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“Os brasileiros terão de ser muito melhores para continuarem no topo,” diz Reinaldo Andraus

Com todo rebuliço que se instaurou após o desfecho da sexta etapa do Surf Ranch Pro, HARDCORE foi perguntar para o jornalista, surfista, ex-competidor, e maior historiador do surf brasileiro, Reinaldo “Dragão” Andraus (@reigradon), o que ele sente, pensa e observa a partir da polêmica acerca dos critérios de julgamento por parte da liga mundial de surf, a WSL.

+ WSL responde à críticas sobre a transparência de notas no Surf Ranch Pro

Confira a seguir o relato exclusivo que Reinaldo Andraus enviou à HARDCORE:

“Venho acompanhando os campeonatos de surf e os julgamentos desde que me envolvi com isso em 1972, no primeiro festival de Ubatuba. A gente esperava os resultados das baterias, o campeonato era na praia, você ia à noite para o centro de Ubatuba, ali eles divulgavam os resultados das baterias, puxados “na unha”… Calculados na mão, somados, às vezes com erros, depois foi evoluindo…Até que nos anos 1980 surgiu a Beach Byte que jogou para os computadores, o que facilitou muito, finalmente víamos as notas nas telas.

+ Exterminando o complexo de vira-latas do surf brasileiro com Reinaldo Andraus

A polêmica sempre vai existir. O que eu acho, analisando agora, talvez a comunidade do surfe internacional esteja um pouco cansada desse predomínio brasileiro, que é inegável, então tem um pouco de querer mexer com notas para tentar ajudar, mas, acho que de forma geral, o julgamento é satisfatório, os juízes se esforçam para fazê-lo da melhor forma. É óbvio que tem uma mão ali em cima, interesses comerciais, uma série de coisas que podem afetar, mas de forma geral, acho que não tem que reclamar…

A gente têm de ver, redefinir os critérios que foram sendo redefinidos ao longo do tempos
até chegar às duas melhores ondas, acho que essa foi a grande mudança; cheguei a disputar campeonato que eram quatro ondas, baterias de 15 minutos, no começo da Abrasa, era muito complicado. Acho que hoje têm problemas ainda mas não os considero graves, e os brasileiros vão ter de realmente ser muito melhores para continuarem no topo, e seremos.”

* Dragão começou surfar nos anos 1960; se considera um dos caçulas da primeira geração de surfistas que se formou no Guarujá; nos anos 1980 passou pela FLUIR; HARDCORE; nos anos 2000 na ALMA SURF; já cuidou do marketing de marcas como Quiksilver e HD; em seu BLOG narra suas histórias em mais de 40 anos surfando sem parar.

** Dragão é o autor de “A GRANDE HISTÓRIA DO SURF BRASILEIRO” – enciclopédia programada para sair em 5 VOLUMES totalizando 660 páginas, com mais de 70 capítulos, subdivididos em quatro seções de arquitetura estética diferenciada. O volume 2 sai até o final de 2023 e os demais volumes serão lançados em sequência – saiba tudo aqui

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