Realizado no último domingo na praia de Carcavelos, em Cascais, Portugal, o evento especial de tubos Capítulo Perfeito chamou atenção por ter sido vencido por um desconhecido garotão local, Tiago Stock, de apenas 18 anos de idade. Mas no lado oposto da escala de idade, outra história bacana foi escrita em meio aos tubos surfados com maestria, o Capítulo Perfeito de Rob Machado, segundo colocado no evento com 50 anos de idade.
A cobertura do evento, que ganhou merecido espaço nos principais sites de surf ao redor do planeta, exaltou com razão a conquista de Tiago, mas talvez tenha ficado faltando falar um pouco mais de outro grande feito do dia, a volta de Rob Machado a uma competição de surf. Em excelente forma, ele mostrou que continua em perfeita sintonia com o oceano e os tubos.
+Deu Tigre como zebra no Capítulo Perfeito
Muito tem se falado da longevidade de Kelly Slater, um dos principais amigos e também adversários de Rob Machado ao longo de sua carreira competitiva. Kelly segue competindo em tempo integral na WSL, ainda que seus resultados recentes tenham colocando em dúvida essa decisão. O que não diminui a admiração unânime por sua incrível conquista do Billabong Pro Pipeline em 2022, apenas uma semana antes de completar 50 anos de idade. Pois, pelo que mostrou Rob Machado em Portugal, ele ainda teria condições de enfrentar Kelly Slater num bateria em Pipeline, revivendo o épico duelo valendo o título mundial de 1995, que entrou pra história.
O Capítulo Perfeito não pode ser comparado a um evento da WSL, mas Rob Machado certamente deixou sua marca na batalha contra a idade ao superar, além dos outros dois finalistas, Dylan Graves (3º) e Balaram Stack (4º), especialistas em tubos do porte dos brasileiros Bruno Santos e Lucas “Chumbo” Chianca, do português Nic Von Rupp e do espanhol Aritz Aranburu.
Em entrevista para um vídeo publicado no site Surfline.com, intitulado “A volta perfeita de Rob Machado”, cobrindo a participação do surfista de alma californiano no Capítulo Perfeito, o vencedor do Pipe Masters de 1999, que deixou de competir no Circuito Mundial desde 2001, revela o quanto curtiu disputar baterias após um bom tempo sem vestir uma camiseta de competição e comenta que “Isso tudo é incrível… eu poderia ser o pai do menino que venceu o campeonato”.
