Típico de águas profundas, peixe-remo alimenta lendas no Japão; ele também foi encontrado às vésperas do tsunami de 2011, em Fukushima
Por Redação HC
Nas regiões litorâneas do Japão, existe uma lenda sobre um tipo raro de peixe: o mensageiro do palácio do rei Mar. E a aparição desse peixe pelas praias, diz a lenda, é prenuncio grandes catástrofes. Trata-se do peixe-remo, que vive em águas profundas e muito raramente vem à superfície. Alguns indivíduos da espécie haviam aparecido dias antes do abalo sísmico que gerou um forte tsunami em 2011, matando mais de vinte mil pessoas. E alguns têm aparecido, novamente, nas últimas semanas, levando temor a parcelas da população japonesa.
Desde o início do ano, de acordo com dados do Japan Times, seis peixes-remo foram encontrados na costa do Japão, sendo os três últimos capturados por moradores da baía de Hokuriku, situada na ilha de Honshu.
Fears of a Natural Disaster Are Rising in Japan Due To The Rare Oarfish.
Legend Has it That They Will Beach Themselves on Shores Ahead of Underwater Earthquakes. Just Like In 2011, The Fukushima Earthquake & Tsunami That Killed 20,000.
Now, They Are Coming Ashore Again.#Japan ? pic.twitter.com/4kaaXQYFBk— ~Marietta (@iMariettaDavis) February 2, 2019
O peixe-remo varia de 5 até 11 metros de comprimento, possui barbatanas vermelhas e um alongado corpo cinza. Predominante nas águas abaixo de 200 metros de profundidade no Oceano Índico e no Pacífico Norte, é raro observar sua presença na superfície.
E existe um fundamento científico para a lenda. Alguns cientistas acreditam que os peixes-remo possam ter uma sensibilidade aguçada para alterações eletromagnéticas, como as que ocorrem com o deslizamento ou encontro de placas tectônicas. A percepção de mudanças nesse campo levaria os peixes à superfície, diz a hipótese, que, entretanto, carece de maiores dados.
Em entrevista à rede de televisão dos Estados Unidos CNN, Kazusa Saiba, tratador do aquário de Uozu, no Japão, alega que o aquecimento global gerou aumento na temperatura dos oceanos, alterando a costa terrestre e as dinâmicas marinhas, o que explicaria a vinda dos peixes-remo.