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Afinal, o corpo tem mesmo memória muscular?

Memória muscular existe? Provavelmente você já ouviu falar sobre isso ou se perguntou a respeito. Um conceito que muita gente usa quando volta a treinar depois de algum tempo sem se exercitar e tem resultados, teoricamente, mais rápido do que antes. Mas será que é isso mesmo? Como funciona a memória muscular?

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Memória muscular existe?

Sim! Mas, antes, precisamos fazer uma correção. De acordo com o fisioterapeuta Ricardo Regi, o termo correto é memória do movimento; não memória muscular.

Sabe quando alguém fala que algo “é como andar de bicicleta”? Esse é um bom exemplo de como a memória do movimento acontece.

Sempre que fazemos um movimento – ou exercício – repetidamente, criamos um trajeto desse movimento no cérebro, que informa quais ações são necessárias (como contrações musculares) para que seja possível realizá-lo. É assim que desenvolvemos a memória de um movimento.

Para que ela serve?

Como você já deve ter ouvido falar, essa memória garante que, mesmo após algum tempo sem praticar determinado exercício ou movimento, seu corpo saiba como realizá-lo.

Uma vez que desenvolvemos essa memória, o nosso cérebro cria atalhos para acessar esse movimento mais rápido (o que pode evitar evitar lesões, inclusive). Segundo Regi, o cérebro não interpreta o músculo, ele sempre vai reconhecer o movimento.

Recentemente, uma pesquisa mostrou que essa memória não se limita aos músculos, chegando até o núcleo das células, diferente do que se imaginava anteriormente, o que é extremamente benéfico para o organismo.

De acordo com o estudo publicado na Frontiers in Physiology, os ganhos registrados pelo núcleo celular durante a prática de exercícios permanecem mesmo quando as células “encolhem” (o que pode ocorrer pela falta de atividade física, por exemplo). Esses ganhos, por sua vez, permitem que os músculos cresçam mais e mais rápido quando voltam a ser trabalhados, sugerindo que podemos “armazenar” o potencial de crescimento muscular na adolescência para prevenir a fragilidade na velhice.

Como desenvolver essa memória do movimento

A melhor forma de desenvolver a memória do movimento é garantir um bom repertório de exercícios. Por isso, o que fazemos durante a nossa infância e adolescência é tão importante. Mas não quer dizer que a gente não possa conquistar isso depois na vida adulta, no entanto, ao explorar essas atividades durante o período de maturação motora você já garante o registro desses movimentos no cérebro.

Regi lembra de como eram as aulas de Educação Física e de que forma elas eram positivas para o desenvolvimento da memória do movimento: “Havia um projeto para que os alunos experimentassem diversas modalidades esportivas ao longo do ano, então a gente criava a habilidade, o gesto esportivo, de várias atividades e isso era extremamente benéfico para o movimento e para o cérebro poder entender como se mover”.

Então, não perca mais tempo, comece a se mover o quanto antes!

Conclusão

Sim, a memória muscular existe. Mas o termo correto é memória do movimento.

Ao passo que fazemos um mesmo movimento ou exercício repetidamente, nosso cérebro registra o trajeto que esse movimento precisa para ser executado. Com isso, somos capazes de criar atalhos para realizá-lo (o que pode evitar lesões, em alguns casos) e, inclusive, garantir o desenvolvimento dos músculos envolvidos nessa ação mesmo após algum tempo parado, como sugere a pesquisa publicada na Frontiers in Physiology.

Dica extra: se você tem filhos, tente orientá-los e ajudá-los a experimentar o máximo de atividades durante a infância e adolescência. Dessa forma, eles serão capazes de desenvolver a memória de inúmeros exercícios e movimentos, o que será extremamente benéfico para eles com o passar dos anos.

Texto de BIANCA VILELA publicado na revista Go Outside. Mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. 

Instagram: @biancavilelaoficial

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