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CBSurf Floripa Pro: Silvana Lima e Lucas Silveira são campeões na Praia Mole

Por Redação

A pentacampeã brasileira Silvana Lima e o carioca Lucas Silveira conquistaram os títulos do CBSurf Floripa Pro no mar desafiador do domingo na Praia Mole. A cearense derrotou a jovem carioca Julia Duarte na sua segunda vitória em três participações no Circuito Profissional da Confederação Brasileira de Surf esse ano. Já o campeão veio competindo desde a triagem na segunda-feira, até ganhar a grande final contra o pernambucano Ian Gouveia, que há muitos anos mora em Florianópolis. As vitórias valeram o mesmo prêmio de 30.000 Reais para Silvana Lima e Lucas Silveira.

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“Foi demais e essa nova geração tá me inspirando muito”, disse Silvana Lima. “É muito bom isso, porque te dá mais gás. Eu gosto muito de competir e essas meninas estão vindo com tudo. A Tainá (Hinckel) está on-fire, a Julinha (Duarte) comigo na final e a briga pelo título brasileiro vai ser bem boa. O que mais importa é ver o surfe feminino sempre evoluindo, para mostrar aos empresários que essas meninas têm talento e merecem todo apoio para seguir em frente”.

Silvana Lima começou o domingo decisivo ganhando um confronto direto pelo terceiro lugar no ranking com a paulista Julia Santos. Depois, passou pela líder, Tainá Hinckel, na semifinal que terminou empatada. Silvana saiu vencedora por ter conseguido a maior nota. Na decisão do título, ela derrotou outra surfista da nova geração, Julia Duarte. Lucas Silveira também venceu três baterias no mar difícil da Praia Mole, com ondas de 4-6 pés e muita correnteza. A primeira foi com o vice-líder do ranking, Yage Araujo, e a segunda contra o catarinense Willian Cardoso, quando avançou para decidir o título com Ian Gouveia.

“Foi um grande evento e estou muito amarradão, porque não tinha como terminar melhor, numa final com o Ian (Gouveia)”, disse Lucas Silveira. “A gente é muito amigo desde novo, já fizemos várias baterias desde Grommets aqui mesmo na Praia Mole e foi muito irado. Podia ter vindo mais ondas para ter mais show na final, mas pra mim foi bom. Só achei que os 30 minutos demoraram muito pra passar, porque eu sabia que, se ele tivesse oportunidade, podia dar um aéreo e fazer a nota pra ganhar. Mas, estou muito feliz pela vitória”.

Decisão feminina

A primeira decisão de título do CBSurf Floripa Pro no domingo, foi a da categoria feminina. A carioca Julia Duarte botou pressão na experiente Silvana Lima, pegando boas direitas para atacar de backside. Ela foi aumentando a vantagem a cada onda, já computando notas 4,67 e 4,77, enquanto a cearense só tinha conseguido 2,17. A carioca pega outra direita que forma o paredão e ela abre um grande leque de água na primeira manobra, seguindo com batidas e rasgadas até a beira. Silvana também pega uma boa nas esquerdas, para atacar forte de backside e entrar no jogo.

Ambas recebem nota 6,17 nessas ondas, com a pentacampeã brasileira precisando de 4,78 para vencer. Ela consegue a virada ganhando 4,87 numa direita que abriu até a beira, para fazer uma série de manobras de frontside. Faltando 3 minutos para o término, Silvana repete a dose em mais uma direita finalizada com um floater, trocando o 4,87 por 5,87. Julia Duarte passa a precisar de 5,88 para vencer, mas o tempo acaba e Silvana conquista sua segunda vitória em três participações no Circuito CBSurf Pro, por 12,04 a 10,94 pontos.

“Foi muito emocionante essa final”, disse Silvana Lima. “A Julinha me inspira muito, porque quando eu to chegando na praia lá no Recreio (dos Bandeirantes-RJ), ela já tá saindo do surfe. Todo dia, 5h00 da manhã, a mina tá na praia, a gente sempre treina juntas, então é demais ver essa evolução da nova geração. Eu já vou fazer 38 anos, mas essas meninas me inspiram cada vez mais para ficar mais jovem (risos)”.

Final masculina

A final masculina fechou o CBSurf Floripa Pro, com Lucas Silveira já começando forte, mandando um rasgadão de frontside no crítico de uma grande onda, que arrancou nota 8,17 dos juízes. Ian Gouveia respondeu bem, atacando uma esquerda com um manobrão também que valeu 7,00. Mas, Lucas estava on-fire e pegou outra direita para somar 7,07 com uma rasgada e uma batida, deixando Ian nas cordas, precisando de 8,24 para vencer.

Só que o mar dá uma parada e o pernambucano fica esperando a entrada de outra série com ondas boas. Mas o tempo passa, soa o sinal dos 5 minutos finais e Ian Gouveia escolhe uma direita faltando 3 minutos, porém erra a primeira manobra. Logo, pega uma esquerda procurando a rampa pra voar, mas ela não forma. Lucas Silveira então se aproxima dele para fazer uma marcação até terminar a bateria e festejar a vitória por 15,24 a 7,83 pontos.

Ranking CBSurf

Com a vitória na Praia Mole, Lucas Silveira já tem os mesmos 10.000 pontos do saquaremense Lucas Chianca e do cearense Cauã Costa, ficando entre a 15.a e 17.a colocação no ranking. Ou seja, já entrou no grupo dos 50 primeiros colocados que formarão a nova elite nacional da CBSurf, que vai disputar os títulos brasileiros no Dream Tour de 2023. O vice-campeão do CBSurf Floripa Pro, Ian Gouveia, subiu do 45.o para o oitavo lugar com os 8.000 pontos recebidos. O líder continua sendo o capixaba Krystian Kymerson, agora seguido pelo baiano Yage Araujo em segundo lugar e o potiguar Alan Jhones em terceiro.

Melhores do dia no CBSurf Floripa Pro

A maior foi o 9,77 recebido por Yage Araujo pelo aéreo “alley oop” muito alto que acertou na abertura das quartas de final. O baiano mora em Florianópolis há 2 anos, sempre treina na Praia Mole e, se passasse essa bateria, assumiria a liderança do ranking brasileiro. Só que enfrentou um inspirado Lucas Silveira, que já tinha começado bem e respondeu com três pancadas de backside de cabeça pra baixo numa esquerda boa também, que valeram nota 9,0 para vencer com o maior placar do dia, 16,50 a 14,14 pontos. Com a vitória, Lucas Silveira manteve o capixaba Krystian Kymerson na liderança do ranking.

“As condições estão do jeito que eu gosto, lembra um pouco a minha casa em Itacaré (BA) e eu tava bem à vontade”, disse Yage Araujo. “Eu escolhi buscar as rampas pra mandar os aéreos, mas infelizmente não consegui encaixar uma segunda nota. Acertei o alley oop e se voltasse no full rotation ali, eu teria virado. Mas, estou amarradão com minha performance, de estar surfando bem e disputando o título. Eu sabia que, se eu passasse pra semifinal, já assumia a liderança, mas foi mais um bom resultado e vamos com tudo pros próximos eventos”.

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