O WSL Qualifying Series (QS) da divisão Oceania, retornou à Indonésia nesta semana para a realização do Nias Pro QS 5000 e os Eventos Pro Junior de 2024. A competição qualificatória, encerrada nessa quinta-feira (13), na direita mais famosa de Sumatra, Indonésia, é a segunda oportunidade para os aspirantes a uma vaga na Challenger Series da WSL de 2025.
Ainda que, em tese, as melhores ondas do mundo sejam reservadas à divisão de elite da WSL, o Championship Tour, essa etapa do QS surpreendeu o mundo do surf pela qualidade extraordinária das ondas, que proporcionaram pontuações excelentes em praticamente todas as baterias. Para se ter uma ideia do nível da competição, o Nias Pro registrou a histórica marca de seis notas 10 perfeitas alcançadas em um único dia.
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O australiano Kobi Clements deu início à série de notas 10 em Nias na terça-feira, na rodada de 16. As rodadas de 32 dos homens e das mulheres até as quartas de final foram absolutamente insanas na quarta-feira. Ao longo do dia, houve 14 somatórios de bateria superiores a 18 pontos, quatro dos quais ultrapassaram 19 pontos. Isso incluiu a performance de Xavier Huxtable, que realizou uma bateria perfeita com notas 10 em sua primeira e última onda, somando 20 pontos de 20 possíveis. Além disso, sua segunda de quatro surfadas estava na faixa excelente, mas foi descartada de seu somatório final.
Enquanto isso, Zane Assink, logo atrás dele, obteve um total de 18,90 pontos na bateria, eliminando Dylan Moffat e Lennix Smith do Nias Pro precocemente, ambos com somatórios excelentes. A bateria toda australiana teve 17 ondas pontuadas em 30 minutos de competição, e oito delas entraram na faixa excelente, incluindo três notas nove, os dois 10 de Huxtable e duas pontuações excelentes que nem sequer entraram nos totais finais. Foi uma bateria incrível.
“Eu nem consigo explicar. Estou sem palavras”, disse Huxtable. “Eu estava apenas remando, assistindo meus melhores amigos na bateria anterior trocando tubos. Vi Tully (Wylie) pegar alguns 9’s, Jack teve 8’s e 9’s, Kerzy, Jarvis, todos estavam pontuando. Eu só queria pegar algumas também. Estas são as melhores ondas que já vi, eu acho. Obviamente, quero seguir em frente e ganhar, mas independentemente disso, a visão que tive nesses tubos ficará para sempre na minha mente. Essas foram as melhores ondas que já peguei na vida e foi em uma bateria. É incrível. Nem consigo acreditar.”
O japonês Riaru Ito continuou a sequência na bateria seguinte com outra nota 10. No restante do confronto postou várias outras pontuações na faixa alta de nove, incluindo nove ondas pontuadas 9,5 e acima, totalizando 19 baterias excelentes na rodada de 32 dos homens.
Enquanto isso, as mulheres entraram na água na quarta-feira. Suas rodadas de 32 e de 16 não produziram o mesmo volume de pontuações altas, mas Sierra Kerr e Willow Hardy adicionaram à contagem mais duas notas 10 perfeitas na rodada de 32. Kerr complementou sua nota 10 com uma segunda pontuação massiva, um 9,87. A australiana Piper Harrison chegou perto de sua própria nota perfeita, ultrapassando a marca dos nove pontos na rodada de 32 e novamente na rodada de 16.
Finais do Nias Pro QS 5000
O show de surf continuou durante as finais do QS 5000, realizadas na quinta-feira. Na decisão masculina, Winter Vincent (AUS) de Manly Beach enfrentou o veterano do surfe profissional e ex-competidor do Championship Tour (CT), Josh Kerr (AUS), que estava em uma trajetória ascendente rumo às finais desde a rodada inicial. Em condições de mar não tão boas como nos dias anteriores, Kerr decidiu surfar ondas consecutivas e realizando uma série de manobras poderosas para assumir a liderança.
Eventualmente, veio uma série de ondas maiores. Kerr pegou a primeira onda, entrou em um tubo e saiu com um 8,50, mas, felizmente para Vincent, a onda maior estava atrás. Ele se posicionou, manteve-se firme e saiu voando do tubo com uma nota 9,63. Ambos competidores voltaram rapidamente para a bancada e, com 20 segundos restantes, outra série chegou. Kerr novamente pegou a primeira onda, que só lhe permitiu realizar manobras, enquanto Vincent conseguiu o tubo que precisava na segunda onda para garantir a vitória com um total de 18,46 (de um possível 20).
Na final feminina, Ella McCaffray (EUA) chegou a Nias este ano como duas vezes vice-campeã, uma vez no Pro Junior e outra no QS. Sua experiência e familiaridade com essa onda se destacaram durante toda a semana, especialmente na decisão, quando enfrentou a jovem australiana Oceanna Rogers. McCaffray surfou com muita vontade, marcando 7,33 pontos por suas manobras na primeira onda e, eventualmente, conseguindo um de seus melhores tubos da semana com uma nota de 8,83.
O total de duas ondas de McCaffray, 16,16, colocou Rogers em uma situação de combinação (precisando de duas pontuações altas), a qual ela eventualmente quebrou com duas manobras massivas de backside, ganhando 8,17 pontos, mas não conseguiu surfar uma segunda onda boa, deixando McCaffray com a mais importante vitória de sua carreira até o momento.
A ação prossegue com as finais do evento Pro Junior programadas para acontecer na sexta-feira, quando a competição for retomada. O Nias Pro vai até o dia 15 de junho e pode ser acompanhado ao vivo pelo YouTube e site da WSL.