Em um comunicado enviado à imprensa francesa na última sexta-feira, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 anunciaram mudanças significativas na nova torre dos juízes para as competições de surf em Teahupo’o, marcadas para o próximo mês de julho.
O projeto original, que previa a construção de uma estrutura de alumínio de grande dimensão, foi alvo de protestos pois, de acordo com surfistas locais e organizações ambientais, por ser potencialmente prejudicial à vida do recife de coral sobre o qual será erguida.
Após intensa deliberação em conjunto com autoridades taitianas e o Alto Comissariado, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) confirmou que as provas de surf ocorrerão no passo de Hava’e, afastando a possibilidade anteriormente considerada em Taharu’u, em Papara. A decisão veio acompanhada da apresentação de um novo projeto de torre dos juízes, mais sóbrio, fortemente revisado e reduzido em tamanho e peso, associado à utilização de novas fundações de impacto mais limitado.
O presidente da Polinésia Francesa, Moetai Brotherson, havia divulgado as propostas dos gabinetes de design para a torre dos juízes na quinta-feira. No entanto, o esclarecimento oficial foi feito através de um comunicado de imprensa na manhã de sexta-feira.
“Não é possível homologar a atual torre de madeira”
O comunicado destacou que a atual torre de madeira, em uso há 20 anos para competições da World Surf League, não poderia ser homologada devido ao seu estado deteriorado. As fundações existentes foram consideradas comprometidas devido à corrosão ao longo do tempo e às agressões do oceano.
A sugestão de construir uma nova torre de madeira foi descartada devido ao prazo exíguo e ao custo adicional significativo. O COJO enfatizou que o alumínio foi inicialmente escolhido devido à durabilidade e resistência superiores, especialmente diante das condições marítimas adversas.
Diversas alternativas, como a instalação de juízes na praia ou em barcos, foram avaliadas e descartadas devido a limitações de visibilidade e segurança. A opção escolhida foi um projeto de torre de juízes significativamente revisado e reduzido em tamanho e peso.
O plano inclui a redução da superfície da infraestrutura em 50 m2, aproximando-se das dimensões da antiga torre de madeira, e a redução do peso para 9 toneladas. Uma nova barcaça motorizada, de menor porte e calado raso, será utilizada para o transporte, minimizando o impacto no coral.
Além disso, o COJO planeja reduzir o número de pessoas e equipamentos na torre durante os Jogos, ajustando-se ao padrão da World Surf League. Um cabo subterrâneo será instalado temporariamente para alimentação, sendo removido após as Olimpíadas.
O comunicado concluiu com o compromisso de Paris 2024 de manter um diálogo contínuo com os municípios envolvidos, representantes de associações ambientais, a comunidade local de surfistas e residentes. Reuniões mensais públicas em Teahupo’o a partir de janeiro de 2024 e um escritório de informações dos Jogos Olímpicos visam informar e envolver a população local nesse evento de grande importância para o Taiti.
Com informações L’Équipe.