Dois ex-tops do Championship Tour (CT) e que seguem motivados para retornarem à elite mundial estão entre os destaques do Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy, o mais tradicional campeonato de surf da América Latina, com início marcado para a próxima terça-feira (28), na Ilha de Fernando de Noronha. Os paulistas Wiggolly Dantas e Deivid Silva querem contar com a experiência para buscar o primeiro título na famosa etapa do Qualifying Series (QS) 5000, na Praia da Cacimba do Padre, válida pelo ranking sul-americano da World Surf League (WSL).
Os dois ex-tops sabem da importância do evento e garantem estar bem treinados. Aos 33 anos e um dos mais experientes na competição, Wiggolly chega direto de mais uma temporada no Havaí, onde treinou muitos tubos. Na última edição do Hang Loose Pro Contest, apresentado por Elétron Energy, em 2020, foi o terceiro colocado, superado pelo seu irmão mais novo Weslley Dantas na semifinal, mas resultado suficiente para sagrar-se o campeão sul-americano da WSL Latin America.
Naquela temporada, ele estava em grande fase e vinha de uma vitória no QS em Pipeline, mas depois de Noronha, tudo parou devido à Pandemia do Covid-19. Guigui, como é bem conhecido, acabou perdendo a chance de retornar ao CT naquele ano, mas segue determinado. Ele treinou nas ondas havaianas desde o final de outubro. “Só estou voltando por causa do Hang Loose, senão ficaria até abril. Venho para cá desde os meus nove anos”, conta o atleta de Ubatuba, que já integrou o CT de 2015 a 2017.
“Noronha é muito bom. Me sinto em casa, lugar que eu gosto, vibe muito boa, muitos amigos, onda de tubo. Vou focado para fazer um ótimo resultado. Treinei diariamente no Havaí com pensamento para Noronha e começar o ano bem para voltar ao CT. Estou com pranchas boas, treino físico, surf e mental muito forte”, afirma o atleta, que em Noronha também foi terceiro em 2010.
Além de seu retorno ao CT, ele planeja competir ao lado do irmão mais novo Weslley Dantas, com quem dividiu o pódio no último Hang Loose Pro Contest. “Quero colocar meu irmão competir comigo. No futuro quero competir alguns anos no Big Wave Tour e depois ser o técnico do meu irmão. Colocar ele para quebrar tudo no CT”, revela Wiggolly, que afirma ter gostado do novo formato da WSL, com o ranking regional classificando para o Challenger, para definir os dez atletas para a elite mundial.
NOVO TÍTULO – Deivid Silva também chega em Noronha disposto a levantar o caneco do Hang Loose Pro Contest pela segunda vez. Ele foi campeão do evento em 2017, na Praia de Maresias, em São Sebastião/SP. Um ano antes, foi o terceiro no histórico Hang Loose 30 anos, na Praia da Joaquina, em Florianópolis/SC. Mesmo com foco no Challenger, na Austrália, no início de maio, o surfista de Guarujá, compete determinado para ter uma nova conquista no Brasil.
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“Tive bons resultados no Hang Loose. Falta em Noronha. Na verdade, é um sonho vencer lá, porque é um lugar com altas ondas e estou com muita vontade”, admite. “A onda da Cacimba é animal. Aquela fechadeira é irada. Ao mesmo tempo é muito divertida, porque é próxima da areia e você pode pegar bastante ondas. Boa para competir”, elogia.
Para Deivid, apesar da vivência no CT, de 2019 a 2022, a ansiedade é a mesma por uma vitória. “São as mesmas pressões de bateria, a adrenalina antes de competir não muda”, comenta. “Meus planos para 2023 são de voltar ao CT e estou me preparando muito bem nesse início de temporada para ter regularidade. Espero chegar muito bem na Austrália e fazer um ano incrível”, destaca. “Quando você sai do CT, quer voltar com mais garra, mais preparado e isso que estou buscando. Quero ter melhores posições. Estou mais maduro, preparado e vamos em busca”, completa.
Além deles, o Hang Loose Pro Contest, apresentado por Elétron Energy, tem como nomes de destaque o também ex-top do CT, Ian Gouveia, e três surfistas que têm no currículo títulos mundiais pro-júnior pela WSL, Lucas Silveira, Mateus Herdy e Lucas Vicente. Outro nome forte é do peruano Miguel Tudela, líder isolado do ranking sul-americano e que pode sair de Noronha como novo campeão continental.
A etapa segue o novo formato da WSL, sendo exclusiva para atletas sul-americanos, para a formação do ranking continental, e segue até o dia 5 de março. Será a 16ª edição realizada em Fernando de Noronha, desde que a ilha passou a receber o evento em 2000.