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Dos oito brasileiros, sete vão brigar por vagas nas oitavas de final do Pro Portugal

O Brasil segue quase com força máxima no evento em Portugal do CT (Championship Tour). Apenas um foi eliminado e sete vão disputar vagas para as oitavas de final desta terceira etapa do circuito de 2022. Quatro se classificaram na sexta-feira e João Chianca foi o destaque da seleção brasileira nos tubos de Supertubos. O vice-campeão mundial Filipe Toledo ganhou o primeiro confronto do dia e Caio Ibelli e Miguel Pupo também estrearam com vitórias em Peniche.

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A primeira chamada para a terceira fase pode acontecer às 7h30 do sábado em Portugal, 4h30 da madrugada no Brasil, com transmissão ao vivo pelo Globoplay e pelo WorldSurfLeague.com.

O recordista em finais na etapa portuguesa em Supertubos, Italo Ferreira, vai abrir o próximo dia, com a primeira disputa pelas oitavas de final, com o havaiano Imaikalani Devault. A segunda bateria será histórica para o Brasil, com o primeiro duelo eliminatório dos irmãos Miguel e Samuel Pupo na divisão de elite da World Surf League.

Depois, ainda pela chave de cima do evento, que vai apontar o primeiro finalista do evento, tem o vice-campeão mundial Filipe Toledo contra o australiano Owen Wright na quinta bateria e João Chianca com o californiano Conner Coffin na sétima. Os outros brasileiros vão fechar a terceira fase, em mais dois confrontos com surfistas dos Estados Unidos, logo após o peruano Lucca Mesinas enfrentar Kolohe Andino.

A penúltima bateria será entre Jadson André e Griffin Colapinto, com os dois tentando entrar na lista dos 22 primeiros colocados no ranking, que permanecerão disputando o na elite na segunda metade da temporada. Já a briga pela última vaga para as oitavas de final, envolverá dois integrantes do seleto grupo dos top-5 do ranking, que se classificarão para disputar o título mundial, Caio Ibelli e Kelly Slater.

Filipe Toledo venceu a bateria que abriu a sexta-feira do Pro Portugal em Peniche (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

Na quinta-feira, as manobras aéreas arrancaram as maiores notas do dia, com Italo Ferreira sendo o recordista absoluto com nota 8,50 e 16,17 pontos. Na sexta-feira, as condições do mar mudaram e Supertubos fez jus ao seu nome em um dia de muitos tubos a tarde toda, depois que a competição retornou às 12h30 em Peniche, na enchente da maré. No início do dia, só foi possível realizar duas baterias na maré seca e Filipe Toledo ganhou a primeira.

“O mar estava muito difícil com a maré secando bastante. Mas, consegui fazer duas ondas medianas, que foram suficientes para passar a bateria. Nessa condição (do mar), qualquer onda acima de 3 pontos já seria muito boa, então estou amarradão por ter passado e agora é focar no próximo rounde”, disse Filipe Toledo, que está homenageando a tenista Maria Esther Bueno em sua lycra, na celebração especial promovida pela World Surf League pelo Dia Internacional da Mulher.

Outra vitória brasileira marcou o retorno da primeira fase do Pro Portugal no início da tarde da sexta-feira. As condições do mar ainda não estavam boas, principalmente pela força do vento agindo negativamente na formação das ondas. Mas, Caio Ibelli achou um bom tubo no começo da bateria. A nota 5,67 que recebeu, foi a maior do confronto que terminou com a vitória do número 4 do ranking por 8,20 pontos, contra 7,73 do português Frederico Morais e 7,67 de Conner Coffin, que foi para a repescagem.

Caio Ibelli começando a defender a quarta posição no ranking com vitória (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

“Eu tava vendo o mar antes da bateria e não tinha nada de onda surfável. Então, quando consegui a nota 5 (5,67), já fiquei até mais aliviado”, contou Caio Ibelli. “Depois, fui em várias ondas que fecharam e até fiz um ‘claim’ numa onda que os juízes me deram uma nota 2 (2,53). Com ela, garanti a vitória e veio na hora certa, então não fiquei envergonhado de vibrar não… talvez só um pouquinho (risos)”.

HONRANDO O CONVITE – Caio Ibelli perdeu sua vaga na elite do CT no ano passado, mas foi chamado para substituir o tricampeão mundial Gabriel Medina no Havaí e aproveitou muito bem o convite da WSL (World Surf League). Ele chegou nas semifinais das duas etapas, em Pipeline e em Sunset Beach, passando a ser o melhor brasileiro no ranking neste início de temporada. Agora, terá um confronto direto no G-5, contra Kelly Slater na terceira fase.

Na campanha promovida pela WSL em Portugal, pelo Dia Internacional da Mulher, Caio está homenageando na sua lycra de competição, a surfista australiana campeã mundial de 2005, Chelsea Hedges: “Ela foi a primeira mulher que eu vi em filmes de surfe e pensava: nossa, ela está muito a frente no tempo, com um surfe muito moderno. Acho que se ela estivesse no Tour hoje em dia, estaria brigando pelo título mundial. Ela tinha um surfe muito radical, como nunca tinha visto antes. Ela é um ídolo para mim”.

Caio Ibelli com o nome da campeã mundial Chelsea Hedges em sua lycra de competição (Crédito: ©WSL / Thiago Diz)

NOVOS RECORDES – Logo após a bateria de Caio Ibelli, Supertubos bombou altas ondas e o bicampeão mundial John John Florence comandou o show nos tubos, batendo os recordes dos aéreos de Italo Ferreira na quinta-feira. O primeiro que completou foi incrível, ficando muito profundo numa direita e saindo na baforada para receber nota 9,07 dos juízes, a maior do evento. O outro havaiano da bateria, Ezekiel Lau, também fez um belo tubo que valeu 7,17. Mas, John John surfou outro tubaço impressionante nas esquerdas, para atingir 17,57 pontos com nota 8,50.

O brasileiro João Chianca aproveitou esta boa hora do mar, para fazer a melhor apresentação brasileira do dia. Criado nas ondas de Saquarema, Chumbinho já começou a bateria botando pra dentro de uma craca e largou na frente com nota 6,17. Depois, surfou um tubão incrível que valeu nota 8,00, para vencer por 14,17 pontos. O novato na seleção brasileira da WSL este ano, voltou a derrotar a sensação australiana, Jack Robinson, como tinha feito em Pipeline. Os dois mandaram o italiano Leonardo Fioravanti para a repescagem.

“Eu estava bem empolgado quando vi quem estava na bateria comigo. Os dois são ótimos nessas condições, então imaginei que a bateria ia ser boa e é sempre bom começar um evento com vitória”, disse João Chianca. “Eu me sinto bem confortável aqui. Já vim umas oito vezes pra cá, tenho ótimos amigos, gosto da cultura e é um lugar onde me divirto bastante. A gente pegou uns cinco dias consecutivos de altas ondas, com tubos perfeitos o dia inteiro, antes do campeonato. Então, estou feliz por ter vencido a minha primeira bateria aqui”.

João Chianca (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

SILVANA LIMA HOMENAGEADA – João Chianca é irmão do campeão mundial de ondas gigantes, Lucas Chumbo Chianca. Ele escolheu a guerreira brasileira Silvana Lima como inspiração para homenagear em sua lycra: “Ela fez um ótimo trabalho representando o Brasil por tantos anos no Circuito Mundial. É uma pessoa muito gente boa, sempre me tratou superbem, sempre foi gentil comigo e tenho muito respeito pela sua história, então tiro o chapéu para ela”.

Logo após a estreia do João Chianca, Miguel Pupo entrou no mar e as ondas praticamente sumiram na sua bateria. Mesmo assim, ele conseguiu fazer boas manobras para derrotar dois australianos por 7,67 pontos, contra 7,17 de Morgan Cibilic e 5,40 de Ryan Callinan. Assim como Filipe Toledo, Miguel Pupo está competindo com o nome da tenista Maria Esther Bueno na sua lycra do Pro Portugal.

Miguel Pupo conquistou a última vitória brasileira na sexta-feira em Supertubos (Crédito: ©WSL / Thiago Diz)

ÚNICA BAIXA – A única baixa na seleção brasileira em Portugal foi Deivid Silva. Ele estreou numa bateria duríssima, contra o líder do ranking e o número 6, Barron Mamiya e Ethan Ewing, respectivamente. DVD não se deu nada bem nessa sua primeira participação em Supertubos. Depois, não conseguiu aproveitar a segunda chance de classificação na bateria que fechou a sexta-feira, sendo eliminado por Ryan Callinan e Leonardo Fioravanti na última repescagem. Com a derrota em 33.o lugar, deve perder seu lugar no grupo dos top-22 do ranking.

PRÓXIMOS CONFRONTOS DO PRO PORTUGAL:

TERCEIRA FASE – 17.o lugar com US$ 10.000 e 1.330 pontos:
1.a: Italo Ferreira (BRA) x Imaikalani Devault (HAV)
2.a: Miguel Pupo (BRA) x Samuel Pupo (BRA)
3.a: Jordy Smith (AFR) x Barron Mamiya (HAV)
4.a: Morgan Cibilic (AUS) x Connor O´Leary (AUS)
5.a: Filipe Toledo (BRA) x Owen Wright (AUS)
6.a: Leonardo Fioravanti (ITA) x Jake Marshall (EUA)
7.a: Conner Coffin (EUA) x João Chianca (BRA)
8.a: Jack Robinson (AUS) x Callum Robson (AUS)
9.a: Kanoa Igarashi (JPN) x Justin Becret (FRA)
10: Ezekiel Lau (HAV) x Frederico Morais (PRT)
11: Ethan Ewing (AUS) x Nat Young (EUA)
12: John John Florence (HAV) x Ryan Callinan (AUS)
13: Seth Moniz (HAV) x Jackson Baker (AUS)
14: Kolohe Andino (EUA) x Lucca Mesinas (PER)
15: Griffin Colapinto (EUA) x Jadson André (BRA)
16: Kelly Slater (EUA) x Caio Ibelli (BRA)

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 13.000 e 2.610 pontos:
1.a: Johanne Defay (FRA) x Molly Picklum (AUS)
2.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Stephanie Gilmore (AUS)
3.a: Brisa Hennessy (CRI) x Courtney Conlogue (EUA)
4.a: Lakey Peterson (EUA) x Isabella Nichols (AUS)
5.a: Carissa Moore (HAV) x Bronte Macaulay (AUS)
6.a: Tyler Wright (AUS) x Gabriela Bryan (HAV)
7.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) x Luana Silva (HAV)
8.a: Malia Manuel (HAV) x India Robinson (AUS)

RESULTADOS DA SEXTA-FEIRA EM SUPERTUBOS:

PRIMEIRA FASE – 1.o e 2.o=Terceira Fase / 3.o=Segunda Fase:
——baterias que fecharam a quinta-feira:
1.a: 1-Jackson Baker (AUS)=11.70, 2-Jordy Smith (AFR)=11.10, 3-Jake Marshall (EUA)=6.00
2.a: 1-Samuel Pupo (BRA)=14.60, 2-Imaikalani Devault (HAV)=13.73, 3-Kelly Slater (EUA)=9.90
3.a: 1-Owen Wright (AUS)=12.36, 2-Seth Moniz (HAV)=9.66, 3-Lucca Mesinas (PER)=9.43
4.a: 1-Italo Ferreira (BRA)=16.17, 2-Jadson André (BRA)=9.47, 3-Vasco Ribeiro (PRT)=9.17
——baterias que abriram a sexta-feira:
5.a: 1-Filipe Toledo (BRA)=8.20, 2-Justin Becret (FRA)=6.23, 3-Connor O´Leary (AUS)=5.93
6.a: 1-Kanoa Igarashi (JPN)=9.33, 2-Callum Robson (AUS)=8.84, 3-Afonso Antunes (PRT)=0.00
7.a: 1-Caio Ibelli (BRA)=8.20, 2-Frederico Morais (PRT)=7.73, 3-Conner Coffin (EUA)=7.67
8.a: 1-John John Florence (HAV)=17.57, 2-Ezekiel Lau (HAV)=13.50, 3-Matthew McGillivray (AFR)=6.14
9.a: 1-Ethan Ewing (AUS)=12.27, 2-Barron Mamiya (HAV)=12.17, 3-Deivid Silva (BRA)=0.67
10: 1-João Chianca (BRA)=14.17, 2-Jack Robinson (AUS)=11.60, 3-Leonardo Fioravanti (ITA)=9.06
11: 1-Miguel Pupo (BRA)=7.67, 2-Morgan Cibilic (AUS)=7.17, 3-Ryan Callinan (AUS)=5.40
12: 1-Griffin Colapinto (EUA)=11.67, 2-Nat Young (EUA)=11.20, 3-Kolohe Andino (EUA)=9.67

SEGUNDA FASE – 3.o=33.o lugar com US$ 9.750 e 265 pontos:
1.a: 1-Kelly Slater (EUA)=13.10, 2-Connor O´Leary (AUS)=9.17, 3-Afonso Antunes (PRT)=2.00
2.a: 1-Lucca Mesinas (PER)=6.77, 2-Conner Coffin (EUA)=6.70, 3-Vasco Ribeiro (PRT)=4.20
3.a: 1-Kolohe Andino (EUA)=14.60, 2-Jake Marshall (EUA)=7.57, 3-Matthew McGillivray (AFR)=5.90
4.a: 1-Ryan Callinan (AUS)=12.87, 2-Leonardo Fioravanti (ITA)=12.73, 3-Deivid Silva (BRA)=7.43

COVID-19 – A saúde e segurança dos atletas, staff e da comunidade local, são de extrema importância para a World Surf League, que trabalha em estreita colaboração com as autoridades de saúde locais, para implementar um robusto protocolo de segurança para todos, em relação ao Covid-19. Os procedimentos incluem triagem pré-evento em conformidade com as diretrizes estaduais e locais, que recomenda o uso de máscara em toda a arena do evento.

Por João Carvalho

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