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Jeremy vence Italo na final e é campeão do Quiksilver Pro

Jeremy Flores domina tubos de La Nord e La Graviere, vence final contra Italo Ferreira e sagra-se campeão do Quiksilver Pro — seu primeiro título na França

Por Fernando Guimarães

Hoje a festa vai longe em Hossegor. Ou talvez nem tanto, já que o campeão da etapa, o primeiro francês da história a fazê-lo, agora é pai de um garotinho e já não tem mais aquele pique todo pra noite. O apetite para os tubos, entretanto, continua igual: Jeremy Flores, que soma títulos em Pipeline e Teahupoo, deu um show nos canudos de La Graviere e La Nord ao longo de toda esta sexta-feira (11), incluindo na final, contra o brasileiro Italo Ferreira, e sagrou-se um emocionado campeão do Quiksilver Pro, etapa da França do Circuito Mundial da WSL.

Para o francês das Ilhas Reunião, a vitória significa a entrada no top 10, com a 9ª posição do ranking, e solidifica seu nome no circuito por mais um temporada em 2020. Para o vice-campeão, entretanto, o impacto é maior. Mesmo sem vencer a final, Italo Ferreira passa da quinta para a quarta posição, diminui para menos de 6 mil pontos sua desvantagem para o atual líder, Gabriel Medina, e não apenas se coloca novamente na briga pelo título mundial da temporada como esquenta muito a corrida pelas vagas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. São apenas duas vagas para ele, Gabriel Medina e Filipe Toledo, o atual segundo colocado.

Entre as mulheres, o campeonato foi vencido por Carissa Moore, que assim como Jeremy Flores, sobressaiu-se em relação às demais nos tubos. Confira aqui como foi o último dia de competição entre as mulheres.

Jordy perde mas Medina não aproveita

O dia começou com a organização pisando no acelerador para encerrar tudo nessa sexta, melhor dia da janela de acordo com os mapas meteorológicos. Assim, doze baterias do campeonato masculino foram corridas apenas durante a manhã, todas as oitavas e quartas de final, utilizando o sistema de dual heats, as baterias simultâneas.

Em La Nord, bancada mais afastada da praia, direitas, na maioria, mas também algumas esquerdas abriam bons tubos e enormes paredes para manobras, penteadas por um constante vento terral. Mas Jeremy Flores pegou três tubos em sua bateria, um melhor que o outro, todos grandes e para a direita, manobrando numa linha clássica na saída, e despachou Jordy Smith. O sul-africano não completou nenhuma onda decente e terminou com soma de 6 pontos.

Ryan Callinan foi o primeiro a arrancar uma nota alta com manobras, contra Ezekiel Lau, e venceu uma boa e equilibrada bateria com o havaiano. Wade Carmichael saiu da água comemorando após pegar um tubo no final do embate com o local Marc Lacomare. Ele precisava de quatro alto e xingou muito na areia quando ouviu que não ganhou a virada.

Gabriel Medina já estava na água, junto com os outros dois surfistas restantes que já haviam vencido ali, Julian Wilson e Adrian Buchan. Julian pegou um tubo animal, mas foi derrotado pela calmaria. Complementou seu 8,33 com uma nota 2, e viu Freestone avançar com um cinco e um seis.

Buchan pegou dois tubos razoáveis logo no começo. Medina tentou uma atrasada estilosa para se instalar no interior de uma direita, mas acabou ficando lá dentro. Depois de tirar uma nota cinco e voltar para o outside, com a prioridade, o brasileiro esperou, esperou, esperou… Esperou por 19 minutos, e quando pegou uma onda, a 3 minutos do fim, não foi suficiente para virar, e já não tinha mais tempo para retornar ao outside. Bateria estranha em que ele talvez pudesse ter arriscado mais.

Yago Dora perdeu para Kolohe Andino com uma interferência em uma onda em que julgava ter a prioridade. Kolohe tinha o inside, mas o brasileiro dropou na sua frente. Yago deu uma manobra e saiu da onda. Mas na verdade, se a prioridade fosse sua, como ele julgava ser, ele poderia ter surfado até o final, pois não seria interferência de Kolohe — o americano dropou atrás e nunca cruzou a linha de Yago.

Leo Fioravanti venceu Seth Moniz com bons tubos, e Italo passou por Michel Bourez com um backside absurdamente rápido em suas mudanças de direção, lembrando de suas melhores atuações em Bells e J-Bay.

Jeremy abriu as quartas novamente com um tubo, próximo dos cinco pontos. Depois, tirou um oito em outro tubo parecido, longo e rápido, e um seis com um tubo curto em uma onda muito grande — todos para a direita — demonstrando uma sintonia incrível com o mar. Freestone passou apertado por Lacomare e impediu o duelo de locais na semi. Buchan perdeu para um inspirado e muito animado Fioravanti e Italo novamente manobrou com muita força e verticalidade para vencer uma atuação fraca de Kolohe Andino.

Nas semis, com a maré cheia, as baterias foram para La Graviere, no inside. Uma onda que dá vantagem maior para tubos, mas proporciona muito mais rampas para aéreos.

De um lado da chave, Jeremy limpou todo mundo entubando com muita categoria e uma excelente leitura dos dois picos. Do outro, Italo passava sempre manobrando, usando seu backside explosivo para criar notas durante as calmarias e nas séries intermediárias.

Foi assim que eles passaram pela semi. Jeremy por Freestone, com destaque para uma esquerda muito pesada, que ele tomou inteira nas costas antes de sumir dentro do tubo e sair, incrivelmente, em pé na prancha, sem mão na borda, pra delírio da galera; Italo por Fioravanti, que arriscou a virada com um tubo no final e não ganhou a nota que queria — o potiguar agora manobrava também para a esquerda, explorando a verticalidade das sessões praticamente no sexo.

Italo arriscou um aéreo absurdo no começo da final, que teria sido sua única chance contra Jeremy. O francês pegou o melhor tubo do evento, que poderia ser 10, mas foi 9,67; e esperou com paciência até pegar mais um, cinco e pouco, e mais outro, perto disso também. Italo buscava manobras e até os tubos, sem sucesso.

O brasileiro defende o título do MEO Rip Curl Pro Portugal, próxima etapa do Circuito Mundial e penúltima da temporada. A etapa, disputada em Peniche, começa já na próxima 4ª feira, 16 de outubro. Fique ligado.

Quiksilver e Roxy Pro – resultados

Oitavas de final:
1. Jeremy Flores 15,50 x 6,67 Jordy Smith
2. Ryan Callinan 14,17 x 12,83 Ezekiel Lau
3. Marc Lacomare 8,87 x 8,63 Wade Carmichael
4. Jack Freestone 12,33 x 10,33 Julian Wilson
5. Adrian Buchan 10,00 x 9,50 Gabriel Medina
6. Leo Fioravanti 11,77 x 8,83 Seth Moniz
7. Kolohe Andino 10,33 x 6,00 Yago Dora
8. Italo Ferreira 13,84 x 8,06 Michel Bourez

Quartas de final:
1. Jeremy Flores 14,40 x 13,17 Ryan Callinan
2. Jack Freestone 13,00 x 12,84 Marc Lacomare
3. Leo Fioravanti 13,30 x 13,00 Adrian Buchan
4. Italo Ferreira 13,93 x 11,36 Kolohe Andino

Semifinal:
1. Jeremy Flores 16,33 x 4,73 Jack Freestone
2. Italo Ferreira 11,60 x 10,83 Leo Fioravanti

Final:
Jeremy Flores 15,00 x 8,23 Italo Ferreira

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