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O fundo do mar é um depósito de armas químicas

Um estudo alarmante revela que as profundezas do oceano não são um refúgio intocado pela atividade humana, mas sim um depósito silencioso de resíduos tóxicos. Governos ao redor do mundo, incluindo o britânico, americano, soviético e outros, despejaram centenas de milhares de toneladas de armas químicas obsoletas nas águas oceânicas após as duas Guerras Mundiais. Esses materiais, juntamente com objetos nucleares, representam uma ameaça crescente para os ecossistemas marinhos e, potencialmente, para a saúde humana.

De acordo com informações divulgadas pelo jornal The Guardian, a presença de armas químicas e materiais nucleares no fundo do mar é uma questão urgente que exige atenção global. Estudos recentes mostram que mais de 18 mil objetos radioativos foram identificados no fundo do Oceano Ártico, incluindo submarinos nucleares e outros resíduos provenientes de atividades militares e industriais. Esses materiais, muitos dos quais foram despejados décadas atrás, representam um risco iminente de contaminação e poluição para toda a vida marinha.

Entre os objetos radioativos encontrados nas profundezas do Oceano Ártico estão o ‘K-27’, um submarino nuclear movido por um reator experimental afundado em 1982; o ‘K-141 Kursk’, que tragicamente naufragou no Mar de Barents em 2000, levando consigo 118 vidas e seu reator e combustível para as profundezas; e o ‘K-159’, que afundou durante uma tentativa de reboque perto de Murmansk, na Rússia, em 2003, carregando 800 kg de combustível de urânio irradiado.

Perante estes dados, o chefe da Autoridade de Segurança Nuclear da Noruega diz que é apenas uma questão de tempo até que estes objetos comecem a libertar o seu legado tóxico na água, evocando uma espécie de “Chernobyl em câmara lenta”.

Embora a União Soviética tenha liderado o despejo de resíduos nucleares no fundo do mar, outros países também contribuíram significativamente para essa prática. Entre 1948 e 1982, o governo britânico lançou quase 70.000 toneladas de resíduos nucleares nas profundezas do oceano. Além disso, os Estados Unidos, Suíça, Japão e Países Baixos também participaram dessa atividade, ainda que em menor escala.

Atualmente, acordos internacionais proíbem explicitamente o despejo de material radioativo no mar. No entanto, o Reino Unido está considerando uma proposta para eliminar uma quantidade substancial de resíduos nucleares sob o leito marinho de Cumbria. Autoridades britânicas justificam essa abordagem como uma maneira de garantir a estabilidade e a segurança dos resíduos ao longo de milênios.

Por outro lado, incidentes passados, como o vazamento de material radioativo em uma instalação de eliminação de resíduos em 2014, levantam dúvidas sobre a eficácia dessa estratégia e destacam a necessidade de abordar essa questão com cautela e considerar suas implicações a longo prazo.

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Além das armas químicas e resíduos nucleares, o estudo também destaca a presença preocupante de plásticos e microplásticos nas profundezas dos oceanos. Estes materiais, provenientes do descarte irresponsável de resíduos, representam uma ameaça adicional para a biodiversidade marinha e a saúde dos ecossistemas oceânicos.

Diante desse cenário alarmante, cientistas e autoridades ambientais alertam para a necessidade de ações urgentes para mitigar os impactos da poluição nos oceanos. A preservação dos ecossistemas marinhos e a saúde dos mares são fundamentais não apenas para a vida marinha, mas também para o bem-estar humano e a sustentabilidade do planeta como um todo.

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