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sexta-feira, 24 maio, 2024
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Presidente da Polinésia crítica proposta da ISA para torre em Teahupoo

A polêmica em torno da construção da estrutura de alumínio para o julgamento da disputa de surf dos Jogos Olímpicos de 2024 em Teahupoo, no Tahiti, ganhou um novo capítulo no último dia 9 de dezembro.

A Associação Internacional de Surf (ISA) divulgou uma carta em que se posiciona contra a construção da torre. A ISA argumenta que a torre de alumínio causaria danos ao ecossistema marinho da região, além de não contar com o apoio da população local.

“A ISA não apoiará a construção da nova torre de alumínio para os juízes em Teahupoo”, diz a carta. “Com a decisão do Governo da Polinésia Francesa de não permitir o uso da antiga estrutura de madeira por razões de segurança e legais, e a probabilidade de que qualquer nova construção no recife terá impacto no ambiente natural, além de não contar com o apoio da população local, fomos solicitados a considerar alternativas técnicas para julgar a competição de surfe olímpico.”

Com o intuito de solucionar o problema, a ISA propõe duas alternativas para a realização da competição sem a necessidade de uma torre de alumínio no recife.

A “Opção A” envolve a construção de uma plataforma reduzida em terra, utilizando o palanque antigo para posicionar câmeras tecnológicas. Nesta configuração, juízes ficariam em uma torre na praia, com linha de visão para as ondas. Já a estrutura existente no recife seria equipada com três câmeras, além de operadores da OBS (Serviços de Transmissão Olímpica) que transmitiriam imagens ao vivo para os juízes utilizando telas grandes para uma avaliação detalhada das ondas.

Se não for possível utilizar o palanque existente, a ISA sugere a construção de uma torre em terra, com as câmeras posicionadas no topo ou próximo à estrutura dos juízes. Estas câmeras contariam com lentes de zoom 100X para transmitir imagens, enquanto ângulos adicionais seriam fornecidos por barcos na área e drones próximos à linha de competição.

A resposta do presidente da Polinésia Francesa, Moetai Brotherson, não demorou a chegar. Em entrevista à agência AFP, Brotherson condenou a postura da ISA de se manifestar contra a torre de alumínio apenas agora.

“Não se deve despertar no momento do alvoroço”, disse Brotherson. “A ISA está envolvida desde o início nessas competições de surfe olímpico. É um pouco tarde para acordar agora.”

O presidente da Polinésia Francesa também criticou a proposta da ISA de julgar a competição a partir da terra.

“Eles deveriam ter se posicionado desde o início, dizendo: ‘Nós acreditamos que podemos julgar a partir da terra'”, disse Brotherson. “Nesse momento, teríamos começado a buscar soluções técnicas.”

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Confira a carta da ISA:

A International Surfing Association (ISA) está escrevendo para apresentar uma proposta para a realização da competição do surf olímpico em Teahupoo, Tahiti, sem a necessidade de construir uma nova torre de alumínio no recife.

A decisão do Governo da Polinésia Francesa de não permitir o uso da antiga estrutura de julgamento (de madeira) por razões de segurança e legais, e a probabilidade de que qualquer nova construção no recife terá impacto no ambiente natural, além de não contar com o apoio da população local, nos levaram a considerar alternativas técnicas para julgar a competição.

Acreditamos que uma competição justa e precisa pode ser realizada, com diferentes soluções tecnológicas e operacionais descritas nos cenários abaixo. Todas essas soluções estão sujeitas a uma análise detalhada adicional de viabilidade pelos diferentes interessados envolvidos.

Opção A – Juízes em uma torre em terra, usando Plataforma de Câmera Reduzida no Recife em Fundações Existentes:

Aguardando validação pelas autoridades taitianas, uma plataforma reduzida seria construída usando as fundações existentes, suficientes apenas para 3 câmeras e operadores da OBS (Serviços de Transmissão Olímpica), com a mesma linha de visão da antiga torre de madeira.

Juízes localizados em uma torre, em local semelhante à plataforma de câmera atual na praia, com linha de visão para a onda. Juízes em uma sala fechada usando telas grandes com transmissão de câmera de ângulos múltiplos para ver todos os ângulos das ondas com base no plano de produção existente da OBS.

A nova torre de alumínio que foi provisoriamente construída na terra poderia ser considerada para esse fim. A plataforma de câmera no recife e a torre na praia teriam que ser altas o suficiente para ver sobre as ondas que quebram. O uso de câmeras remotas ou robóticas na plataforma do recife está excluído. A única câmera fixa de “campo de jogo” atualmente no plano da OBS permaneceria na praia, seja na torre ou em uma plataforma separada altamente elevada.

Opção B – Juízes em uma torre em terra sem câmeras no recife:

Se não for possível utilizar as fundações existentes, a solução alternativa será posicionar as 3 câmeras da OBS no topo ou muito perto da torre dos juízes em terra, em um local a ser determinado.

Utilização da tecnologia de Lente Longa 100X para todas as câmeras com zoom de alto nível. Posicionadas para “imitar” os ângulos da torre da melhor maneira possível com a posição da torre ou segunda plataforma de câmera.

Uso de boom/guindaste ou câmeras em elevadores também é possível e foi utilizado com muito sucesso na cobertura profissional de golfe, incluindo as Olimpíadas. Juízes terão acesso contínuo ou instantâneo a todos os possíveis ângulos de câmera da OBS, conforme o plano atual, incluindo câmeras de água/barco e drones.

Requisitos técnicos, operacionais e de tecnologia adicionais para ambas as opções:

Oficiais Técnicos (ITOs) em um barco adicionado à linha do canal para prioridade e anunciantes na praia, idealmente à vista da “zona de decolagem”. Juízes de Prioridade e placa localizados neste barco. A placa de prioridade posicionada em altura e ângulo suficientes para garantir a visibilidade dos atletas. Acústica suficiente do barco para que os atletas possam ouvir mensagens do barco dos ITOs. Caso o barco dos ITOs não forneça visibilidade suficiente, outro barco pode ser posicionado no canal, mas mais afastado, para que não fique escondido pelas ondas.

Câmera de Campo de Jogo (FOP) (visão ampla continuamente ao vivo) na torre dos juízes ou próxima a ela e não parte da produção da OBS. A câmera FOP cria uma visão em tempo real e “a sensação da forma…”

A ISA acredita que essas soluções alternativas permitiriam que a competição de surfe olímpico fosse realizada de forma justa e precisa, sem causar danos significativos ao ambiente natural. Estamos prontos para trabalhar em conjunto com todos os interessados para garantir que a melhor solução seja implementada.

 

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