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John John Florence vence pela 1ª vez em Pipeline e quebra jejum havaiano de 14 anos

Enfim, John John Florence é campeão em Pipeline em cima de Gabe Medina.

É a primeira vitória de JJF em Pipeline e a primeira vitória de um havaiano em Pipeline desde que Andy Irons venceu a etapa em 2006.

E aí no meio desse caminho que achávamos que talvez não fosse ter fim, Erik Logan com Covid-19.

E você “Can’t script this”.

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Cada qual do seu jeito, Gabe Medina e JJF traçaram seus caminhos rumo à que facilmente poderia ser (se não foi) a final mais esperada e emocionante do ano – tirando o confronto de JJF contra Slater na semifinal, que teve mais ondas boas, mais tubos kamikazes de Slater, mais emoção e já foi uma final em si.

Na quarta de final, Medina errou incomumente contra Kanoa Igarashi, mas avançou firme para enfrentar Italo Ferreira na segunda semifinal.

Não teve como não relembrar do embate da dupla na final do Pipe Masters 2019, quando Italo clamou seu primeiro título e Medina viu seu tri escapar pelos dedos naquela final de Pipe Masters.

Enfim que os amigos se reencontraram, e Italo está abatido (mesmo não querendo demonstrar porque ele é um guerreiro) com as costelas machucadas (ainda não sabemos o que é que ele tem, mas ele usa o mesmo colete do Strider para surfar) por conta de um choque com o fundo de Pipeline na bateria anterior.

E aí que Medina pega um tubaço para esquerda no meio da bateria passando na frente do Italo que volta para o outside. Naquele momento (ainda faltam pelo menos 10 minutos para o término da bateria) parece que Medina já anuncia o tom da revanche concluída com sucesso. Com prioridade sob suas asas, Medina escolta o ferido guerreiro Italo seguramente no segundo lugar até os minutos finais para selar seu compromisso na final contra o menino de ouro do North Shore, o intocável JJF.

JJF que, na semifinal contra Kelly Slater, em menos de 10 minutos, já somava 9.23 e 8.93 pontos e assim assegurou sua vitória limpa e rapidamente avassaladora contra Slater.

Slater perdeu para JJF, mas, até mesmo quando perde, Slater faz de um jeito bonito e impecável e único.

O The Goat ficou toda a bateria buscando dois high scores para superar a média brilhante do havaiano, mas, ele não conseguiu. Só que Slater nos faz cair o queixo e chega dar borboletas na barriga em relembrar ele usurpando a prioridade de JJF para, nos instantes finais da bateria, dropar um expresso para Backdoor, percorrendo aquelas portas do fundo como ninguém – o Slater é assim: dá essas masterclass gratuitas.

“The Goat” – Kelly sendo Kelly

Dias atrás, o “The Goat” já fez história surfando de biquilha em Pipeline.

A cada capítulo desse Pipe Masters, Slater deu seu show.

Aliás, foi no meio de sua bateria contra o australiano Jack Robinson – pelo último confronto das quartas de final – que o locutor da WSL conta essa história de que Slater foi pedalar nas montanhas com Shane Dorian e saiu capotando montanha-barranco-abaixo, e que Slater, portanto, surfava com as costas machucadas, enfim, e lá ia Slater, desfilando toda sua molecagem aos 48 anos, para ensinar ao precioso Robinson que a experiência pode ser sua pedra filosofal.

E aí que Slater vai às semis contra JJF. Enfim, Slater perde mesmo para JJF e pode não ter levado o caneco dessa vez em Pipeline, mas, ainda assim, ele segue no gás e pilotando em uma certo tempo x espaço que parece que dificilmente será alcançado por algum ser humano surfista.

Quê falar de Italo? Ele sempre elétrico. Quando não dava tubo, voava alto no aéreo rodando; quando dava tubo e aéreo, era tubo e aéreo, concluídos no limite do que pode ser chamado de alta performance no sentido mais puto. Com viradas, twists, e a dramática costela lesionada nas quartas, Italo nos deixou com a sensação de que a gente queria mesmo é vê-lo surfando até o fim do campeonato em potência máxima.

Mas o destino não quis, assim como o destino quis que vencesse o menino dourado do North Shore.

Querido por todos, JJF saiu da água e tratou de lembrar sobre o espírito que prevaleceu no domingo – 20/12/2020 – certamente inesquecível a todo havaiano.

Afinal, já fazia 14 anos desde que Andy Irons protagonizou uma das baterias mais espetaculares de todos os tempos contra Slater na final de Pipeline em 2006 para levar o título de Pipeline de volta ao Havaí. Relembre:

Desde o início da etapa de Pipeline, JJF já se mostrava afiadíssimo e sintonizado e sincronizado com o seu quintal.

Aliás, se tem um cara que não nos surpreende que leve a melhor em Pipeline, esse cara é JJF. E sabendo desse jejum desde que Andy virou contra Kelly nos cinco minutos finais e que fazia 14 anos que um havaiano não sabia o que era ser primeiro colocado em Pipeline, a conquista de JJF une-se a um grito de mais centenas de havaianos. E assim o menino de ouro do North Shore realiza mais um antigo sonho.

Medina já tem um troféu de Pipeline Master, JJF não tinha nenhum.

Mais informações aqui.

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