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Carlos Burle e Lucas Chumbo embarcam para grande swell de 40 pés em Nazaré

Entrevista com Chumbo e Burle sobre o Gigantes de Nazaré Surfing Tow-In Challenge e a busca por novos recordes mundiais

Por redação big surf HARDCORE

Lucas Chumbo e seu coach Carlos Burle embarcaram rumo a Portugal com o sinal verde para realização do “Gigantes de Nazaré Surfing Tow-In Challenge”, desafio internacional de big riders que tem janela entre os dias 10 e 15 deste mês de janeiro em Nazaré.

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Chumbo será parceiro de Ian Cosenza na competição, que conta com o total de nove duplas, com big riders e pilotos convidados de vários países, como Kai Lenny e Billy Kamper, que vão desafiar a natureza nas ondas gigantes do lendário pico da Nazaré.

Chumbo já desembarcou na Europa, e Burle está voando para Portugal. O start para a realização do desafio foi dado pela chegada do segundo potente swell do ano pra cima da costa portuguesa – em especial, Nazaré.

Lucas Chumbo vem de uma vitória no Punta Galea Challenge, uma das etapas das mais cobiçados do Circuito de Ondas Grandes, no último dia 1 de dezembro de 2019, com direito a uma nota 10 na bateria final.

“Estamos começando 2020 com a corda toda, equipe bem alinhada, se Deus quiser o swell vai render muito.” – Carlos Burle

Na leitura dos mapas, Carlos Burle, bicampeão mundial da modalidade e atual treinador do big rider de Saquarema, acredita que o swell deve render altas ondas e torce para que o pupilo consiga se superar ainda mais. O legend acabou de se recuperar de uma cirurgia no maxilar para corrigir a mordida e garante que já está preparado para encarar as bombas de Nazaré.

Lucas Chumbo tem se destacado pela leitura arrojada em ondas de consequência – foto divulgação

A HARDCORE realizou um bate-papo com a dupla para inaugurar 2020, expondo as expectativas dos surfistas e como eles enxergam o atual cenário do surf brasileiro.

HC: Lucas, seu status no big surf mundial vem subindo a cada temporada. Você venceu a última competição da categoria, e já abre o ano mirando recordes em Nazaré?

Chumbo: “É sempre muito bom voltar a Nazaré, ainda mais depois de um título tão importante como o Punta Galea Challenge. Ainda estou saboreando aquela vitória, que foi muito importante pra mim e me motiva ainda mais para subir os limites no big surf.”

“O meu principal objetivo continua sendo o mesmo, que é ser campeão mundial de ondas grandes e o melhor surfista de ondas grandes do mundo” – Lucas Chumbo

HC: Você afirma que quer ser o melhor surfista da categoria… Mudou alguma coisa, qual o objetivo para essa temporada com foco na competição?

Lucas Chumbo: “O meu principal objetivo continua sendo o mesmo, que é ser campeão mundial de ondas grandes e o melhor surfista de ondas grandes do mundo. 2020 é um ano de muitas surpresas e desafios e quero trabalhar para dar tudo certo. Estarei sempre em busca das maiores do mundo e pretendo também representar tão bem o Brasil quanto a galera do WCT.

HC: Você também tem obsessão por surfar a maior onda do mundo e entrar para o livro do recordes?

Chumbo: Tenho sim, com certeza! Acho que não só pelo fato de entrar para o livro do recordes, mas, por me desafiar e poder performar na maior onda do mundo, que hoje é Nazaré.

HC: Você é de uma família extremamente surf. O seu irmão João está ascendendo no esporte, agora via QS, e teve uma ótima temporada havaiana. O que significa isso pra você?

Chumbo: Meu irmão [João Chumbinho] é sem dúvidas o meu ídolo. Ver ele assim, performando como fez no Hawaii, me enche de orgulho. Ele é sem dúvidas um dos maiores talentos dessa geração e tenho certeza que vai trilhar um belo caminho. Tenho uma satisfação muito grande por ver o João ganhando os holofotes da mídia, assinando novos patrocínios e botando pra baixo em ondas de consequência. É uma grande alegria pra família.

Chumbo e Burle, parceria de sucesso do big surf brasileiro – Foto divulgação Carlos Burle

HC: Burle, você tem se dedicado aos treinamentos do Lucas Chumbo no big surf, e tem relacionamento com todos os big riders da modalidade. Como o Brasil está posicionado no jogo do big surf mundial?

Carlos Burle: O Brasil já tem uma tradição forte na cena desde 1998, quando a gente ganhou o mundial em Todos os Santos [Burle, foi campeão mundial no México, em um título histórico para o Brasil]. Depois vieram as quebras de recordes mundiais que hoje estão com a Maya Gabeira no feminino e com o Rodrigo Koxa no masculino [Recordes homologados no Guinness Book]. O Brasil já tem seu espaço cativo no surfe de ondas grandes há alguns anos e hoje temos o nosso grande expoente que é o Lucas Chumbo; o cara que está com uma performance acima dos outros e que compete com os melhores do mundo de igual pra igual. Eu diria que hoje três caras se destacam no mundo. São dois havaianos, Billy Kemper e Kai Lenny, e o Lucas Chumbo. Então o Brasil tem uma porção muito sólida no surfe de ondas grandes no mundo. Tem excelentes representantes além do Lucas e sempre se destaca. E tem uma presença muito forte em Nazaré.

HC: Como você pode traduzir a sua fase atual perante ao todo?

Burle: Atravesso um momento em que consigo ver a gente colhendo os frutos de muito tempo de esforço. Não tinha tradição de sermos surfistas bons de ondas gigantes e conseguimos quebrar esse paradigma e manter o esporte atualizado. Eu consigo nesse momento estar inserido como coach do Lucas e consigo participar da cena retribuindo, deixando meu legado e compartilhando com a nova geração todo meu aprendizado, o que pra mim é muito prazeroso. Eu fico muito feliz de poder participar de alguma forma.

HC: E como você enxerga o Brasil na cena do surf mundial?

Carlos Burle: Eu sou um grande fã do esporte em geral, é muito bom ver o Ítalo Ferreira ganhando o título mundial. Sempre acompanho ele, e foi merecido, fiquei muito feliz por ele, pela conquista pessoal. O Medina que já tem dois títulos brilhantes, o Adriano de Souza tem o dele também, toda a brazilian storm tem seu valor e eu no geral sou muito fã. O brasileiro é guerreiro, é trabalhador, é profissional e está construindo um imagem linda para o nosso esporte. Eu fico feliz de fazer parte.

“O Lucas é muito focado em performance. Você não vai ver o Lucas abordando uma onda grande de uma forma convencional, vai querer fazer uma coisa radical, sempre puxando os limites.” – Carlos Burle

HC: Como você descreveria a performance do Lucas Chumbo em ondas grandes? E onde você acredita que ele pode chegar como esportista da modalidade?

Burle: O Lucas ele é muito focado em performance. Você não vai ver o Lucas abordando uma onda grande de uma forma convencional. Ele sempre vai querer fazer uma coisa radical, que ninguém fez antes, tentar umas manobras em lugares que geralmente os surfistas não estão conseguindo fazer. Principalmente com esse material de remada, onde as pranchas são grandes e pesadas. Ele tem força e habilidade e por isso consegue manobras que ninguém consegue fazer. Lucas vai estar sempre puxando os limites.

HC: Quais são as características desse swell pra cima da Nazaré?

Burle: Esse swell tem um potencial bom, porque a previsão do tempo está boa e tem muita ondulação chegando. Tem uma ondulação no dia 10, depois tem no dia 12, 14. Uma sequência de três ondulações, uma atrás da outra e a organização tá querendo garantir logo no dia 10, mas tem esses outros dias aí também caso precise de ondas maiores. A condição é excelente com vento terral, para uma ondulação de pelo menos 40 pés.

Lucas Chumbo, Nazaré, Portugal – Foto divulgação Carlos Burle

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