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Maior swell da década na Califórnia deixou rastro de destruição com recorde de resgates

O final de dezembro de 2023 ficou marcado como o período em que a Califórnia testemunhou o maior swell da década, desencadeado por um ciclone bomba no Oceano Pacífico. Enquanto big riders enfrentavam ondas gigantes em locais emblemáticos, como Mavericks, o caos se espalhava para além do mundo do surf, com recorde de ocorrências e desafios para as autoridades locais.

De Mavericks, no norte, até San Diego, no sul, a costa californiana foi varrida por ondas monstruosas. Os big riders testaram seus limites: a surfista de ondas gigantes norte-americana, Bianca Valenti sofreu um wipeout colossal [assista aqui] e em 24 horas de diferença, Kai Lenny surfou Jaws, no Havaí, e as bombas de Mavericks.

Mas a selvageria do swell não se limitou às performances dos surfistas. Uma onda gigantesca destruiu um caminhão e feriu oito pessoas no condado de Ventura. De volta a Mavericks, o mar enfurecido castigou o píer e quase arrastou uma mulher para o alto mar.

Em San Diego, os guarda-vidas também não tiveram descanso. Só entre os dias 28 e 31 de dezembro, o Departamento de Bombeiros e Resgate de San Diego realizou 96 resgates. Cerca de 165 mil pessoas visitaram as praias da cidade nesse período, tornando o trabalho dos guarda-vidas ainda mais crucial. “Agradecemos aos nossos incríveis guarda-vidas pelo excelente trabalho”, declarou o departamento em sua postagem nas redes sociais.

Mas os estragos não pararam por aí. De acordo com a rede de televisão Fox 5 San Diego, o histórico píer de Ocean Beach, de 57 anos, sofreu sérios danos com o impacto das ondas. Embora já estivesse fechado desde outubro, sua manutenção se estenderá até o início de 2024 devido aos estragos recentes. Na sexta-feira (29), o Crystal Pier em Pacific Beach, que abriga um hotel, foi forçado a fechar temporariamente devido as ondas. Na Imperial Beach, que fica no condado de San Diego, uma gerente de um restaurante no píer afirma ter sentido o local tremer e balançar durante o temporal.

Imagens do mar invadindo uma estrada em Santa Cruz foram compartilhadas no Instagram do big rider brasileiro Carlos Burle. Na legenda, Burle escreveu: “Ano de El Niño chegando forte. A natureza reocupando espaços que ocupamos com o passar do tempo, impondo respeito e mostrando a força que tem”.

E a fúria do mar ainda não cessou. A Fox reportou um novo aviso de ondas altas, classificado como de menor gravidade, que estará em vigor até esta quinta-feira (4) à noite para as áreas costeiras do condado de San Diego. Esperam-se ondas de sete a dez pés quebrando por toda a região.

Além das diversas ocorrências, o swell gigante trouxe de volta um pedaço da Segunda Guerra Mundial. Em Pajaro Dunes, uma região entre Santa Cruz e Monterey, uma enorme bomba não detonada foi levada para a praia, exigindo intervenção do time de explosivos do xerife de Santa Cruz. A equipe confirmou que o artefato era uma bomba de treino da Marinha da era da Segunda Guerra Mundial, inerte e sem explosivos. “De tempos em tempos, vemos dispositivos militares sendo arrastados para a costa”, disse a porta-voz do xerife Ashley Keehn ao jornal USA Today. “Ocasionalmente, encontramos sinalizadores marítimos antigos. Esse artefato sendo lavado em terra mostra a intensidade da força do mar que vimos no condado de Santa Cruz na semana passada.”

Ainda em San Diego, um jet ski sem piloto foi flagrado pelas câmeras de segurança surfando as ondas gigantes. O veículo chegou a se aproximar de alguns surfistas, mas não causou nenhum ferimento. A polícia está investigando o caso.

Definitivamente, a fúria do mar da Califórnia mostrou mais uma vez o poder da natureza. Enquanto os big riders buscaram adrenalina nas bombas, os guarda-vidas lutaram para proteger as pessoas. O swell gigante de dezembro ficará marcado pelo rastro de destruição e o recorde de resgates que deixou para trás.

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