Jadson André, Italo Ferreira, Filipe Toledo, Gabriel Medina e Yago Dora avançaram no Rip Curl Pro Bells Beach em dia ruim de surf em Winkipop
Por Fernando Guimarães
Ondas mexidas de até um metro em Winkipop iniciaram o Rip Curl Pro Bells Beach nesta virada de quarta para quinta (17 para 18 de abril), em um dia de surfe medíocre e, em geral, difícil de assistir, especialmente durante a madrugada do Brasil.
A organização levou uma boa lista de convidados à cabine de transmissão para tentar manter o evento interessante: Matt Wilkinson, Mick Fanning, Mason Ho… Nenhum deu certo. Nada funciona se as ondas estiverem ruins.
E levar o coitado do Wilko, que até o começo do ano passado era um top do CT disputando o título mundial e em 2019 contentou-se em perder a final da triagem (e a vaga no evento principal) para o obscuro Jacob Wilcox, pareceu de uma certa crueldade.
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Jadson André venceu sua primeira no ano! E surfando muito bem. Boa notícia.
Filipe Toledo faz as maiores notas, mas isso nem chega a ser emocionante — em direitas de meio metro, é como se fosse sua obrigação.
Contra Kelly Slater e o convidado Xavier Huxtable o brasileiro mal teve uma competição à altura. Slater deve estar agradecendo muito a ausência de Griffin, escalado originalmente para o lugar de Xavier, que tem apenas 16 anos. Mas nos duelos homem a homem, tudo indica que o desempenho do 11x campeão mundial deve melhorar bastante.
Gabriel Medina surfou contra Ryan Callinan e o local Harry Mann e se teve alguma coisa mais ou menos interessante neste interminável round 1 que continua não sendo eliminatório foi constatar ao vivo a diferença entre um excelente surfista e um surfista profissional. Vencedor da triagem entre os locais e funcionário da sessão de roupas de borracha da loja da Rip Curl em Torquay, Harry deve ser o rei do pico em 99% das quedas que faz; mas o salto de qualidade para chegar ao nível de Callinan e Medina é brutal.
(agora imagine o Wilko assistindo a um garoto de 16 anos e um vendedor de wetsuits correndo contra seus antigos rivais enquanto ele se planeja para correr um QS 6 estrelas em ondas ainda piores que essas no Japão)
Além de um modelo de roupa de borracha no mínimo exótico, Medina trouxe uma prancha mais gordinha, tanto em largura quanto em espessura, e está desgarrando a rabeta com uma facilidade incrível — e um pouco melhor do que Italo tem feito, o que o torna, neste momento, candidato sério ao título da etapa. Zero novidades.
Caio Ibelli voltou a mostrar que tem surfe para ficar na elite. Mas mesmo assim foi o terceiro, atrás de Zeke Lau (um cara que parece nascido pra surfar em Bells) e de Italo Ferreira em uma bateria bastante disputada — poderia tranquilamente ter sido Italo a ir para a repescagem.
Michael Rodrigues também vai disputar a primeira rodada eliminatória. Ele começou agressivo a bateria, pegando várias ondas antes de seus adversários, Conner Coffin e Leo Fioravanti. Mas as notas não foram boas e ele eventualmente foi ultrapassado pelos dois.
Ygo Dora, que ficou em último em Bells no ano passado, já se garantiu na próxima rodada com a segunda posição atrás de Ricardo Christie e à frente de Wade Carmichael.
O campeonato foi paralisado na décima bateria do round 1 por falta de condições. Caio Ibelli, Michael Rodrigues, Wade Carmichael, Owen Wright, Xavier Huxtable, Soli Bailey, Joan Duru, Jack Freestone e Harry Mann foram os enviados para o primeiro tudo ou nada da etapa. Para ver os resultados detalhados, entre aqui.
Próxima chamada às 17h30 desta quinta, no horário de Brasília.