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Kelly Slater: Olimpíadas vão “mudar o DNA” do surf

Kelly Slater reconhece objeção de surfistas da velha-guarda ao ingresso da modalidade nas Olimpíadas e diz que, caso consiga participar, será a última competição de sua carreira

Por Redação HC

Qual vai ser o impacto da entrada nos Jogos Olímpicos para o surf? Kelly Slater acredita que será grande. Em uma entrevista à revista Sports Illustrated, tradicional publicação esportiva dos Estados Unidos, o quase-aposentado maior surfista de todos os tempos discutiu brevemente o assunto.

Ele reconhece o descontentamento de parte dos seus contemporâneos surfistas, mas acredita que mudança deve ser positiva.

“Para os caras mais velhos que eu, parece algo de outro mundo, porque eles nunca terão a chance de surfar nos Jogos Olímpicos”, diz. “Mas neste momento tenho que pensar no meu afilhado, ele tem onze anos, e provavelmente está pensando: quando tiver 18 anos, quero fazer parte da equipe olímpica. Essas crianças vão mudar o DNA do surf”, continua.

“Dentro do surf já existe meio que uma revolta contra algumas coisas que as competições afetam em um surf ‘raiz’. Algumas pessoas acham que o surf não é um esporte, mas sim um estilo de vida”, diz. “Sempre há um choque quando ocorre uma mudança, e as pessoas precisam se acostumar com ela e entender o que isso significa para elas e para o esporte. Mas acho que uma vez que as coisas se encaixarem, essa situação vai mudar. Estar nos Jogos Olímpicos é uma honra enorme para qualquer esporte, ainda mais para um esporte emergente que está crescendo e buscando aceitação fora de sua população mais hardcore”, disse Slater.

Fica aqui um questionamento: a WSL está buscando essa aceitação, na forma de patrocinadores que colocarão dinheiro no circuito mundial. Mas o surf, de fato, está buscando essa aceitação do público leigo? O surf precisa crescer?

Perguntado se sente “uma necessidade de competir” em Tóquio 2020, Slater foi cuidadoso.

“Ainda não tomei um posicionamento oficial, mas tenho dito que se eu conseguir me classificar para os Jogos, vou competir. Eu provavelmente me aposentaria oficialmente depois disso”, disse. Esta última declaração, por sinal, contraria outras declarações suas.

Na época do Corona Open J-Bay, logo após Joel Parkinson anunciar sua aposentadoria no final de 2018, Slater rapidamente tomou para si os holofotes ao anunciar ele também sua aposentadoria, mas apenas para o final do ano seguinte (2019). O momento do comentário de Slater foi um tanto infeliz, e levantou diversas acusações sobre o onze vezes campeão mundial de que ele não toleraria não estar no centro das atenções. O comentário geral foi tão forte que forçou uma mensagem do floridiano se justificando. 

Para ler na íntegra a entrevista de Kelly Slater à Sports Illustrated (em inglês), entre aqui.

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