A reeleição de Adalvo Argolo para o comando da CBSurf gerou repercussão imediata entre alguns surfistas brasileiros que competem na divisão de elite do circuito da WSL.
Filipe Toledo, Willian Cardoso, Caio Ibelli, Yago Dora, Jesse Mendes e o atual campeão mundial, Italo Ferreira, usaram suas redes sociais para lamentar o resultado.
Além das mensagens compartilhadas, Willian e Toledo gravaram vídeos no Stories onde questionam a atuação dos integrantes da Comissão de Atletas, cujos votos foram decisivos nessa eleição.
Na eleição realizada na última quarta-feira (30), além das federações estaduais, oito integrantes da Comissão de Atletas da entidade tiveram poder de voto.
Foram eles: Bruno Galini, Nathalie Martins, Suelen Naraísa e Wiggolly Dantas (Surf), Carlos Bahia (Longboard), Luiz Phelipe Nobre (Para Surfing), Ivan Tadeu dos Santos (Stand Up Paddle) e Eder Luciano (Bodyboarding).
Como seis federações estaduais (Pernambuco, Espírito Santo, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Ceará), juntamente com a chapa Nação Surfe Brasil, de Ricardo Bocão, se recusaram a participar da votação alegando irregularidades no processo eleitoral, o que, inclusive, foi motivo de uma ação na 5ª Vara Cível de Salvador, posteriormente revogada pelo desembargador Emílio Salomão Resedá, somente cinco federações participaram do pleito – Bahia, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Dessa forma, após a apuração dos resultados, Adalvo Argolo obteve oito dos 13 votos, com Jojó de Olivença recebendo cinco indicações.
Esta não é a primeira vez em que surfistas da elite do circuito mundial externam sua insatisfação com o comando da CBSurf.
Em 2018, após o episódio que provocou o cancelamento da viagem da equipe brasileira ao ISA Games no Japão, horas antes do embarque, um abaixo-assinado exigindo mudanças no comando CBSurf obteve mais de seis mil assinaturas, incluindo nomes como Adriano de Souza, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Jaqueline Silva, Miguel Pupo e Caio Ibelli.
Dois anos mais tarde, em 2020, de forma bastante dura, o ex-Top WSL Raoni Monteiro, deu início a um manifesto público pedindo a renúncia de Adalvo Argolo.
O protesto de Raoni teve grande repercussão e adesão nas redes sociais. Contudo, no mundo real, a julgar pelo resultado das eleições da última quarta, decidida pelo voto dos próprios representantes dos atletas, a percepção é outra.