O havaiano Billy Kemper, atual campeão do Big Wave World Tour e quatro vezes vencedor do Jaws Big Wave, usou seu Instagram para criticar a Hawaiian Airlines por se recusar a transportar suas duas pranchas de surf. O post desencadeou uma avalanche de reclamações de outros surfistas havaianos, que também acusaram a companhia aérea de não apoiar o esporte.
“O surf nasceu no Havaí, é parte da cultura havaiana. Você não acha que a @hawaiianairlines teria algum tipo de apoio ao nosso esporte? ISSO TEM QUE MUDAR!”, escreveu Kemper em seu post.
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Outros surfistas profissionais havaianos que se manifestaram contra a Hawaiian Airlines incluem nomes de peso, como Nathan Florence, Mark Healey, Eli Olson, Torrey Meister, Koby Abberton e Shane Dorian.
“Eu tive a mesma experiência com a @hawaiianairlines. Eles me disseram para deixar minhas pranchas porque eu estava 450 gramas acima do peso, nem mesmo uma política de cobrança extra. Apenas disseram para deixá-las para trás e que não se importavam”, escreveu Nathan Florence.
O havaiano da O’Neill, Torrey Meister, chegou a deixar um relato impressionante na postagem, informando que lembra de quando era criança e tentava levar suas pranchas 4’11 (que são bem pequenas) para competir e era impedido enquanto sacos de golfe de 35kg viajavam gratuitamente. “Até hoje fazem a mesma coisa!”, completou ele indignado. Em contrapartida, o surfista passou a optar pela South West Air que, segundo ele, tem preços melhores, além de bom atendimento.
Com uma opinião polêmica, Shane Dorian também se pronunciou: É ‘ilegal’ voar com uma capa de prancha de 45kg, mas eles permitirão que você entre no avião se você pesar 225kg. O que é isso? Ah! tem algumas políticas duvidosas”, escreveu ele.
“É por isso que eles são chamados de Hawaiian e não Aloha. Tenho lidado com essa porcaria deles desde a minha vida adulta”, escreveu Mark Healey.
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A revolta dos surfistas contra a Hawaiian Airlines é mais um capítulo na saga da companhia aérea com a comunidade do surf. Em 2016, outro episódio marcante ocorreu quando diversos surfistas, incluindo o onze vezes campeão do mundo, Kelly Slater, se manifestaram publicamente na internet contra as tarifas de pranchas da empresa. Na ocasião, Slater considerou as taxas “um assalto” e uma exploração injusta dos surfistas, amplificando as críticas à política da Hawaiian Airlines. Segundo uma matéria da mídia australiana Stab, a companhia chegou a arrecadar US$81 milhões somente em taxas de bagagens no ano de 2015.
Naquela altura, a empresa respondeu às críticas destacando a seriedade com que as pranchas são tratadas e ressaltando os cuidados necessários para garantir que cheguem em boas condições. Eles explicaram os custos envolvidos no manuseio especial dos equipamentos e as restrições. A Hawaiian Airlines, entretanto, ainda não se manifestou sobre a nova onda de críticas dos surfistas havaianos.