Após receberem críticas de diversas figuras de destaque no cenário internacional do surf,, incluindo Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo, os quais solicitaram maior transparência e consistência nas notas atribuídas durante o Surf Ranch Pro, a World Surf League respondeu aos atletas por meio de uma nota de esclarecimento divulgada no final da tarde de segunda-feira (30).
A liga afirmou que está totalmente comprometida em contribuir para o crescimento do esporte, algo que Gabriel Medina alertou poder estar sendo prejudicado devido às avaliações atribuídas a movimentos considerados “simples”.
“A WSL está comprometida em continuar trabalhando pelo crescimento do esporte no Brasil, apoiando nossos surfistas, fãs e equipe por meio de eventos, parcerias e engajamento com a comunidade. A World Surf League existe para apresentar os melhores surfistas do mundo competindo nas melhores ondas do mundo”, iniciou o comunicado.
A polêmica ganhou força após a última etapa realizada pela WSL no Surf Ranch, quando o trio de brasileiros acabou sendo eliminado de forma controversa. O resultado provocou uma repercussão negativa entre os fãs, que concordaram com as opiniões dos surfistas brasileiros em relação às notas atribuídas.
“A integridade e a justiça são fundamentais em tudo o que fazemos. Nas competições da WSL, um painel de cinco juízes e um chefe de juízes avaliam cada onda de forma independente. Eles analisam todas as ondas em tempo real, utilizando um sistema de replay dedicado, com ângulos de câmera adicionais além do que os fãs veem na transmissão”, prosseguiu a nota.
Além de explicar a composição dos jurados, a WSL afirmou que enviou os critérios aos surfistas e ressaltou a “subjetividade” do surf como justificativa para a falta de consenso nas avaliações. Gabriel Medina já abordou o debate entre as partes e apontou que a organização costuma usar “exemplos ruins” para defender seus pontos de vista.
“Os competidores recebem os critérios de julgamento antes de cada dia de competição, que descrevem as diretrizes de pontuação com base no local e nas condições das ondas. O surf é um esporte subjetivo, em constante evolução, e encorajamos um debate construtivo sobre a progressão do nosso esporte e os critérios utilizados para julgar nossas competições”, afirmou a WSL.
Enquanto os surfistas brasileiros pedem uma discussão aprofundada sobre o rumo que o esporte está tomando, a nota de esclarecimento da WSL afirma que todos os critérios foram discutidos entre as partes, sem entrar em detalhes sobre a insatisfação dos atletas em relação à distribuição das notas.
“Para o Surf Ranch Pro, os critérios de julgamento foram fornecidos a todos os surfistas no dia 20 de maio, antes dos dias de treinamento e da competição. Todos os competidores tiveram a oportunidade de discutir os critérios antes da competição e após suas baterias com a equipe de Tours e Competições”, disse a liga.
Por fim, a WSL garantiu que continuará trabalhando em sua comunicação, a fim de que melhorias possam ser implementadas em conjunto com os surfistas, e ressaltou que o diálogo é fundamental para aprimorar o nível de transparência dos juízes — algo que os atletas brasileiros têm solicitado há algum tempo.
“Iremos manter nosso trabalho de comunicação para sempre aprimorar o esporte e a transparência entre os juízes, atletas e regras de competição, de modo que todos possam contribuir para o crescimento exponencial do surfe profissional no Brasil e no mundo”, concluiu.
A etapa do Surf Ranch foi vencida pelo surfista americano Griffin Colapinto. Na semifinal, Colapinto eliminou Filipe Toledo, enquanto Ítalo Ferreira foi derrotado na final. Nas quartas de final, Gabriel Medina foi eliminado após um desempate polêmico com Ethan Ewing.
Leia a nota na íntegra: