Surfistas salvaram um homem ilhado por seis dias e cinco noites no Rio de Janeiro, no último sábado, em uma história dramática mas com final feliz.
Na segunda-feira, 8/8, o jardineiro Nelson Nedy foi arrastado pelo mar no Mirante do Roncador e levado pela corrente até a Ilha de Palmas, onde ficou até sábado, 13/8. O G1, inclusive, publicou uma reportagem especial acerca desta impressionante história.
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O que você está fazendo aí?”; de acordo com o G1, essa foi a primeira reação de um dos surfistas que avistaram o jardineiro Nelson Nedy preso na Ilha de Palmas, em Grumari, na Zona Oeste do Rio. O homem passou seis dias e cinco noites isolado, e conseguiu sobreviver comendo limões e carvão.
Felipe Padilha, surfista e professor de Educação Física, contou ao RJ2 ter se aproximado da ilha de onde Nelson pedia ajuda e conversado brevemente com o jardineiro. O “náufrago” contou ao atleta que estava perdido, “muito mal”, sem beber e sem comer.
“Foi quando liguei para GMAR [bombeiros] para mandar um helicóptero para o local. Foi uma surpresa porque lá [no mar de Grumari] não pega rede de telefone móvel. Quando pega, é com mal contato. E o telefone pegou perfeitamente!”, disse o surfista.
“Que sinistro deve ter sido pro cara, do nada a gente apareceu, o cara tá ali, ó”, disse Ricardo Júnior, o surfista conhecido como Barrão, num vídeo gravado no dia do salvamento.
O sábado era o sexto dia de Nelson na Ilha das Palmas, um pedaço rochoso inabitado a um quilômetro e meio da Praia de Grumari — uma parte pouco movimentada do litoral da Zona Oeste carioca — do ponto onde o jardineiro caiu.
Até berrar por socorro aos surfistas, Nelson enfrentou, durante a semana, dores, sede e fome. Na ilha, só conseguiu comer dois limões e um pedaço de carvão.
Nesta segunda-feira, 15/8, Nelson passou a manhã recebendo visitas, depois de celebrar o Dia dos Pais com a filha, no domingo, 14/8.
Ele já queria ter voltado a trabalhar, mas continua se sentindo fraco, com alguns ferimentos, e ainda não consegue se alimentar direito.
Nelson foi jogado no mar por uma onda que bateu forte nas pedras e foi levado pela correnteza por três quilômetros, até chegar perto da Ilha das Palmas.
Segundo ele, não tinha nada lá. Nada para se esconder, nada para ter abrigo. E aí, ele tomou a decisão de pular e caçar outro ponto.
O jardineiro então encontrou uma gruta de pedras, onde decidiu passar a noite. Nelson passou os seis dias com dois limões, os quais comeu com casca e tudo pra não perder nada; e carvão.
Ele também encontrou duas garrafas de refrigerante com água no mato, uma delas com lodo. Ele bebeu uma e guardou a outra para outro dia.
Quando bateu o desespero, Nelson tentou nadar até Grumari, uma travessia de 1.300 metros, mas a maré foi puxando-o para dentro do mar.
“Teve uma hora que eu larguei o corpo e fiquei deixando: ‘Agora seja o que Deus quiser, pode me levar,” ele disse ao G1.
E assim, Nelson conseguiu voltar à ilha. “Bebi água salgada pura, tinha hora que eu economizava, bebi um pouco da doce pra esconder o sal da água só para molhar a boca”, disse.
Sua salvação veio no sábado, 13, quando um grupo de surfistas o avistou e acionou o Corpo de Bombeiros.
“Daqui a pouco eu vejo um jet-ski vindo lá embaixo! ‘Ai, meu Deus do céu, graças a Deus. Peguei a camisa, comecei a acenar, e eles me viram”, disse.
Ele foi resgatado de helicóptero até a base dos bombeiros em Guaratiba e, de lá, levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
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