“Free Scrubber”, o mais recente filme da série “The Search”, da Rip Curl, traz a volta de Tom Curren aos filmes de surf nas ondas do México.
No auge da pandemia de Covid-19, Curren opta por fazer seu isolamento nas direitas quentes e perfeitas de Salina Cruz.
Acompanhado de seu amigo de longa data, Buggs Arico, e do cineasta australiano Andy Potts, Tom e seus amigos são surpreendidos quando, já em terras mexicanas, recebem a notícia de que as fronteiras foram fechadas para estrangeiros.
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Com isso, os três ficam três meses, sozinhos, sendo os únicos surfistas da cidade e com o point de Salina Cruz só para eles.
Tom Curren em ondas perfeitas e sem crowd é uma oportunidade boa demais para ser perdida. As câmeras rodaram.
Contudo, para além das linhas perfeitas de Curren e toda sua genialidade nas ondas, “Free Scrubber”, parece, de certa forma, tentar descontruir o mito e todo conceito “The Search” que nasceu com o próprio californiano.
“Ficou entediante depois de um tempo”, dispara Tom Curren, respondendo de forma quase desatenta, quando o cineasta começa a falar sobre o assunto.
Temos, então, de certa forma, a desconstrução de um mito. O filme adota uma linguagem diferente daquela que estamos acostumados acompanhar nas películas de surf.
Sequências bem-humoradas mostram um Curren “humano”, praguejando após quebrar sua alaia ao meio após um tombo desajeitado ao escorregar das pedras para entrar no mar; ou enquanto corre a parede de uma onda, sem fazer nada, sob uma narração exagerada de Joe Turpel, numa clara zoeira com a WSL e suas “transmissões épicas”.
Enfim, a metafórica Busca de Tom Curren agora se tornou um paradoxo. E ele claramente não quer ser encontrado.
No entanto, há uma lacuna aqui, pois, apesar de tudo, a genialidade de uma pessoa que mudou os rumos do surf está ali.
Mas agora, talvez, chegou o momento de olharmos apenas para o homem.