Texto Alexandra Iarussi
Afinal, o que o CBD pode fazer pelo surfista? Imagine esta cena: o surfista havaiano Nathan Florence “cozido” ao sol. Ele acaba de surfar o que descreve ser como um swell havaiano de três dias.
Ele surfou Pipeline gigante, então voou para Jaws para uma sessão de tow-in e voltou naquela mesma noite direto para o North Shore de Oahu para surfar o Banzai Pipeline novamente pela manhã seguinte.
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“Meu corpo está exausto”, prossegue Florence em seu vlog. “Meus dorsais estão super doloridos, meus bíceps também; estou tenso demais. Mas Pipeline está quebrando, então, vou lá pegar alguns tubos.”
Ele veste a roupa de borracha e leva aos lábios ressecados uma pipeta de óleo CBD, despejando várias gotas sob a língua.
“Dois conta-gotas cheios”, diz ele, “devem, com sorte, reduzir a inflamação de viajar e surfar Jaws e viver nesse ritmo o tempo todo,” completa.
Nos últimos anos, Nathan e muitos de seus contemporâneos das ondas grandes passaram a confiar no CBD como suplemento vital para suas rotinas de surf muitas vezes esgotantes.
Mas o que dizer dos surfistas que não se jogam regularmente na monstruosa Jaws, uma onda surfada por pouquíssimos humanos na face da Terra?
Será que algumas gotas diárias de extrato não psicoativo de cannabis podem fazer maravilhas semelhantes para aqueles de nós que preferem deslizar casualmente ao longo de um metro de onda?
A popularidade do canabinóide na outra ponta do espectro do surf, no mundo do longboard tradicional, por exemplo, sugere que deve haver benefícios além da reparação de músculos dilacerados pelo poder das maiores ondas do mundo.
Inclusive, uma das figuras mais influentes do longboard está tão entusiasmada com isso quanto Florence.
Kassia Meador: começou tratando a mãe
A longboarder Kassia Meador descobriu o CBD pela primeira vez quando procurava maneiras de tratar sua mãe, que sofria de esclerose múltipla.
Era o início do CBD, então Kassia decidiu provar também, de forma a demonstrar à sua mãe que não era uma substância psicoativa, “e eu me senti bem,” ela disse após sentir os efeitos.
“O CBD me ajuda a dormir”, ela conta; “combate jet lag se eu tiver; ajuda meu corpo a se recuperar do treinamento e do surf e também é bom para ajudar na função neurológica porque sofri muitas concussões graves nos últimos anos.”
O CBD e o surfista
Após ganhar um pouco de óleo CBD em um leilão de caridade, o surfista Sam Bowden, 25, de Devon, na Inglaterra, começou experimentá-lo para tratar-se de dores residuais de fraturas em seu tornozelo e em sua mão. No entanto, assim ele descobriu efeitos mais poderosos do canabidiol.
“Eu sofro de transtorno afetivo sazonal nos meses sombrios, o que leva a outras patologias”, ele disse. “Mas o CBD teve um efeito extremamente positivo e mudou muito minha saúde mental – para melhor.”
O longboarder Adam Zervas, veterano de Newquay, no Reino Unido, começou a usar o CBD depois que sua esposa teve sucesso no tratamento da dor em seu ombro.
“À medida que fui ficando mais velho, meu surf ficou muito afetado por lesões”, ele disse, “de discos prolapsados em meu pescoço a músculos rompidos. Quando você é jovem, surfa o tempo todo e está mais em forma; mas conforme envelhece, suas prioridades mudam em relação à família e ao trabalho, seus níveis de condicionamento físico declinam e você sente no seu surf.”
“É como qualquer coisa”, continua ele, “se você tirar a parte externa de uma bola de golfe, ela está cheia de elástico, e se esse elástico começa a se soltar, você percebe. É como se o seu corpo e músculos estivessem segurando tudo juntos e quando você começa a perder sua forma física, você começa a se machucar e sofrer com pequenas dores.”
“Acho que o CBD é incrível porque é uma das substâncias antiinflamatórias naturais mais impressionantes”, Adam continua. “Sempre que você se exercita, os músculos trabalham e você rasga as fibras, e isso cria uma inflamação. Portanto, para se recuperar, você precisa reduzir essa inflamação. Senti nele um grande trunfo para isso.”
Adam também é pai de um dos talentos mais empolgantes do longboard da Grã-Bretanha, Jordan, que ele diz também usar CBD para acalmar os nervos.
“É algo que ajuda, você sabe”, diz Adam, “como comer a comida certa ajuda, alongar e descansar ajuda. Eu não posso mais surfar como Jordan surfa, ele tem 18 anos, eu tenho 53, é um pouco diferente!”
Embora existam vários estudos científicos sólidos que apoiam as alegações de que o CBD pode reduzir a dor, ajudar com a ansiedade social e melhorar o sono, ao longo de sua história, a verdadeira porta de entrada para a compreensão de toda a gama de benefícios tem sido ouvir os relatos de primeira mão sobre aqueles que o usam.
É verdade que, como tudo no mundo da saúde e bem-estar, o CBD não funciona para todas as pessoas, para todas as doenças e deve sempre ser tomado junto com o que o médico prescreve.
No entanto, como surfistas, estamos sempre procurando maneiras de maximizar nosso tempo na água, aliviar a queimação no ombro em viagens intensivas de surf ou mesmo após uma longa caída no quintal de casa e claro, melhorar nossas chances de surfar até a velhice.
Com base na ciência e nos relatos de surfistas profissionais do dia-a-dia, o CBD pode ser parte valiosa do kit de ferramentas que nos ajuda a alcançar exatamente isso.