A polêmica revelação de que Gabriel Medina não irá competir em Teahupoo por não ter se vacinado contra a covid-19, trouxe à luz o fato de que pouquíssimos surfistas da elite mundial têm promovido a vacinação.
Mesmo entre aqueles que competiram nas olimpíadas, praticamente nenhum se mostrou abertamente “pró vacina”. A brasileira Silvana Lima e a neozelandesa Ella Williams foram raríssimas exceções à regra, e fizeram postagens amplamente favoráveis à vacinação. Porém, a grande maioria prefere o silêncio.
Veja também:
+ Jeremy Flores anuncia aposentadoria do circuito mundial de surf
+ Corona Open México: chegada de swell anima organizadores
+ Surfistas olímpicos ganham vagas no Corona Open México
Mas há aqueles que são abertamente contrários, como o australiano Taj Burrow e o norte-americano Kelly Slater, que já deixaram seus pontos de vista claros nas redes sociais.
Taj, que atualmente está aposentado do Tour mundial, mas ainda é muito popular entre os surfistas, com mais de 300 mil seguidores em sua conta no Instagram, é totalmente contra as vacinas, praticamente pedindo às pessoas que não se vacinem.
Já o onze vezes campeão mundial, Kelly Slater, com 2.7 milhões de seguidores, prefere ser mais cauteloso, reproduzindo argumentos ditos por “especialistas”, do tipo: “Não há absolutamente nenhuma necessidade de vacinas para extinguir a pandemia“, ou “[a vacina] Não foi estudada por tempo suficiente para sabermos os contras a longo prazo”, feitos ex presidente Pfizer, Michael Yeadon, ícone dos “anti-vax”, como são chamados os ativistas anti-vacina.
No post em questão, Slater ao menos escreve: “Algo para se considerar, mas não sou epidemiologista“.
A questão é que a grande maioria dos argumentos ditos por Yeadon, já foram refutados pela comunidade científica. Além disso, é fato comprovado que os casos de contaminação do novo coronavirus despencam em regiões onde a vacinação avança.
Uma fonte que preferiu não se identificar disse que não são poucas as pessoas dentro da WSL contrárias à vacinação, desde pessoas do staff, aos atletas.
“Não conheço praticamente nenhum surfista do tour que tenha sido vacinado contra a covid-19 e muitos têm milhares de seguidores no Instagram. O fato é que a maioria não tem muito o que fazer quando não há competições e passa o tempo se informando sobre vacinas na internet, muitas vezes através de fontes não confiáveis”, revelou a fonte anônima.
No entanto, isso não quer dizer que a maioria dos surfistas da elite mundial seja contra a vacinação. Muitos se vacinaram, mas simplesmente não querem se expor e desejam se manter dentro da bolha de alienação.
Todavia, com 4.31 milhões de mortes provocadas pelo novo coronavirus em todo mundo, fica a pergunta se essa omissão é justificável ou não.