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Torre olímpica: Carissa Moore, Filipe Toledo e Chumbinho manifestam descontentamento

Apesar da reação contida de atletas olímpicos em relação à polêmica construção da torre olímpica para acomodar juízes e imprensa durante a realização das disputas de surf nas olimpíadas, as primeiras imagens da bancada de coral de Teahupo’o sendo perfurada para a instalação dos postes de fixação motivaram algumas mensagens de desaprovação.

Atual medalhista de ouro Carissa Moore manifestou apoio ao crescente clamor pelo boicote aos jogos ou pela interrupção da construção. Após a publicação de um vídeo no canal Save Teahupoo, denunciando que a barca olímpica havia acidentalmente aberto caminho pelo precioso recife de coral, Carissa Moore escreveu ao lado de um emoji de coração partido: “Isso não parece valer a pena.”

Os fãs do surfe foram rápidos em abraçar o comentário da cinco vezes campeã mundial Moore, pedindo que ela use sua considerável influência para pressionar os organizadores a cancelar a construção da torre, ameaçando com um boicote dos surfistas.

Você pode fazer algo a respeito! Use sua voz em nome de todos nós para contar ao mundo o que está acontecendo e chame o grupo olímpico para mudar isso. Junte-se aos outros. A união faz a força. Isso não precisa acontecer. Você está certa, não vale a pena. Eu acredito em você.”, diz um dos comentários.

Além de Carissa, Filipe Toledo foi outro surfista classificado para as olimpíadas a fazer comentários no post desaprovando a ação: “O quê? De jeito nenhum! Não, não, não!”, comentou Filipinho.

Horas antes de se acidentar em Pipeline, João Chumbinho compartilhou o vídeo do Save Teahupoo e escrevendo em inglês e em português:

O surfe nunca perderá seus princípios para um evento olímpico. Nunca faria sentido o surfe ser um esporte olímpico indo contra tudo o que esse belo esporte sempre defendeu. Os surfistas sempre viajaram e competiram ao redor do mundo respeitando a Mãe Natureza e suas regras.”

Até agora a pressão exercida pela comunidade local de Teahupo’o, contrária a construção da torre tem exercido pouco efeito nas ações do comitê olímpico, que se limitou a fazer apenas algumas alterações no projeto original, garantindo que a construção da torre seria a “menos invasiva possível”, reduzindo seu projeto a um tamanho 25% menor do que a proposta original.

Também foi apresentada uma proposta de mudar o evento para Taharuu, uma praia localizada a quarenta quilômetros de Papeete, evitando assim a construção da torre sobre os corais em Teahupo’o, mas a proposta foi recusada, inclusive com o apoio de comerciantes da região e da administração municipal que, ao contrário da população, veem a realização dos Jogos como positiva para movimentar a economia local.

Em vez de optar pela opção de praia, os organizadores rejeitaram a ideia e fizeram um compromisso na torre, reduzindo sua pegada em vinte e cinco por cento para torná-la do mesmo tamanho da antiga de madeira.

Agora, à medida que as imagens iniciais da construção foram reveladas e a desaprovação de figuras influentes no cenário internacional do surfe ganhou força, é possível que esse cenário estimule uma reconsideração nos planos da torre, levando o comitê olímpico a apresentar uma nova proposta. Pelo menos é essa a esperança da comunidade de Teahupo’o.

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