Você viu a previsão das ondas? Já checou as câmeras? Essas são duas das frases mais trocadas entre os surfistas da atualidade. Antes de combinar o surf do final de tarde no pico local, programar uma surf trip para outro continente, ou decidir se vale a pena desmarcar um compromisso para ficar grudado na internet assistindo um campeonato, saber como vão estar as ondas é um grande facilitador. Mas ninguém gosta de chegar na praia num dia de boas ondas e dar de cara com uma multidão na água que também fez aquela consulta prévia para saber como estaria o mar. Será que ser surfista não era melhor antes, quando quem tinha aquela ligação mais próxima com o oceano levava vantagem na escolha dos melhores momentos para surfar? A verdade é que a previsão das ondas é um dilema sem volta.
A revista Go Outside, parceira da Hardcore na editora Rocky Mountain, acaba de publicar em seu site uma matéria que discute esse assunto com muita propriedade, focando no papel do site Surfline.com como principal protagonista da revolução tecnológica que mudou o comportamento de surfistas no mundo inteiro. Com o sugestivo título “Previsão de ondas: o Surfline revolucionou o esporte ou matou parte de sua essência?”, o texto do jornalista Kyle DeNuccio, da Outside USA, leva o leitor a refletir sobre como a rotina de um surfista era organizada antes do advento da previsão de ondas e instalação de câmeras, e a maneira que ela passou a ser encarada numa nova era em que ficou fácil demais responder à pergunta chave da vida de todo surfista: como vai estar o mar?
A resposta está na palma da mão e se tornou um negócio de milhões de dólares ao redor do globo. Hoje são vários os sites que fornecem previsão de ondas e acesso a câmeras localizadas em pontos estratégicos, para que surfistas possam conferir ao vivo as condições de seu pico preferido sem ter que sair do lugar onde se encontram. Na matéria, Kyle retraça a trajetória pioneira do site Surfline até se tornar um gigante do segmento: “A empresa de 100 pessoas, sediada em Huntington Beach, Califórnia, agora compreende um site e um aplicativo móvel com 5,5 milhões de usuários que o visitam em média 18 vezes por mês para aproveitar seu serviço de previsão por hora e uma rede de mais de 950 câmeras que transmitem ao vivo ondas ao redor do mundo”, conta ele.
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Ao mesmo tempo em que Kyle vai assombrando o leitor com os dados referentes ao enorme alcance do Surfline, e as reações positivas e negativas que isso causa nas comunidades de surfistas afetadas, ele acompanha a maneira como a previsão de ondas impacta a vida do californiano Greg Long. Para o renomado surfista de ondas grandes a utilização da previsão foi fundamental para que suas investidas em busca das maiores ondas do planeta fossem bem sucedidas: “Os avanços na previsão são a principal razão pela qual o surf de ondas grandes progrediu tanto. Agora você pode prever quase que ao minuto quando e onde isso vai acontecer”.
O fato é que a previsão de ondas é um dilema sem volta. Os tempos em que o maior aliado dos surfistas costumava ser o mais antigo pescador da praia – aquele que sabia tudo do mar devido ao acúmulo de conhecimento adquirido em anos de observação das condições – jamais irão voltar. Entender como tirar o melhor proveito da tecnologia disponível é obrigatório para quem quiser estar na onda certa no momento certo. Independente da irreversibilidade dos avanços pelos quais o site Surfline é um dos principais responsáveis, ler a matéria na sua íntegra conduz o leitor surfista a uma fascinante viagem pelos bastidores do surf moderno, permitindo o entendimento de uma engrenagem que contribui decisivamente para colocar mais surfistas na água do que nunca antes.
