Sophie Goldschmidt, a CEO da Liga Mundial de Surf (WSL), afirmou em uma entrevista ao site Surfline, dos Estados Unidos, que Kelly Slater não vai se aposentar ao final de 2019, como o próprio surfista havia anunciado, de maneira surpreendente, no meio da transmissão da etapa de Jeffreys Bay.
“Depois de seu surpreendente anúncio inicial, ele disse que estava ameaçando se aposentar nos últimos 10 anos, então não se prenda muito a isso. Com os Jogos Olímpicos logo ali, e ele sendo uma das pessoas mais competitivas do planeta, ainda não há nenhum plano [de aposentadoria]”, disse Goldschmidt, quando questionada sobre o possível encerramento de carreira de Slater.
O onze vezes campeão mundial pegou a todos de surpresa quando afirmou, na cabine de locução oficial da WSL, que participaria das competição por “apenas” mais um ano e meio. O anúncio causou uma impressão estranha no público.
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Joel Parkinson, campeão mundial de 2012 e um dos maiores nomes do esporte, havia acabado de anunciar que se aposentaria ao final do ano. Toda a comoção em torno de Parkinson no momento de seu anúncio acabou rapidamente após a declaração de Slater, que foi vista por muitos como uma maneira de tomar os holofotes do australiano para si e voltar ao centro das atenções.
Depois da repercussão negativa, Slater escreveu uma longa mensagem, afirmando que nunca teve a intenção de roubar o momento de Parkinson, e que apenas tinha sido comovido pelo anúncio do australiano.
Entrevista ou press release?
No restante da entrevista, Goldschmidt fala brevemente sobre algumas polêmicas mais recentes, como os problemas da transmissão via Facebook e o pagamento igualitário entre homens e mulheres.
A entrevista não aborda alguns dos principais problemas, como a diferença no tratamento às ameaças de tubarão nas etapas de J-Bay e de Margaret River ou mesmo a perda da licença para realização do Pipe Masters em 2019. Além disso, a assinatura do repórter Matt Pruett foi retirada da noite para o dia.
Não foi boa a reação do público, que passou, grande parte, a afirmar que a matéria foi uma encomenda da WSL em uma tentativa de melhorar a imagem da entidade e de sua comandante, que vem recebendo fortes críticas, especialmente desde a confusão com as licenças no Havaí. Vale lembrar que a Surfline é parceira oficial da WSL para a previsão de ondas nos eventos.
Você pode ler a entrevista na íntegra aqui.