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Aumento da temperatura da água está comprometendo a vida nos oceanos, dizem estudos

Dois recentes estudos sobre a vida nos oceanos revelam que as temperaturas mais elevadas já estão causando mudanças significativas.

Uma pesquisa que avalia o impacto do aquecimento dos oceanos concluiu que embriões de espécies onívoras de tubarão estão sendo bastante impactados com a mudança de temperatura.

Segundo as informações levantadas, o período de gestação está mais breve. Ou seja, os filhotes de tubarão estão saindo dos ovos antes do que o normal.

Em decorrência disso, são liberados mais fracos no meio ambiente, tornando-se presa fácil para outras espécies.

Com efeito, cerca de 40% de todas as espécies de tubarões botam ovos, e uma redução nas populações em todo mundo pode causar sérios impactos à cadeia alimentar dos oceanos.

Além disso, os pesquisadores também descobriram que uma espécie exclusiva da Grande Barreira de Corais passou até 25 dias a menos em suas caixas de ovos.

Ovo de tubarão
Cerca de 40% de todas as espécies de tubarões botam ovos, e uma redução nas populações em todo mundo pode causar sérios impactos à cadeia alimentar dos oceanos. Foto: Shutterstock

Outra questão levantada pelos pesquisadores é o fato de que tubarões mais fracos são caçadores menos eficientes, o também afetará o equilíbrio de ecossistemas onde essas espécies atuam como predadores.

“Recifes de coral saudáveis precisam de predadores saudáveis”, explicou a Dra. Jodie Rummer, professora do Centro de Estudos de Recifes de Coral da James Cook University e co-autora do estudo.

Os pesquisadores também trabalharam com projeções, monitorando 27 caixas de ovos no Aquário de Boston. Alguns foram criados em águas a 27C – temperatura média do verão atual – e dois outros grupos foram criados a 29C ou 31C.

Como as cascas dos ovos são translúcidas, os pesquisadores podem ver o desenvolvimento dos tubarões e a rapidez com que comem a gema, que será seu alimento no período de gestação.

As temperaturas mais altas os fizeram comer a gema mais rápido.

Em temperaturas normais, os tubarões emergiram das caixas de ovos após 125 dias. Mas em águas a 31C, eles emergiram após 100 dias.

Corroborando com os dados levantados, um estudo com tubarões de recife divulgado no ano passado, descobriu que eles se extinguiriam funcionalmente em cerca de 20% dos recifes de todo o mundo.

Os estudos estão sendo ficados na espécie “tubarão-dragona”, conhecido por ser mais resistente a mudanças de temperatura e oxigênio.

Dessa forma, Jodie Rummer questiona: “Se esta espécie não consegue lidar com o aquecimento das águas, como irão conseguir outras espécies menos tolerantes?”

Muitas espécies de tubarão estão hoje ameaçadas em todo o mundo devido à sobrepesca, uma vez que muitos destes animais demoram vários anos até começarem a se reproduzir.

E quando isso acontece, muitas vezes têm poucas crias em comparação com outras espécies.

Estrelas do mar e a falta de oxigênio

Vida nos oceanos
Temperaturas mais elevadas no oceano levam à produção de quantidades incomuns de material orgânico, o que, segundo especialistas, estimula a proliferação das bactérias que passam a competir por oxigênio com outras espécies, como as estrelas do mar. Foto: Shuttherstock

Outras espécies marinhas também estão apresentando problemas em lidar com as temperaturas cada vez mais altas dos oceanos.

Uma investigação conduzida pela New Cornell University, EUA, sugere que as estrelas do mar podem realmente estar com problemas respiratórios – literalmente “se afogando” no seu próprio ambiente – já que a elevada atividade microbiana derivada de matéria orgânica próxima e as temperaturas quentes do oceano roubam as criaturas da sua capacidade de respirar.

De acordo com o estudo, temperaturas mais elevadas no oceano levam à produção de quantidades incomuns de material orgânico, o que, segundo especialistas, estimula a proliferação das bactérias.

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À medida que as bactérias consomem a matéria orgânica, elas esgotam o oxigénio da água – criando um microambiente de baixo teor de oxigénio que envolve as estrelas do mar e leva à deflação, descoloração, inchaço e torção ou enrolamento dos membros.

Perante estas conclusões, os cientistas alertaram para a importância de se incluir a perda de oxigénio como uma “variável importante no estudo dos impactos das alterações climáticas nos oceanos” e para o desenvolvimento de ações de adaptação e mitigação mais direcionadas para uma combinação perigosíssima à vida marinha: aquecimento, acidificação e níveis reduzidos de oxigénio.

 

 

 

 

 

 

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