Do balé na infância para a primeira experiência com surf, aos 13 anos, Maya Gabeira traçou um percurso pioneiro no surf de ondas grandes.
“Pra mim a dança era muito mais natural que o surf,” conta Maya no vídeo a seguir, parte do programa “Contos da Mulher Aventureira”, do Canal OFF.
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Segundo ela, que quando foi comprar sua passagem para a Austrália, tinha uma perna de três meses no Havaí. “Eu chegaria ao Havaí em setembro, e na minha primeira temporada, já peguei ondas grandes.”
Lá no North Shore, eu conseguia pagar aluguel e comida, mas andava de bicicleta; não comprava pranchas novas. Já fui garçonete em alguns restaurantes; logo na segunda temporada eu já surfava Waimea grande.
“Sempre senti muito medo, continuo sentindo muito medo,” ela diz. “Essa demanda por buscar um momento de muito estresse, de muita descarga de adrenalina, sempre me moveu,” conta.
“Se estou dentro d’água, o foco está na performance; não nos medos. Eu já tinha essa sensação de que era um ambiente muito masculino; eu não somente era a única mulher, como também era mais jovem; então fui aprendendo na porradaria, na vida; meu grupo era totalmente masculino, o que de certa forma, me permitiu evoluir mais rapidamente.”
“Acho que sofri muito mais estresse e pressão do que os caras, pelo ponto de estar me expondo a condições iguais sabendo que minha técnica era menor, minha experiência era menor, minha força era menor; isso era difícil, me tornou uma pessoa mais distante, mais introspectiva, mais solitária.”
“Minha carreira é super controversa, não é linear; tinha momentos em que todo mundo se sentia extremamente confortável em apontar e em falar que estava tudo errado, que eu era inconsequente e incapaz, e tinham momentos em que me davam prêmios, e que estava tudo certo, que eu era a melhor; era isso, né, você fazer uma coisa que não era muito feita, tinha pioneirismo, e às vezes eu assustava um pouco as pessoas.”
Agora Maya diz que vai ter de se conhecer de novo, afinal, ela está aprendendo velejar.
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