Com base em uma análise publicada pela Nasa, uma equipe de cientistas da Sociedade Meteorológica Americana divulgou esta semana seu relatório anual sobre a situação climática no mundo.
Segundo os dados divulgados, que tiveram a contribuição de 530 cientistas, em mais de 60 países para serem elaborados, o agravamento das alterações climáticas tornou-se ainda mais evidente em 2020, com vários indicadores atingindo recordes.
De acordo com as informações levantadas, o nível médio global do mar aumentou cerca de 20 centímetros entre 1901 e 2018, mais rápido do que em qualquer momento nos últimos 3.000 anos.
As projeções de aumento futuro do nível do mar geralmente oscilam em torno de um metro ou mais nos próximos 100 anos, porém, o aumento no derretimento das camadas de gelo nos polos terrestres tornará essa mudança ainda mais brusca, pois terá grande impacto na temperatura do mar, afetando as correntes oceânicas, a amplitude das marés e a geomorfologia costeira.
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A ferramenta de projeção da superfície da Nasa tem como base o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que visualiza os impactos do futuro aumento nos litorais e nas comunidades.
Os últimos sete anos, desde 2014, foram os mais quentes desde que há registo e 2020 ocupa um lugar no “Top 3”, superado apenas por anos em que se registaram fenómenos El Niño. No ano passado, as temperaturas anuais da superfície da Terra estiveram entre 0,54°C e 0,62°C acima da média de 1981-2010 (a variação depende da base de dados utilizada), e o aquecimento acontece a um ritmo médio de 0,08°C por década.
Particularmente nos polos Norte e Sul, foi sentido um calor extremo sem precedentes. A temperatura média do ar nas áreas terrestres do Ártico foi a mais elevada em 121 anos de registos, 2,1°C acima da média de 1981–2010, e na Antártica as temperaturas ultrapassaram os 18°C. Em 6 de fevereiro, a estação de investigação argentina da Base Esperanza atingiu os 18,3°C, a temperatura mais alta alguma vez registada naquele continente, superando o recorde anterior de 17,2°C, estabelecido em 2015.
Consequentemente, nos oceanos também se fez sentir mais calor, com a temperatura média global da superfície do mar próxima do recorde, fixando-se na terceira mais alta registada (só em 2016 e 2019 se registaram valores mais elevados, associados a El Niños).
Segundo o relatório, um aquecimento constante de mais de 2 graus pode ser suficiente para a camada de gelo da Groenlândia derreter, o que faria com que o nível do mar subisse globalmente em mais de 2 metros, causando grande impacto em cidades litorâneas.
Mais de 600 milhões de pessoas (cerca de 10% da população mundial) vivem em áreas costeiras a menos de 10 metros acima do nível do mar.
Dessa forma, o aumento do nível do mar não apenas deslocará cerca de 267 milhões de pessoas em todo o mundo, mas aumentará o risco de inundações, causará erosão nas praias e perda de habitat para animais e plantas que vivem na costa ou próximo a ela.
Com informações de mashable.com