Surfistas (e frequentadores de praia em geral) devem ficar em estado de alerta devido ao aumento de casos registrados em aves marinhas contaminadas pelo vírus da gripe aviária H5N1 em praias do litoral brasileiro.
Até o momento país registrou 63 casos de gripe aviária, dos quais, 62 em aves silvestres. O vírus H5N1 foi detectado em sete estados brasileiros: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O H5N1 é um subtipo do vírus Influenza que atinge, predominantemente, as aves. É menos comum em mamíferos e em humanos, mas o risco existe.
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Há poucos casos em seres humanos contaminados até o momento, cerca de 860 desde 2003, porém, com 54% de letalidade. Porém, no Chile, onde houve uma grande contaminação em aves, milhares de mamíferos marinhos foram mortos pela doença.
Por essa razão, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um monitoramento rigoroso. O contágio em humanos ocorre por meio do contato com animais mortos ou doentes.
Outra grande preocupação da OMS é em relação ao potencial pandêmico do vírus, já que ele pode sofrer mutações e se tornar mais transmissível, razão pela qual a doença está sendo monitorada em regime de emergência pelos governos federal, estaduais e municipais.
As autoridades de saúde alertam que a população precisa colaborar, evitando tocar em aves mortas ou doentes e informando imediatamente aos agentes de saúde ao avistar uma ave marinha nessas condições.
O virologista Paulo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou em entrevista ao jornal O Globo que, atualmente, o vírus não representa uma grande ameaça para a saúde humana, pois são casos pontuais que se encerram em si mesmos. No entanto, a situação é trágica para a vida selvagem, representando uma grande ameaça para as aves.
Desde outubro de 2022, o vírus influenza H5N1 já causou a morte de mais de 58 milhões de aves em todo o mundo. Até o momento, a doença foi encontrada em seis espécies de aves marinhas:
- trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus);
- atobá-pardo (Sula leucogaster);
- rinta-réis-real (Thalasseus maximus);
- trinta-réis-boreal (Sterna hirundo);
- corujinha-do-mato (Megascops choliba);
- cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus).
Como identificar aves possivelmente doentes?
Quem avistar aves apresentando sintomas de H5N1 deve ligar para os órgãos de meio ambiente da cidade ou para a Vigilância Sanitária mais próxima. Além disso, é fundamental ressaltar que não se deve tocar nas aves. Os sintomas da gripe aviária em aves infectadas incluem corrimento e inchaço ocular, dificuldade para respirar, letargia, incapacidade de se levantar ou andar e tremores.
Se a ave estiver fraca, é provável que ela seja vista “capotando” nas ondas, sendo jogada contra as pedras ou descansando na areia da praia sem reagir à aproximação das pessoas.
Ao encontrar uma ave nessas condições ou morta deve proceder da seguinte maneira:
- Não se aproxime nem recolha o animal;
- Faça uma observação distante e fotografe ou filme o comportamento do animal, mas sem se aproximar da ave;
- Especialistas e a vigilância sanitária devem ser acionados;
- Busque isolar a área e impedir o acesso de pessoas e outros animais. Aguarde a chegada da equipe técnica.
Portanto, a recomendação é evitar se aproximar ou tocar nas aves nessas condições e acionar os órgãos competentes, que farão a remoção e identificação de possíveis problemas.
O cuidado e a atenção de todos são essenciais para evitar a disseminação da gripe aviária H5N1 e proteger tanto a saúde humana quanto a vida selvagem. Fiquem alertas e sigam as orientações das autoridades de saúde.