Esta vai para todos aqueles que nutrem o discurso de que é preciso “manter a política fora do surf”.
Quer você goste ou não, o surf é político.
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Tá. Filosoficamente, o ato de pegar uma prancha (ou o seu corpo mesmo) e deslizar e desfrutar da energia de uma onda, esse simples ato não contém política intrínsecamente, mas, você não vive em uma bolha, né?
A partir do momento em que você é um ser humano; está na Terra, vive em comunidade, tem vizinhos e compartilha o line up com outros seres, há que se extravasar a bolha para entender porque o surf é político.
A @queersurfclub – organização que luta pelos direitos LGBTQ – publicou um post em que resume, de maneira bastate didática, porque o surf é político.
Nestas três maneiras: culturalmente, ambientalmente e economicamente.
Ambientalmente, em uma maneira que se relaciona ao mundo natural e ao impacto da atividade humana. A respeito das questões ambientais, relacionamos quatro pontos: o aquecimento global; o aumento desenfreado do desenvolvimento costeiro; a segurança das nossas águas (em particular, os impactos de desperdício de água, esgoto, plástico e outras poluições e químicos tóxicos presentes nos equipamentos de surf, como neoprene).
Culturalmente, de forma que impacta ideias, costumes e comportamentos da sociedade. Exemplos: Apropriação cultural ocidental das culturas polinésias; localismo – exclusão daqueles que não têm acesso regular ao oceano; um esporte recreacional, no entanto, acessível somente aos que têm privilégios; a falta de representatividade diversa na indústria do surf, no que diz respeito à raça, habilidade de corpos e tamanhos, gênero e orientação sexual.
Economicamente, ou seja, relativa à economia e finanças. Como? Barreiras financeiras dos requisitos básicos – equipamento, aula e transporte; monetização de vistas para o mar e o seu acesso por meio de propriedades e vizinhança (e a exclusividade criada por essa geografia); a exclusividade que esses altos padrões econômicos criam, tornando o surf menos acessível para os com menos poder aquisitivo.
Por isso, somos responsáveis por escolher líderes que priorizam salvar nossos oceanos; que aumentarão igualdade para as comunidades menos representadas e que usarão riqueza para realizar impactos positivos no planeta e para o bem-estar social.
Mas não se preocupe. Se a ideia ainda não se encaixa na sua cabeça, tente exercitar a fluidez para entender isso e se tornar um ser de impacto positivo para o planeta.
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