De volta ao Championship Tour da WSL, Miguel Pupo, que já foi campeão em Fernando de Noronha em 2012, vai brigar pelo bi em do Hang Loose Pro 2020
Por Redação, via FMA Notícias
De volta ao World Surf League Championship Tour (CT), a elite do surf mundial, e de bem com a vida, o paulista Miguel Pupo quer colocar de vez seu nome na história do Oi Hang Loose Pro Contest, apresentado por Elétron Energy, o mais tradicional campeonato da modalidade no País, disputado em Fernando de Noronha. Vencedor em 2012, ele surfa para tentar ser o primeiro bicampeão do evento no arquipélago, que este ano será realizado de 11 a 16 de fevereiro.
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Até hoje, em 32 edições realizadas, desde 1986, apenas quatro atletas conseguiram vencer duas vezes, e nas 14 etapas feitas no arquipélago, nenhum surfista repetiu o primeiro lugar. Quem chegou mais próximo foi o saudoso Jean da Silva, primeiro colocado em 2006 e vice em 2012, superado justamente por Miguel Pupo. A competição valerá como etapa do WSL Qualifying Series (QS), status 5000, da World Surf League e abre o calendário sul-americano, na Praia da Cacimba do Padre.
“Noronha faz parte do meu planejamento de pré-temporada, na verdade fica bem na metade da minha preparação, então serve como um ótimo treino. Sempre que teve a etapa, eu participei, estando no CT ou não. É um lugar legal, que eu adoro e que já fui campeão antes. Poucas vezes um atleta ganhou duas vezes esse evento e para mim já é um objetivo. Seria uma grande honra poder vencer um campeonato tão especial como esse mais de uma vez. Então, as expectativas são grandes”, diz o surfista, que mora na Praia de Maresias, em São Sebastião.
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Miguel fala com carinho da sua relação com o arquipélago e também com o próprio Hang Loose Pro Contest. Ele lembra a primeira vez que surfou na ilha, em 2006, durante um evento especial para surfistas mirins. “Acabei vencendo. Comecei a minha história com Noronha com o pé direito. Depois, foram vários momentos especiais. Quando venci o Hang Loose Paulista amador, tinha uma passagem para a Ilha e participação no Mundial”, recorda.
“No ano seguinte consegui vaga e das dez melhores notas do evento, acabei fazendo quatro ou cinco notas 9 e com 16 anos foi mais uma aparição boa para a minha carreira, mais uma vez mostrando que é um lugar que se encaixa com o meu surf”, acrescenta também falando da conquista em 2012. “Foi a minha primeira vitória no Brasil. Foi importantíssimo vencer em casa e num ano que tinha altas ondas. Foi um dos eventos mais clássicos que já teve”, conta.
Além das condições “clássicas”, Miguel valoriza ainda mais sua vitória pelos adversários que enfrentou na reta final do evento. “Foi especial. Enfrentei na semi o Ricardinho do Santos e na final o Jean da Silva, que já tinha vencido a etapa. Infelizmente os dois não estão mais aqui, mas tive a oportunidade de competir contra eles naquela onda que eles dispensavam comentários”, ressalta Miguel.
BICAMPEÕES – No Hang Loose Pro Contest, o primeiro bicampeão foi o ícone australiano Tom Carroll, em 1987 e 88, na Praia da Joaquina, em Florianópolis/SC. Depois, mais uma vitória “aussie” com Nicky Wood, em 91 e 92, na Praia das Pitangueiras, em Guarujá/SP. O paranaense Peterson Rosa também venceu em Guarujá, em 95 e depois na Praia de Maresias, em 99. Já o cearense Fábio Silva garantiu a primeira conquista em 96, na Baia de Maracaípe, em Ipojuca/PE e 2001, em Fernando de Noronha, com as finais realizadas no Abras.
No ano passado, Miguel Pupo competiu no retorno do Hang Loose Pro Contest a Noronha, ficando em nono lugar, mesmo com a melhor nota da bateria, superado pelo norte-americano Cam Richards, que chegou até a semifinal. Aos 28 anos de idade, ele diz estar muito bem para essa nova temporada, de volta ao CT. “Ainda tenho muita lenha para queimar. Não estou muito ansioso para a reestreia. Acredito que tenho experiência suficiente”, avisa.
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“Foram oito temporadas consecutivas. Já me sinto mais tranquilo, conheço os lugares, a pressão, os eventos. Na realidade agora é um sentimento bom, de estar de volta, onde queria estar o tempo inteiro, de rever a galera que convivi tanto tempo. Vai ser bem legal e espero que a temporada comece bem já em Noronha”, fala Miguel.
Para o CT, ele mostra animação com a disputa em G-Land, que está de volta ao Tour, e no Surf Ranch, nos Estados Unidos. “Estou ansioso por G-Land por não ter surfado lá, uma onda para esquerda, perfeita tubular, e também para a piscina de ondas, que gosto muito, um evento bem técnico, diferente. Espero que seja um bom ano para mim”, ressalta.
Apesar de estar de volta na elite, Miguel ainda segue batalhando por patrocinadores e não se abala. “Patrocínio é complicado. Situação do mercado não é das melhores. Infelizmente alguns patrocinadores acabaram me deixando na classificação, mas não desanimo. Vivi isso antes. Já disputei o CT sem patrocínio. Não preciso da aprovação de ninguém para estar onde estou. Vou continuar com Nossolar e Surfview”, completa.