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“A gente tem esses adesivos na prancha, mas não dá”, diz surfista cearense

A nova temporada do Brazilian Storm começa com a etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Surfe. A premiação do Circuito é a maior da história e oferece 30 mil reais para o primeiro surfista; 15 mil reais para o segundo e 11 mil reais para o terceiro.

No vídeo abaixo, que faz parte do programa Brazilian Storm, do Canal OFF, você assiste ao presidente da CBSurf, Flávio “Teco” Padaratz; ao vice-presidente Paulo Moura e a vários atletas do circuito brasileiro de surf, como Glauciano Rodrigues e Messias Félix; Marcos Côrrea; Hizunomê Bettero e muitos outros.

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Ao longo dos 11 minutos, os surfistas discorrem acerca da pergunta: “É possível viver do surf profissional no Brasil?”

A série, que vai registrar a diversidade do cenário do surf competitivo do país, pretende apresentar a elite do surfe brasileiro.

Moura nos atualiza sobre os números do circuito brasileiro: 170 atletas no masculino e 48 na categoria feminina disputam o título brasileiro. Teco enfatiza a hegemonia do quadro de atletas: dos 15 aos 38 anos; provenientes do Rio Grande do Sul ao Maranhão.

“A premiação hoje do circuito brasileiro, para nós do Brasil, está sendo de muita importância para que a gente consiga viajar. A gente tem esses adesivos na prancha, mas não dá”, diz o surfista Glauciano Rodrigues, 32, do Ceará.

“A fome desses garotos por títulos é algo que às vezes até extrapola um pouco; é quase uma questão de sobrevivência, até, porque muitas vezes eles estavam exercendo outros empregos e agora podem a voltar a serem só surfistas. É tudo ou nada para eles, sabe? Até um certo desespero nos olhos de alguns que apostam todas as fichas nessa profissão, esperando uma luz no fim do túnel e rezando para que não seja um trem vindo ao contrário,” diz Padaratz.

O surfista Alex Ribeiro conta como esta nova fase está sendo de suma importância para os atletas:

“Está ajudando muitos atletas que não têm oportunidade de correr o circuito mundial, o dólar é muito alto, as passagens caras, então, tendo esse circuito com esses valores e sempre melhorando a cada ano, acho que é uma oportunidade muito boa de vários atletas que estavam procurando emprego, trabalhando fora do surf, com um puta talento; acho que o circuito vai com certeza ganhar grandes nomes e empresas grandes vão chegar junto, e vai dar pra viver de surf tranquilamente no Brasil”.

E Messias Félix, 36, bicampeão brasileiro, que começou surfar com 12 e competir aos 14; conta um pouco da sua trajetória de superação e enfatizou a importância de os atletas se unirem.

“Já teve situações quando era amador, que eu estar na semifinal e não ir pra competição e a minha mãe ter de sair para o mercado do lado e pedir para anotar 50 reais e ‘Vai, menino’, e eu ia. Naquela época não tinha nem telefone; chegava, e aí, como é que foi, poxa, ganhei… Daí ganhava duas pranchas, vendia, e ia para o outro. Até tinha alguns apoios de alguns amigos, mas quando virei profissional, eles não podiam me patrocinar. Lembro que corri o Super Surf 2016 sem nenhum patrocínio e aí você se pergunta, o que falta, faltou, será que é a beleza, a cor, o meu surf, será que os caras não querem msmo patrocinar. A falta de patrocínio foi uma das maiores dificuldades da minha carreira; agora vou para o oitavo ano sem patrocínio. Nesse momento em que o surf está se reerguendo é muito importante a união dos surfistas, até porque são muitos amigos ao mesmo tempo, então é uma sensação de guerreiro, de que tudo é possível, não é só sorte, tem a força de vontade e ela supera muita coisa”, conta Félix.

Assista ao vídeo:

Vídeo: Canal OFF / YouTube

Os novos episódios saem toda sexta-feira, às 21h, no Canal OFF.

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