando novamente seu espaço. Nem sempre ela consegue e por isso foi obrigada a desistir de algumas competições importantes, por falta de apoio financeiro.

Para competir no Dream Tour Floripa, Tininha recorreu mais uma vez às redes sociais, para pedir ajuda. O vice-campeonato na Praia Mole trouxe um pouco de alívio e o dinheiro conquistado com o valor da premiação será investido em sua carreia. Mas essa é uma situação que está longe de ser a ideal, pois o foco de um atleta deve ser direcionado a sua performance. Infelizmente, esse ainda não é o caso de surfistas talentosos e promissores como Diana Cristina e Fininho.

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