A primeira turma do programa de treinamento da ISA (Associação Internacional de Surfe) em Teahupoo voltou com boas notícias. Os convidados postaram declarações atestando uma grande evolução no pico, e aparentemente ninguém se machucou. Ou pelo menos não seriamente, já que é difícil imaginar que num grupo de seis atletas nenhum tenha sofrido ao menos um arranhão surfando pela primeira vez numa das ondas mais perigosas do mundo.
+ Aliados X Nazistas? Site de surf gringo propõe discutir banimento dos aéreos no circuito mundial
+ Estilo importa: você também pode participar do novo concurso da Vissla que vai dar prêmio de 10 mil dólares
O programa de treinamento criado pela ISA visa preparar atletas que não conheciam Teahupoo para as Olimpíadas de Paris 2024, que terão as disputas do surf realizadas nos seus tubos desafiadores. O grupo esteve em Teahupoo de 1 a 7 de julho, e foi formado por Alan Cleland (MEX), Bryan Pérez (ESA), Uri Uziel (ISR) Candelária Resano (NCA), Safi Vette (NZL) e Shino Matsuda (JPN). Durante a intensa semana de treinamento, que contou com boas ondas, os surfistas foram acompanhados pelos guias taitianos Michel Bourez, ex-top da WSL por muitos anos, e Tereva David, renomado local, que compartilharam alguns dos segredos para sobreviver à temida bancada.
Assistindo as imagens compartilhadas pela ISA e pelos próprios atletas, a impressão é de que o mexicano Alan George Cleland Quiñonez, campeão do último evento da ISA em El Salvador, foi quem melhor conseguiu se encaixar nos tubos de Teahupoo. O que era de se esperar, já que ele vem de Pascuales, uma onda também muito exigente. A diferença é que os tubos de Pascuales quebram para os dois lados e sob um fundo menos mortal, de areia. Cleland agradeceu a iniciativa da ISA em sua página no Instagram: “Uma experiência única ter a oportunidade de participar deste treinamento!! Tive uma equipe realmente incrível”.
Ver essa foto no Instagram
Entre as mulheres, a surfista japonesa Shino Matsuda demonstrou grande talento ao garimpar um verdadeiro diamante no famoso pico taitiano. Na postagem desse tubo em seu perfil do Instagram, até mesmo o experiente Michel Bourez, que já viu de tudo em Teahupoo, mandou um elogio: “Muito bom!”.
Ver essa foto no Instagram
Por outro lado, Uri Uziel, atleta de Israel, parece ter enfrentado dificuldades ao surfar de costas para a onda, o que pode até facilitar na hora de ficar fundo nos tubos, mas demanda um conhecimento técnico mais apurado. Uziel definitivamente terá que aprimorar suas habilidades se não quiser correr o risco de pagar um mico global nas Olimpíadas. Imagina a tensão a que os competidores serão submetidos, sabendo que milhões de pessoas estão de olho nas suas performances num dos palcos mais sinistros do planeta quando o assunto são ondas de meter medo.
Justamente para tentar deixar os surfistas mais relaxados e seguros quando o grande dia olímpico chegar, foi que a ISA enviou também um segundo grupo para treinar em Teahupoo entre 10 e 16 de julho. Nesse momento, Billy Stairmand (NZL), Cody Young (CAN), Lucca Mesinas (PER), Sol Aguirre (PER), Leilani McGonagle (CRC) e Tiara van der Huls (NED), já devem até estar voando de volta para suas casas, mas assim que mais noticias começarem a circular relatando como foi a experiência, as atualizações poderão ser acompanhadas aqui.