“Existem oportunidades. Ainda não chegou a minha este ano. Quando tiver a oportunidade, eu vou fazer de tudo para que aconteça. Foi assim em 2019, quando fui campeão do mundo. Só falavam do Gabriel (Medina), do Filipe (Toledo). Eu quebrei o celular e falei ‘beleza, então. Estou aqui, não estou morto’ e ganhei três etapas seguidas e fui campeão do mundo. Ano passado, só existia outro cara. Fui para a Olimpíada, preparado, e ganhei”, disse Italo Ferreira em recente entrevista ao Estadao.com.br.
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O brasileiro que atualmente ocupa o quarto lugar no ranking do circuito mundial da WSL falou também sobre sua evolução nas temporadas e atual momento, transparecendo-se muito maduro e consciente de onde está e aonde pode chegar.
“Eu comecei o ano querendo vencer. Estava cheio de energia, mas percebi que as coisas não eram assim. Baixei minha bola para ir devagarinho”, diz.
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Na conversa com a reportagem do Estadão, Italo Ferreira falou sobre saúde mental, reaproximação de Gabriel Medina, inspiração em Lewis Hamilton e a preparação para a última etapa classificatória antes da final.
Inclusive, ele disse que sua inspiração para garantir presença na grande final com os cinco melhores surfistas da temporada, em Trestles, na Califórnia, entre os dias 8 e 16 de setembro, é o piloto Lewis Hamilton, de quem é fã e amigo.
Italo sofreu com crises de ansiedade e recentemente teve intoxicação alimentar. E a partir de então, buscou caminhos para manter equilíbrio. Segundo ele contou, as palavras de Hamilton ajudaram-no ficar mais confiante e valorizar a sua trajetória em 2022, a despeito das críticas que lhe fizeram pela ausência de vitórias nas nove etapas já disputadas.
“Algo que me deixou bem motivado e confiante foi uma entrevista que o Lewis Hamilton deu. O Lewis Hamilton é o Lewis Hamilton, o cara é várias vezes campeão do mundo. Ele falou recentemente que um terceiro lugar que ele conquistou foi algo que lhe fez sentir muito bem. Para ele era algo muito importante no momento. Eu pensei: caramba, um cara que sempre vence, que sempre está no topo, está fazendo essa autoanálise'”, conta o surfista.
‘Sei o que tenho de fazer para ser campeão’
O potiguar disse que o fato de ainda não ter ganhado uma etapa do Circuito Mundial neste ano não lhe incomoda porque não precisa mais provar seu talento e nem lhe deixa menos focado em continuar.
“Isso não tira o brilho, não muda o que eu fiz ou define quem eu sou”, afirma, citando suas conquistas recentes. O cenário antes do título mundial e olímpico foi parecido, ele entende. Nas ocasiões, ele se desconectou das redes sociais e deu atenção máxima às competições.
“Existem oportunidades. Ainda não chegou a minha este ano. Quando tiver a oportunidade, eu vou fazer de tudo para que aconteça. Foi assim em 2019, quando foi campeão do mundo. Só falavam do Gabriel (Medina), do Filipe (Toledo). Eu quebrei o celular e falei ‘beleza, então. Estou aqui, não estou morto’ e ganhei três etapas seguidas e fui campeão do mundo. Ano passado, só existia outro cara. Fui para a Olimpíada, preparado, e ganhei”, reforçou Italo Ferreira.
“Sei o que eu tenho que fazer pra ser campeão. Não me preocupo com o que os outros falam. Ninguém viveu o que eu vivi e sabe o que eu faço. Se eu uso cordão dessa grossura, se uso dread. O pessoal sabe da minha vida só o que eu mostro. A galera acha que internet é a vida 100%, mas não deve ser nem 60%”, completou, rebatendo críticas.
Enfim, Italo disse também que considera esse ano o seu auge, por conta da constância nas etapas, até mais do que em 2019, ano em que conquistou seu título mundial.
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